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terça-feira, 29 de novembro de 2016

Kool Of Metal Fest 27/11/2016 Teatro Mars







O Festival Kool Of Metal Fest, mesmo não sendo realizado regularmente, mantém seus princípios intactos, pois permanece com a filosofia do D.I.Y. (Faça você mesmo). Sempre prestigiando bandas com trajetória semelhante a sua - e com um trabalho muito bem feito para os que gostam de um som mais agressivo. Essa edição foi realizada no Teatro Mars, que possui disposição de espaços bem particular. Logo de cara, ao adentrar ao recinto - bateria, microfone e os caras do Test no meio da pista. Como de costume chegam de fininho para desestabilizar qualquer possibilidade de calmaria. Mesmo com pouca gente para assistir à apresentação do Duo, a insanidade jorrava pelos auto falantes...alguns podem questionar o fato dos caras não estarem no cast oficial, mas quem se importa?! Afinal desde sua primeira apresentação "não oficial" na porta do Carioca Club,  essas aparições surpresa são praticamente obrigatórias - e isso certamente enriquece ainda mais o Fest e a cena.
A essa altura, uma fita de isolamento já permanecia devidamente esticada no palco, e os caras do Criminal Mosh já estavam se aquecendo para dar continuidade aos trabalhos - E tenho que confessar que possuo um carinho especial por esses caras, pois reúnem elementos presentes em pouquíssimas formações . Com "pegada" e "visu" na linha Body Count e Suicidal, mesclam letras e atitude com temática explícita  sobre a periferia e a violência cotidiana. Para comprovar o que estou falando - a apresentação começou com uma introdução dos Racionais. Merecida a escalação dos caras para o evento! Moshes e circle Pits insanos deram o tom da apresentação. Marcelo Mosh Rat levou as últimas consequências sua performance, com uma voz mais limpa e com alguns agudos não perdeu um milímetro em violência. Acompanhado de uma "cozinha" nervosa, sons como "Violência Explicita" e "Despertar dos mortos" deram a tônica do que foi mais essa performance. Saíram do palco muito aplaudidos.
Na sequência mais um "duo" - com um som mais obscuro e denso - o Paranoia Oeste  que possui uma pegada muito violenta, fez o público assistir sua apresentação com mais atenção, pois não estamos falando de um som fácil. Abusando de afinações variadas e vocais insanos - me fez lembrar uma mistura de Ministry e Celtic Frost. Pois é, o som dos caras tem que ser degustado em doses homeopáticas.
O Urutu só pelo nome já chama a atenção, pois trata-se de uma cobra muito venenosa. Contando nos vocais com Tiago Nascimento do D.E.R. O som do Urutu foge totalmente da pegada grind. Os caras fazem um som com elementos metal/punk. Veneno perfeito para atacar aos que os assistiram. Mais uma apresentação bem legal.
O variedade de estilos continuou dando as cartas e agora com o Black Coffins no palco o Death Metal brutal foi a bola da vez. Com uma postura bastante agressiva e um som pesadíssimo agitou os mais afoitos e tiveram uma resposta muito positiva por parte do público.
Com o sol já se pondo o Flicts e seu punk energético contagiou a todos. As rodas voltaram a se abrir e todos cantavam os refrões de cada música a plenos pulmões. Vinte anos de história muito bem contados!
Bom, confesso que inclusive por parte desse que vos escreve havia uma certa ansiedade já que teríamos a oportunidade de presenciar a única apresentação do Possuídos Pelo Cão em Sampa. Desde de muito cedo Túlio (D.F.C.) e Pedro Poney (Violator) circulavam entre a galera "trocando ideia"  e "tomando umas"... voltando a apresentação...insanidade é o termo mais próximo para definirmos o que se passou no Teatro Mars a partir de então - stage dives insanos e circle pits foram realizados das formas mais malucas que se possa imaginar, inclusive com muitos utilizando pranchas bodyboard para realizar os mergulhos. Musicas do disco "Possessed To The Circle Pit" e até uma versão para "Prowler" (clássico de vocês sabem quem!),foram apresentadas. O encerramento com "Semen Churchs"(referencia mais que óbvia ao clássico do Possessed), foi o tiro de misericórdia. Apresentação memorável!
Era a vez dos suecos do Dr. Living Dead fazer com que a pista do teatro Mars permanecesse em altas temperaturas. Já se passaram quase oito anos, desse de sua última passagem pelo Brasil (quando tocou no saudoso Fest "Night Of Living Thrashers"), e os caras ficaram ainda melhores e conduziram o show com domínio que só possui quem vive na estrada. Divulgando seu Mais recente álbum "Crush The Sublime Gods", não ficou pedra sobre pedra, e com um enorme carisma os suecos mantiveram o publico na mão. Houve tempo até para uma homenagem ao Sepultura com o Clássico "Inner Self". "U.F.O Attack" já o classico dos caras, e foi o encerramento perfeito para mais essa apresentação dos suecos. Apresentação perfeita!
Acham que acabou?! Claro que não! João Gordo, Jão, Juninho e Boca estão em plena forma e dessa vez tocariam o disco "Anarkophobia" na integra! Com clássicos como "Sofrer", "Mad Society" e "Igreja Universal" - impossível não ser bom. Ainda deu tempo para rolar outros clássicos como "Aids POP e Repressão", "Amazônia Nunca Mais" e "Crucificado Pelo Sistema". E da-lhe Mosh e circle Pits - parecia que a galera estava realmente possuída.
A interação entre público e bandas foi exemplar e o empenho dos organizadores para que nada desse errado é digno de nota. Agora é esperar que o pescoço e as dores no corpo passem logo e que não demore por uma próxima edição do Festival. Vida longa Kool Of Metal Fest!



(Texto:Roberio Lima)

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