O Patrulha do Espaço, banda criada por Arnaldo Batista no final dos anos 70, possui uma discografia respeitável e recheada de clássicos. Com PATRULHA 85 a coisa não e diferente, o disco produzido por Luiz Calanca e Rolando Castello Junior, e uma pequena obra prima do heavy rock nacional, pois a fúria contida neste disco e absurda. Tente ficar parado ao ouvir ''Olhar Animal'', ''Deus Devorador'', ou ''El Riff'', certamente se pegara tocando uma guitarra imaginaria no meio de sua sala. Enfim, ouça essa perola no volume máximo e aproveite cada segundo de rock n’ roll proporcionado por esse power trio.
Estar só é olhar o presente e só enxergar o que já passou, é buscar no tempo o que foi levado por ele e que permanece na memória. É mendigar migalhas de recordações espalhadas em velhos discos, antigas anotações esquecidas em papéis velhos, amarelados pelo tempo. Estar só é fugir da ilusória fugacidade da vida. Somente diante da constatação de estar só é que nos damos conta da nossa insignificância diante da existência, tão breve e mal vivida, desperdiçada pelos medos: medo do erro, do risco, da vida e da morte, certa e inevitável. É nesse momento que somente a música preenche o vazio deixado pelas palavras imóveis, pelos gestos simplesmente verbais que nada transformam, que nada mudam, que não têm cheiros, que não têm gosto nem a maciez da pele, que não emitem gemidos de prazer ou de dor. O que é a palavra diante do mundo? Simples representação. A palavra árvore não tem folhas, Nomen arboris folium habet ,na palavra rio não há água que mate a minha sede. O ritmo e a letra das canções vão além das palavras, pois elas traduzem o indizível, só o que se sente, aquilo que sangra e que só quem sente vê. Estar só é imaginar que consigas me entender e mesmo que isso ocorra saber que isso não muda nada. “... não se iluda, minha calma não tem nada a ver, sou bandido, sou sem alma e minto...”
Se não fui claro o bastante não importa, nem sempre é possível ser claro em tempos sombrios, porém, como sugestão, ouça esse disco do Ave Sangria. Para quem não conhece Ave Sangria é um conjunto musical brasileiro de rock rural, um dos principais expoentes da cena musical psicodélicas pernambucanas dos anos 1970, o fato de hoje ser praticamente desconhecido do grande público nos dá uma noção de como desperdiçamos o belo e o bom do passado em nome da ilusão da modernidade e do vazio cultural que é parte do grande vazio existencial de nossos dias.
A década de 70 nos proporcionou o que há de melhor na musica pesada e poderíamos ficar horas citando bandas importantes daquele período. O Budgie foi uma delas, e apesar de não ter alcançado a mesma fama de Sabbath, Zeppelin e Purple (para ficar somente nos gigantes), foi muito importante por difundir o estilo conhecido como Heavy metal.
O Power trio Gales já tinha em seu currículo os clássicos Never Turn Your Back On a Friend e In For the Kill quando lançaram o maravilhoso Bandolier, que reúne doses cavalares de peso e harmonia. A variação de ritmos e a cadencia deste álbum impressionam, (ouçam Slipaway e tentem discordar). E o que dizer de Who Do You Want For Your Love e I Ain't No Mountain (a levada desses dois petardos e monstruosa), mas o final e ainda mais espetacular e se traduz na magnifica Napoloeon Bona Part One & Two.
Não e por acaso que bandas do calibre de IRON MAIDEN, METALLICA, VAN HALEN E RUSH possuem influencias do Budgie, que não teve o merecido reconhecimento, mas deixou um legado inquestionável para os apreciadores do bom e velho classic rock.
Sou estudante da USP, mais especificamente da FFLCH, e apesar de concordar com muitas reinvidicações dos estudantes, principalmente no que se refere a eleição do reitor, cujo modelo atual é um exemplo de autoritarismo , não concordo com o movimento que culminou com a invasão da reitoria. A causa que deu origem a todo esse protesto não é legítima, uma universidade pública e de renome como a USP não pode permitir que um bando de pseudo-revolucionários manipulados por grupos com interesse político suje o nome daqueles que conseguiram com dificuldade concluir seu curso e que devem retribuir à sociedade o privilégio que tiveram de se formar naquela que, apesar de vocês; pseudo-revolucionários manipulados, ainda é uma das melhores universidades do Brasil. A presença da PM na USP se faz necessária não somente para diminuir os crescentes assaltos e atos de violência que já culminaram até em morte dentro do campus, como coibir e reprimir, sim, o uso de drogas dentro do campus, é inaceitável que aqueles que se julgam tão inteligentes sejam contra a presença da PM simplesmente para poderem usar e, como disse alguém nos comentários; e o que eu acho realmente possível , traficar dentro do campus, já que esse discurso de opressão pelo sistema não cola mais. Acordem! A ditadura acabou, pelo menos a militar. Agora eu pergunto: como alguém com essa visão pode contribuir para o avanço de uma nação? Do mesmo modo condeno não só a atitude desses “baderneiros” como também dos respeitados alunos da “elite uspiana” que ocupam as cadeiras daqueles cursos mais concorridos e, como todos sabemos, historicamente reservados para os filhos da elite paulistana, que muito bem representam a classe a qual pertencem na medida que pousam de moralistas e representantes da democracia, quando na verdade são eles os principais consumidores de drogas dentro do campus, assim como o são na sociedade. Condeno a hipocrisia daqueles que querem usar a universidade como plataforma política e não estão minimamente preocupados com a educação e a construção de uma sociedade menos injusta, mas sim de sua biografia militante, como também condeno o discurso hipócrita dessa “elite uspiana” que se apresenta como os 'verdadeiros estudantes'. Os 'maconheiros baderneiros' que encabeçam este movimento não representam a maioria dos alunos da FFLCH tampouco da USP. O problema é que esse grupo mantém sim uma postura autoritária que ofusca e intimida aqueles que tem posicionamento contrário. A universidade é um local para a construção do conhecimento não para a hipocrisia e o livre consumo de drogas seja por que for. PM no campus sim, afinal pago impostos e exijo segurança contra uma violência crescente alimentada pelas diferenças sociais e, principalmente, pelas drogas. A USP tem autonomia administrativa, ela não está acima da constituição nem da lei e, até onde eu saiba, consumo de drogas , seja onde for e seja quem for o consumidor, ainda é crime .
A música brasileira é uma das mais ricas do mundo, certamente alguns podem discordar dessa afimação, principalmente se estiverem ouvindo alguma rádio; dessas populares. Mas continuo defendendo essa afirmação quando tenho o privilégio de ouvir gênios do cancioneiro nacional como os já consagrados Chico Buarque, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil entre outros. Porém a grandiosidade da música brasileira fica ainda mais evidente quando se tem o privilégio (privilégio esse que não está relacionado à classe econôminca)e a oportunidade de conhecer o desconhecido e fugir da mediocridade de uma indústria fonográfica que desrespeita a inteligência daqueles que ainda não deixaram sua sensibilidade ser destruída pelo consumismo. Todo esse desabafo serve apenas como uma breve introdução para apresentar, para aqueles que ainda não tiveram o mesmo privilégio ,um cara que para mim é um dos mais geniais cantores daquilo que podemos chamar verdadeiramente de música brasileira: Walter Franco, o poeta maldito. Walter Franco faz parte de uma safra de artistas que infelizmente está e extinção, fez parte da geração dos anos 70, um das décadas mais produtivas da música brasileira(e porque não dizer da música mundial), uma década na qual a maioria dos artista se preocupavam em criar uma arte com um real conteúdo, fosse ele político, social ou poético. E poesia é o que não falta em Walter Franco, filho de poeta, ele soube unir como ninguém a música e a poesia. Inovador em todos os sentidos sua música é as vezes uma viagem onírica, um poema concreto em movimento ou um grito desesperado contra aquela "dor canalha que nos dilacera". Assim como outros artistas que foram rejeitados pela grande mídia, como o também genial Tom Zé, Walter se manteve fora do chamado "meio artístico" por quase vinte anos, depois de ter lançado nos anos 70 álbuns que são verdadeiras obras primas como "Revolver", "Ou não" e "Vela Aberta". Em 2001 ele retorna a ativa com "Tutano", álbum tão bom quanto os seus clássicos setentistas, repleto de letras geniais e construções poéticas dignas de um sujeito que sonha sem tirar os pés do chão.
Ler a última crônica foi sem dúvida uma das melhores experiências que tive em se tratando de literatura. Foi como um véu arrancado abruptamente do meu rosto. Expandiu-me completamente todo um horizonte de detalhes do cotidiano, até então despercebidos. Foi através dessa crônica que tive contato com as demais obras de Fernando Sabino, autor esse, que automaticamente passou a figurar entre os tops do meu rol de escritores preferidos. A fascinação que Sabino exerce sobre mim, pode até não influenciar meus textos, mas com certeza serve-me como uma infindável fonte de inspiração.
Em tempo: a última crônica foi sugerida por Nilton Aquino, também colaborador deste blog. Deixo aqui publicamente, meu agradecimento a esse que sempre que pode, compartilha preciosas dicas como esta.
Surpreendente. Esse foi o adjetivo mais usado por mim ao assistir o show da norte americana Kelly Richey. Nascida em Lexington, Kentucky em 1962, teve como primeiro instrumento o piano, migrando logo em seguida para a bateria. Após alguns meses, seu pai lhe deu um violão e com 15 anos já tocava guitarra chegando a estudar doze horas por dia. Isso fica nítido ao assistir Kelly em ação. Ela com certeza faz muito marmanjo sentir-se uma Barbie tocando guitarra (Eu me incluo nessa).
Eu já admirava alguns talentos femininos das seis cordas como Susan Tedeschi e Ana Popovic (essa última, um amigo me emprestou um dvd em que ela estava na capa e até pensei que era um filme pornô, pra minha tristeza ou alegria, não era). Ambas além de beldades, cantam e tocam um blues rock de primeira. Mas Kelly Richey (ao meu ver) supera as duas, não pela beleza é claro (achei ela uma mistura de Janete da zorra total com Roberta Miranda), mas sim pela técnica e a paixão com que ela toca sua Fender Stratocaster 1963, sua companheira inseparável desde os anos 80.
Percebe-se claramente duas influências seguidas devotamente por Kelly, ou seja, Stevie Ray Vaughan e Jimi Hendrix, mas isso não chega a fazer com que Kelly perca sua personalidade. Há muita criatividade em sua maneira de tocar.
Fico sempre em estado de graça quando conheço músicos dessa safra. Espero que o mesmo aconteça com você.
Tinha acabado de tirar dez na prova de latim que eu havia ficado de exame. Sai da faculdade com a cabeça estourando. Eu tinha tudo para estar feliz e ao invés de vir a minha cabeça uma música de consagração nos moldes de We are the champions do Queem, me veio a do Slayer chamada War Ensemble. Toda a ansiedade dos dias que antecederam a prova estava ali, armazenada e o Slayer (mesmo que mentalmente) me fez descarregá-la.
O curioso é que eu não ouvia essa música há muito tempo. Meu subconsciente a resgatou e eu nem sei como. Com isso, tratei logo de por a mão no bolso (coisa que não tive coragem de fazer na época, pois tinha uma fita cassete do Slayer que já quebreva o galho) e adquiri o Decade of Aggression que comemorava uma década de serviços prestados pela banda. Esse disco foi lançado em 1991 e teve a produção do renomado Rick Rubin (produtor de bandas como Beastie Boys, The Cult, Danzig, ACDC, entre outras).
Agora, gostoso mesmo é ouvir o cd em questão no fone de ouvido. Você tem a sensação de que seu cérebro irá escorrer pelos ouvidos. A cargo das velozes guitarras temos Jeff Hanneman (mais aveludada) e Kerry King (com um timbre mais ardido). Nas baquetas, temos um rolo compressor chamado Dave Lombardo. E no baixo, com a voz mais visceral e desesperada do Thrash metal, Tom Araya.
Dizem que o amor constrói e o ódio destrói. Não concordo com essa afirmação. Se o ódio (que todo mundo já sentiu uma dia) for bem canalizado, você conseguirá romper barreiras que com aquela paz de espírito (brochante muitas vezes) jamais conseguiria. Um exemplo: Coloca essa merda de time que virou o Palmeiras pra ouvir esse disco dez minutos antes do jogo, pra ver se os jogadores não vão entrar mordendo em campo. Agora é obvio que haverá destruição, mas não de canelas e sim da jogada do adversário, da reputação do goleiro adversário e do cargo do técnico adversário. (Desculpem a viajada, é que estou puto com o Palmeiras e como estou falando de ódio não pude me conter).
Voltando ao Slayer, mesmo você não sendo fã dessa vertente mais pesada do rock, sempre é bom se dar a chance de ouvi-los, pois eles foram um dos pioneiros desse gênero, junto, é claro, do Metallica, Megadeth e Anthrax.
Dia 12 de Outubro, me dirigi até o Estádio do Morumbi no intuito de receber meu presente do dia das crianças. Eu sabia que não seria qualquer presente. Eu sabia que a surpresa seria boa, só não imaginava que minhas expectativas seriam covardemente superadas. Foi o que fez o Eric Clapton, não só comigo (uma entre 45 mil pessoas), mas com todo um estádio que ficou em estado de graça com sua apresentação. Sem dispor de todo aquele recurso visual freqüente em mega shows, Clapton concentrou sua força apenas na música. Acompanhado de uma competentíssima banda (destaque para Steve Gadd que é um monstro na bateria e Chris Stainton, parceiro de longa data de Eric nos teclados) e empunhando sua Stratocaster azul clara, Eric despejou uma saraivada de solos estonteantes (no solo de Old Love segurei as lágrimas com muito custo, uma por que eu estava absolutamente sóbrio e outra por que sou cabra macho). A receptividade para com Eric foi das mais entusiasmadas e isso deve ter colaborado para que ele estampasse até alguns sorrisos e agradecimentos no final das músicas (Haja vista que ocorreram críticas em relação ao comportamento “carrancudo” dele em outras cidades brasileiras).
Assistir shows em estádios é uma tarefa que exige paciência e dinheiro no bolso. Paciência: porque para ir ao banheiro, você precisa encarar uma enorme fila (e torcer para não se mijar, isso se no seu caso não for o número dois que aí complica mais ainda). Para comprar algo pra beber ou comer também tem fila nas lanchonetes, a não ser que você queira comprar de vendedores ambulantes. Dinheiro no bolso: Como estava para cair um dilúvio, resolvi comprar uma capa de chuva. Pagar dez reais num saco plástico foi demais. Vou usar aquela capa para dormir, para transar e até para ir a celebrações como casamentos e formaturas, para ver se compensa os dez conto gastos naquilo.
Mas todo o sacrifício citado acima acaba sendo amenizado quando se assiste um show como este. Ver ao vivo seu ídolo em ação é uma emoção indescritível.
No decorrer do show, aquele cabra macho foi dando lugar ao menino que foi receber seu presente e enfim as lágrimas brotaram naturalmente.
Posso até estar falando besteira, mas como diz o ditado “há males que vêm para o bem”. Nesse caso, refiro-me à saída de David Lee Roth do Van Halen, uma das maiores bandas de rock do planeta. David atuou na banda de 1974 a 1985. Não se sabe ao certo o motivo de sua saída, mas presume-se que o que o motivou, foi a escolha de Eddie Van Halen (para muitos o maior divisor de águas na arte de tocar guitarra pós Hendrix) por enveredar-se por sonoridades regadas de teclados e sintetizadores, deixando o som da banda um tanto quanto tedioso.
Com o caminho livre para investir em sua carreira solo, David tratou logo de escalar o que havia de melhor em se tratando de músicos. Para a bateria, chamou Gregg Bissonette (que já trabalhou com Joe Satriani, Steve Vai em sua carreria solo e Santana).Para o baixo, David chamou um dos mais geniais baixista da história desse instrumento, Billy Sheehan (que havia tocado no Talas e que posteriormente iria integrar o Mr. Big e também fazer parte da carreira solo de Steve Vai). E finalmente, para a guitarra, David teve a felicidade de trazer para a sua banda o David Copperfield das seis cordas, Steve Vai (discípulo de Frank Zappa, que substituiu outra entidade chamada Yngwie Malmsteen no Alcatrazz e posteriormente integrou o Whitesnake).
Juntos, compuseram o álbum chamado Eat ‘Em and Smile, lançado em 1986. Em quanto isso, o Van Halen lançava com Sammy Haga, seu novo vocalista, o álbum 5150, que para muitos, bem mais inferior que os anteriores, (e que na minha modesta opinião, foi mais pela economia de Eddie nas guitarras do que pela ausência de David).
Em Eat ‘Em and Smile, acredite, Steve Vai faz a guitarra falar logo na primeira música chamada Yankee Rose, daí para frente amigo, mesmo que você não seja fã de virtuosismo, fique tranqüilo, a música vence. A sintonia e a performance da banda, salta ao ouvidos. Steve e Billy, são um show a parte, ora duelando com seus respectivos instrumentos, ora tocando em uníssono na velocidade da luz. Quanto a David, tomando as palavras do Capitão Nascimento, David está um fanfarrão, pois percebesse que ele está adorando tudo aquilo.
Ta, agora que você perdeu seu tempo nessas mal traçadas linhas, corre arranjar um jeito de baixar logo esse cd vai.
O caso dos irmãos Naves, um filme que retratou o que muitos dizem ser o maior erro judicial que ocorrerá no Brasil.
O ano de seu lançamento foi em 1967, extraído da obra: “O caso dos irmãos Naves” de JOÃO ALAMY FILHO. Destaca um elenco muito qualitativo entre os mais conhecidos: Anselmo Duarte, Raul Cortez, Juca de Oliveira, Sérgio Hingst, John Herbert, Lélia Abramo com direção de Luís Sérgio Person e produção:Mário Civelli, Glauco Mirko Laurelli, Luís Sérgio Person, Lauper Filmes e MC Filmes e com o grande roteirista Jean-Claude Bernardet.
O filme é em preto e branco, duas cores clássicas, sua historia tem início na cidade de Araguari (MG) que hoje tem cerca de 110.000 habitantes, o ano é o de 1937 em pleno Estado Novo com a instauração do regime ditatorial de Getúlio Vargas, vive-se um grande caos no país, principalmente nas áreas da economia e dos direitos humanos, o enredo conta o desaparecimento de Benedito Pereira Caetano, comerciante, tinha como sócios seus primos os irmãos Naves, Sebastião José Naves (Juca de Oliveira) e Joaquim Rosa Naves (Raul Cortez). Os irmãos dão conta do desaparecimento, denunciam a policia, então começa as investigações. Por pressão da sociedade para acharem um culpado a policia acaba culpando os irmãos, são torturados até assumirem o crime, constituem como advogado de defesa João Alamy Filho(John Herbert), começando assim toda a trama, os acusados sem crime por juri popular que ao final Benedito Pereira Caetano reaparece, não seria muito interressante contar os detalhes, pois assistam ao filme... Ele é rico, atuações dos atores são ótimas, de um portugues bem falado e narrado, foi vencedor do Festival de Brasília 1967, com o Troféu Candango nas categorias: melhor roteiro e melhor atriz coadjuvante (Lélia Abramo), indicado ao Gran Prix no festival de Moscou 1967, em 1968 é considerado o melhor filme do ano pela crítica, em 1972 fez grande sucesso em Nova Iorque, impressionando a crítica local.
Certamente Araçá Azul e a obra mais ousada do cantor e compositor Caetano Veloso, que abusa de todos os ingredientes Tropicalistas. Lançado em 1973, este disco e a síntese de um artista a frente de seu tempo que escancarou ainda mais todas as suas influencias artísticas, pois antes deste álbum já havia registrado obras do calibre de ‘’TRANSA’’ e ‘’TROPICALIA’’.
Os arranjos de Rogerio Duprat e a participação de Edith Oliveira, mais conhecida como Dona Edith do Prato, evidenciam a erudição e bom gosto desde grande artista. Com um apanhado de referencias suas letras flertam um universo poucas vezes explorado.
O disco não foi compreendido e consequentemente se tornou um fracasso comercial. Quase 40 anos depois, o álbum ainda e forte e visceral, mas certamente, ficara escondido em meio a tantas bobagens de nosso tempo.
Steve Jobs é um verdadeiro HD que jamais poderá ser apagado, servindo de plataforma para as novas formações e tecnologias do futuro.Servindo a sociedade para a modernidade que o gênio da maçã poderia produzir.Com a carga da mudança de vida de muita gente.
Filho de mãe solteira, que logo em sua infância queria colocá-lo para adoção e assim pudesse ter uma vida melhor com seus adotantes, deste modo ter acesso a escolas melhores, foi inscrito por fraude matriculado em uma escola caríssima que minava toda a riqueza de seus pais. Em apenas um semestre já descobria o gênio que havia dentro dele, mas resolveu parar para poupar seus pais.Começou a assistir aulas avulsas e dormia no chão dos quartos de alguns amigos, tinha dificuldades até para se alimentar.
Em uma de suas falas num discurso célebre, uma legendária palestra como paraninfo de formandos da Faculdade de Stanford em 2005: “Vocês não podem conectar os pontos olhando adiante e sim olhando para trás, e quando vocês tem que confiar que os pontos vão se conectar no futuro, vocês tem que confiar de algum modo em alguma coisa seu intestino, seu destino, a vida, carma seja lá o que for, isso nunca me fez desistir e fez toda a diferença de minha vida. É preciso descobrir aquilo que amamos, isso vale tanto para a vida afetiva quanto para o trabalho, o trabalho ocupa uma parte substancial de nossas vidas. Caso não encontrarem aquilo que amam continuem procurando, não se contentem com menos que isso... “Há oportunidade ler o texto na integra que provavelmente pode ser encontrado na internet e de preferência é bom ler em um Ipad.
Ontem ao ouvir a coletânea dos Titãs chamada 84/94 percebi algo que ainda não havia percebido, ou seja, a genialidade de seus integrantes ao compor músicas com pouquíssimas palavras. São dois exemplos. O primeiro é O QUÊ (do antológico álbum Cabeça de Dinossauro) música composta por Arnaldo Antunes (o grande cabeça pensante da banda em minha modesta opinião). Nessa música, Arnaldo consegue dar um nó na cabeça do ouvinte, coisa de louco mesmo. Vale ressaltar também a sensacional linha de baixo tocado por Nando Reis.O Segundo exemplo é NÃO É POR NÃO FALAR ( do álbum Tudo ao mesmo tempo agora), música creditada aos Titãs (não cita um integrante específico). Essa capacidade de esmiuçar e sintetizar as palavras, já vem lá de trás, como pode se notar em Why Don’t We Do It In The Road, música dos Beatles do Álbum Branco.
Não me lembro onde ouvi ou onde li o mestre Chico Buarque dizendo que a letra não é de forma alguma mais importante que a música. Levando em conta que o Chico é sem dúvida o maior letrista da música brasileira, soa até estranho.
Não sou especialista em cinema, tampouco no gênero documentário, mas certo dia, por acaso, assisti a um filme chamado "A janela da Alma" dirigido por João Jardim e Walter Carvalho, neste documentário várias pessoas entre personalidades do cinema, da poesia, da literatura, da fotografia e da música, além de anônimos, todos com algum grau de miopia até a cegueira total, falam da sua relação com a deficiência visual e como veem o mundo e a si mesmas. Mas do que um simples documentário sobre um problema de ordem física, temos diferentes visões sobre o mundo e o próprio ser humano na sua relação com o outro e consigo mesmo. Essa pequena obra prima nos revela de que forma são construídas as subjetividades e nos faz refletir sobre a nossa própria capacidade de ver e refletir sobre o que vemos. Entre as entrevistas vale ressaltar as de personalidades como a do escritor português José Saramago, do cineasta alemão Wim Wenders e do músico brasileiro Hermeto Pascoal, são belas reflexões sobre as diferentes formas de enxergar o mundo, seja através da visão ou de outros sentidos que supram a sua falta ou deficiência.
Alfredo Jose da Silva, mais conhecido como Johnny Alf, o mestre da voz e precursor da bossa.Deixou um legado maravilhoso e cheio de clássicos que moldaram o desenvolvimento do estilo que virou sinônimo de boa musica.
O disco NOS foi meu primeiro contato com a obra deste gênio. E não haveria como começar melhor, pois nele temos a oportunidade de transitar por caminhos intensos, sofisticados e pouco explorados, que nos remetem a uma sensação de exclusividade e de raro prazer.Não da para ficar indiferente a sua voz e ao seu piano que moldam cada frase das canções do álbum.
Ivan Lins faz uma participação especial neste clássico e deixa explicita a nascente de sua fonte. Muitos outros se inspiraram no mestre, inclusive outros mestre como TOM JOBIM E JOAO GILBERTO. Agora da para ter uma ideia do que foi esse período recheado de criatividade.
Dois irmãos é o título do segundo livro do escritor e professor de literatura da Universidade Federal do Amazonas, Milton Hatoum. Esse livro deu a ele o Prêmio Jabuti de 2000 (o segundo dos três livros vencidos por ele no mesmo prêmio). Milton Hatoum é descendente de libaneses e essa característica o influenciou ao compor os personagens de Dois Irmãos.
A história se passa na cidade de Manaus (mas o autor também menciona o sul do Líbano que é de onde veio a geração anterior e São Paulo, destino de um dos personagens). O livro começa pelo fim, ou seja, nos anos 60, voltando para os anos 20 e retornando para os anos 60. Outra curiosidade é a discrição do narrador (o livro é em primeira pessoa), pois só sabemos seu nome quase no fim.
Nos 12 capitulo, Hatoum descreve com uma linguagem bastante acessível, a decadência de uma família, que tem como personagens principais os dois irmãos gêmeos, Yaqub e Omar, que possuem personalidades completamente distintas, fato esse que contribui para um sério problema de relacionamento.
Fica aqui a dica pra você que quer ler um livro de altíssima qualidade literária e com uma linguagem bem simples.
Aqueles que, assim como eu, são amantes do bom e velho rock´n´roll e possuem um repertório mais variado com certeza conhecem bandas de diversas partes do mundo, mas a grande maioria, se não todas, cantam em inglês. O domínio do idioma inglês não só no campo artístico como em outros não é nenhuma novidade e tampouco vou aqui explicar as causas e consequências, não é esse o meu propósito. Enfim, desde muito tempo sempre me interessei por outras culturas e naturalmente por outros idiomas, foi motivado por este interesse que comecei a pesquisar sobre bandas que cantassem em seu idioma nativo, comecei pelo francês, idioma no qual encontrei grandes bandas, mas foi quando comecei estudar alemão que fui pesquisar sobre bandas que cantassem no idioma alemão e foi então que decobri uma banda muito interessante, não que seja a melhor a cantar na sua língua mãe, afinal ,quanto a o som em si, está longe da qualidade do Novalis, mas o que me chamou a tenção foram as letras que, apesar de na época ainda engatinhar no idioma ,me chamaram a atenção. O Ton Steine Scherben, de quem estou falando, foi uma banda dos anos 70 que incorporou o espírito político da época em suas letras, com uma linguagem panfletária e um som agressivo pregavam a revolução socialista, influência visível dos movimentos de esquerda que literalmente incendiaram a Alemanha nas décadas que se seguiram ao pós - guerra. É legal ver como a juventude daquela época se apegava a um ideal, mesmo que utópico e muitas vezes contraditório, enquanto hoje o único ideal que habita mentes e corações é o consumo desenfreado, fruto de um vazio existencial assustador, ou como a banda em questão falava em uma de suas letras: Der Traum ist aus.
Já faz um tempão, era final de Domingo e já estava prestes a desligar a tv e me recolher, quando decidi mudar o canal para a Tv Cultura. Percebi que seria exibido o show de Stevie Ray Vaughan. Um amigo meu já havia mencionado seu nome, dizendo que se tratava de um exímio guitarrista. Esse show foi gravado em 1983 no Canadá em um famoso bar chamado El Mocambo ( o dvd chama-se Stevie Ray Vaughan live at the El Mocambo).
Nessa época, eu já tinha minha guitarra (e a tenho até hoje) e confesso que depois de ter visto a performance de Stevie, pensei até em vendê-la e comprar um pandeiro, para tentar a carreira de pagodeiro (é claro que estou brincando, pois odeio esse gênero musical). Stevie era um cara que não se poupava como alguns artistas que escondem o jogo até o grand finale. Logo de cara, após a apresentação de uma espécie de mestre de cerimônias, (não se vê quem apresenta, apenas se ouve a voz) ele entrou tocando a frenética Testify. Para mim aquilo foi como uma patada, nem consegui ficar mais deitado (assisti o show inteiro sentado na cama). Stevie não deixou de homenagear seus ídolos, turbinou Voodoo Chile e barbarizou sua guitarra em Third Stone from the Sun , ambas de Jimi Hendrix. Alías, uma das coisas em comum entre Stevie e Hendrix, era justamente a fúria e a paixão com que ambos empunhavam suas guitarras.. Para eles, cada show era como se fosse o último. Mas o ápice de sua performance ocorre em Texas Flood, é nela que Stevie deitou e rolou, fazendo com que meu queixo fizesse companhia aos meus pés. Infelizmente, para Stevie, seu último show foi sete anos após de El Mocambo. Em 27 de Agosto de 1990, após retornar de um show onde havia dividido o palco com Eric Clapton, Robert Cray e Buddy Guy, o helicóptero onde viajava Stevie e membros da equipe de Clapton, colidiu com uma pista artificial de ski, dando assim fim ao músico que revigorou o blues, que já dava sinal de cansaço.
As dimensões deste festival que, sem duvida nenhuma e um dos maiores festivais de musica do mundo, são impressionantes. Os mais diversos estilos musicais já passaram pelo palco das quatro edições realizadas no Brasil, (houveram outras seis edições realizadas em Lisboa e Madri, mas vamos nos ater somente nas realizadas abaixo da linha do Equador).
Já na primeira edição, ficou claro que Roberto Medina não estava para brincadeira. Prova disso e a escalação de SCORPIONS, IRON MAIDEN, QUEEN, OZZY OSBORNE, AC/DC e YES para ficar somente nos representantes da musica pesada, pois também tivemos grandes nomes como JAMES TAYLOR, GEORGE BENSON e AL JARREAU, representando a parte mais calma do festival.
Em 91, foi a vez do GUNS N’ ROSES, FAITH NO MORE, MEGADETH, JUDAS PRIEST e SEPULTURA roubarem a cena e deixar os ‘’headbangers’’ com a alma lavada.
Os representes da musica pop também marcaram presença e fizeram valer o ingresso. Quem não se lembra do INXS, INFORMATION SOCIETY, SNAP e GEORGE MICHAEL?
Na terceira edição, realizada em 2001, novamente tivemos IRON MAIDEN, GUNS N’ ROSES e JAMES TAYLOR, mas sem o mesmo brilho de outrora. Em compensação, tivemos a apresentação memorável do R.E.M e a ‘lenda’ NEIL YOUNG.
Vale lembrar que em todas as edições, tivemos os mais variados (e contestados) artistas nacionais que em muitos casos foram injustiçados. IVAN LINS, GILBERTO GIL, TOM ZE, PEPEU GOMES, BARAO VEMELHO, MILTON NASCIMENTO, CASSIA ELLER, CAPITAL INICIAL e, pasmem, SANDY E JR. Talvez um dos principais responsáveis por difundir o termo (R.I.R ).
A quarta edição ainda não acabou, mas fica claro que a importância do festival continua intacta.
Foi a sensação que tive ao terminar a leitura da última linha de Vinhas da Ira. Livro publicado em 1939, cujo autor é o norte-americano John Steinbeck, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1962. Nesse livro, Steinbeck descreve a saga da família Joad, que em razão da grande depressão de 1929 deixa para trás as terras que ocupava em busca da sobrevivência. A mão de obra arcaica da família já não acompanha o progresso (tratores e máquinas no processo de aragem da terra para o plantio) implementado pelos donos das terras.
É durante a viagem rumo a Califórnia (destino sugerido por um panfleto onde dizia que havia muitos empregos em pomares) a bordo de um velho automóvel que ocorrem os maiores momentos de angústia e tensão. Escassez de dinheiro, saúde debilitada, humilhações, entre outras coisas, dá um tom trágico ao romance e faz com que o leitor sinta-se como um ente da família, tamanha a compaixão que essa nos inspira. Mas os Joads diante de tantos obstáculos e privações, nunca perdem a garra e a esperança e são sempre liderados pela Mãe (uma personagem brilhante), que toma o posto de chefe da família que até então era do Pai.
Não tem como ao ler essa densa obra e não sentir que pior que você imagine que sua vida esteja, ela é ainda bem melhor do que muitas por aí afora.
Para alguns, essa minha afirmação pode parecer conformismo com a desgraça alheia, mas sempre que eu fechava o livro e voltava à atenção a minha vida, me vinha uma sensação de alívio, por não ter passado por isso (haja vista que a obra foi baseada na crise de 1929, onde inúmeras pessoas suicidaram-se ao reconhecer que perderam tudo).
Temos no poema psicologia de um vencido um eu - lírico que se descreve como monstro e que desde sua origem sofre uma má influência. Através de imagens negativas como “monstro de escuridão e rutilância” e “profundíssimamente hipocondríaco” temos os suportes expressivos de subjetividade que correspondem à individualidade do sujeito lírico, de acordo com a descrição hegeliana de poema lírico. Porém em Augusto dos Anjos não temos uma poesia harmônica e sim uma tensão constante com um ambiente repulsivo a os olhos do eu - lírico.
Essa visão negativa do ambiente está também presente no poema versos íntimos em que uma vez inserido no meio degradante o indivíduo sente a necessidade de adaptar-se a ele. Há na poesia de Augusto dos Anjos heranças de Baudelaire à medida que tenta restabelecer os mistérios inerentes à experiência humana em contraposição a pretensa objetividade científica através do uso de uma linguagem em que termos científicos são inseridos no texto poético. A visão negativa do eu lírico está também presente no poema vítima dodualismo no qual o eu – lírico se considera “um ser miserável entre os miseráveis” logo no primeiro verso, além de revelar, já a partir do título, os antagonismos presentes na obra do autor que, de acordo com o pensamento de Adorno são reflexos dos antagonismos da sociedade contemporânea na qual o poeta está inserido e que se refletem na sua poesia.
O ano era 1998. Eu freqüentava uma loja de discos muito bem conceituada (nada de merchandising). Lá havia sempre novidades, ou seja, cds importados que deixava qualquer aficionado por música (o meu caso) completamente sem noção do seu orçamento (não foram poucas vezes que gastei muito mais do que podia). Num desses dias, entrei por acaso na loja para fazer uma hora enquanto aguardava os ônibus esvaziarem. Fiquei ali, olhando despretensiosamente as prateleiras, quando encontrei um cd chamado Sheik Yerbouti do Frank Zappa. Dias atrás, eu havia lido uma extensa matéria sobre o artista em questão e não pude conter minha curiosidade em relação ao mesmo. Não deu outra, o retirei da prateleira e me dirigi ao caixa. Minha curiosidade se aguçou ainda mais, quando o vendedor abriu um largo sorriso dizendo que aquele era um grande disco.
Cheguei em casa e já o coloquei para tocar. A primeira música: I Have Been in You, me chamou a atenção por causa de sua voz grave, mas daí pra frente, só foi decepção. As dezessete músicas seguintes foram torturantes.
Tirei o cd do aparelho pensando se eu o jogava no chão para pisoteá-lo, mas como era importado e havia me custado um valor considerável, optei em deixá-lo desprezado num canto da minha estante.
E lá ficou, até que um dia, curtindo uma fossa daquelas (eu havia tomado uma bota histórica de uma mina), resolvi ouvir música pra ver se me sentia melhor. Fiquei um bom tempo tentando encontrar um cd que me fizesse me sentir mais aliviado, mas não encontrava nada. Por acaso, encontrei o pobre Zappa, ali implorando por mais uma chance. E foi o que fiz.
O que posso dizer é que além dele me retirar daquele estado lamentável, pude perceber toda a força de sua música. E olha que eu só estava ouvindo um disco (que foi o mais comercial dele diga-se de passagem). Lá tinha letras irreverentes harmonias pra lá de complexas (dodecafonismo) e uma maneira pouca ortodoxa de tocar sua guitarra.
Esse fato me serviu para a vida, afinal de contas... A primeira impressão não é a que fica.
Os dois contos abordam temas comuns como a relação entre hipocrisia e mentira como meios para alcançar o reconhecimento público e a ascensão social dentro de uma sociedade na qual a hipocrisia é tratada como valor positivo e onde a fraude é regra para a obtenção do reconhecimento e desvalorização do trabalho. Em teoria do medalhão os conselhos do pai ao filho no sentido de que este não tenha idéias próprias, resumindo-se a repetir as dos outros, constitui o reconhecimento da mediocridade como valor positivo dentro da sociedade.Em O homem que sabia javanês Lima Barreto aborda os problemas de uma sociedade pós-escravista na qual o trabalho adquire um valor negativo, ainda associado a o negro e, portanto, não digno ao homem branco. Se no conto de Machado de Assis podemos presumir que a mediocridade é inerente a sociedade e a qual o indivíduo deve se adaptar para obter reconhecimento, no conto de Lima Barreto temos a ascensão social e o reconhecimento público obtidos pela fraude, assim como a idéia de superioridade nacional baseada no mesmo princípio. Em ambos os contos temos a figura do intelectual, porém abordados de formas diferentes, em Machado temos a sua imagem dissociada dos valores sociais, em Lima Barreto este é tratado como autoritário e exibicionista. Em ambos os contos temos a desvalorização do conhecimento empírico, Lima Barreto problematiza um problema já percebido por machado e que persiste na sociedade brasileira.
Penélope Cruz e Carmen Maura (que volta a trabalhar com Almodovar após um intervalo de 18 anos) expressam as ideias do diretor com muita classe e se encaixam perfeitamente em seus personagens, pois põem em pratica toda a elegância imaginada pelo mestre espanhol.
Certa vez Almodovar declarou que as referencias em seus filmes são espontâneas, mas não consigo deixar de perceber influencias claras do neorrealismo Italiano e do mestre do suspense Alfred Hitchcock.
Este filme certamente não e o melhor Almodovar, ainda fico com o excelente Fale Com Ela, mas e inegável seu estilo melodramático, cheio de segredos e descobertas que deixam a trama ainda mais envolvente.
MPB4, grupo vocal que ficou conhecido por acompanhar Chico Buarque nos festivais dos anos 60, principalmente depois da famosa versão de Roda Viva, música na qual fazem o acompanhamento naquela que talvez seja a introdução mais primorosa da música brasileira. Esses, hoje quatro senhores, conseguem inovar qualquer canção com suas vozes afiadíssimas. Entre uma das canções inesquecíveis desse grupo está "A lua", simplesmente linda; para quem não conhece vale a pena se aprofundar um pouco na carreira desses senhores, mais uma daquelas pérolas da música brasileira esquecidas pela grande mídia.