Destaques

terça-feira, 3 de abril de 2018

S.F.C Grind Gore diretamente de Lima Peru devastando Tímpanos na Tour pelo Brasil








A banda Peruana de Grind/Gore S.F.C da cidade de Lima no Peru iniciou o ano de 2018 realizando uma turnê pelo Brasil entre os messes de Janeiro e Fevereiro , formada por Joel , Alice Vomiterror , Nestor e Kevin a banda realmente deu uma aula de som extremo por todas as casas de shows , festivais e espaços culturais por onde passaram nesta entrevista com o baterista Joel Noise Attack , podemos conferir um pouco da história da banda além de suas visões sobre a cena underground e diversos outros assuntos confiram como foi conversar com estes Hermanos do rock veloz.










1-(Salada Itinerante) A banda S.F.C  foi formada a um certo tempo , quando vocês criaram a banda qual era a intenção de vocês, hoje como vocês vem a trajetória de vocês ?


1-(SFC) Sxfxcx foi formada aos finais de 2004 por Alice Vomiterror e eu, Joel Noise Attack, inicialmente o nome foi fetid corpse, logo 2005 trocamos o nome por smelling fetid corpse, a ideia inicial era fazer goredeath ou goregrind de som old school e conteúdo nitidamente gore e horror ao estilo de Impetigo, mas conheciamos muitas outras influências que rapidamente fizeram trocar ideias ,conteúdos, sons e tal.
A banda teve muitas mudanças de integrantes porque Alice e eu somos quem fazemos as musicas líricas, contatos e dirigimos basicamente a banda.
A trajetória da banda tem mais de 10 anos e não sei o que pensar, seguimos fazendo barulho e aprendendo muito da contra cultura e o underground. O som e o mesmo temos muitos contatos e mais amigos que curtem e isso e legal, o que mais valorizamos é a amizade e as experiências de conhecer pessoas envolvidas com honestidade nesta cena.





2-(salada itinerante ) O S.F.C  tem como temática principal a exploração do homem sobre os animais e sobre o meio ambiente , como funciona o processo de composição e produção das musicas que a banda produz ?


2-(SFC) Então, SxFxCx tem etapas diferentes ate hoje fazemos umas musicas gore, horror, historias de assassinatos com a ideia de mostrar pro público a perversão humana, além de criar ou escrever historias de animais atacando pessoas ou cazadores toreros (venganza animal) muitos em duplo sentido.
As maiorias das músicas estão focadas na liberação Animal, líricas contra o abuso exploração consumo e escravidão de animais.
Outras musicas falam da problemática social, contra a discriminação, contra a violência guerra, critica ao governo ou política.
Então a gente faz as líricas sobre uma base musical, pra compor as líricas Alice e eu nos juntamos e falamos de temas diversos e pensamos que lírica pode dar certa para as bases musicais.













3-(Salada Itinerante) Atualmente vocês estão passando pela  turnê pelo Brasil  como esta sendo a repercussão desta turnê ?


3-(SFC)Essa turnê pra mim é das melhores experiências que já vivemos como banda, junto a Alice, Nestor e Kevin, cada data cada amizade antiga e nova é parte de uma inesquecível nova experiência, finalmente tocamos 24 datas num mês e meio. TODAS AS DATAS SÓ SUCESSO!!!






4-(Salada Itinerante) Como funciona a cena de Hardcore e grind core da cidade de Lima (Peru) local de origem do S.F.C?


4-(SFC)Peru é um pais de 30 milhões de habitantes, mas é muito centralizada na capital Lima, são quase 10 milhões de habitantes mesmo e ainda assim a cena e bem pequenininha, não existem mais bandas de grindcore, nos show compartilhamos com bandas de hardcore, punk, metal, stoner. Etc. eu acho bem jovem a cena de Lima e de Peru em geral mesmo.









5-(Salada Itinerante) Como funciona o processo de composição e produção de novas músicas da banda ?


5-(SFC)Então eu faço as musicas todas ate hoje, sempre tenho musicas feitas ou bases feitas, muitas já estão gravadas muito tempo antes de ser lançada, no ultimo Álbum “Apathy” regravei musicas que tinha guardada inéditas desde o 2006 a maioria são bem antigas, agora mesmo tenho outras 30 musicas  de bateria gravadas em estúdio para gravar guitarras baixo escrever líricas e tudo mais a ideia e lançar novo álbum neste mesmo 2018,  grindcore e só pra maníacos rs.



6-(Salada Itinerante ) Na atual turnê que vocês estão realizando , vocês estão contando com o apoio de diversas bandas de amigos aqui do brasil da cena local , como vocês veem a cena underground nacional e quais as bandas atualmente que vocês mais admiram?

6-(SFC) Muitas pessoas e amigos lá falam que a sua cena é pequena, ou tem pouco apoio, mas eu acho totalmente o contrário, principalmente no interior de SP ouvi falar.
Mas eu e os moleques de sfc percebemos uma grande união e apoio, tem bandas fudidas em cada cidade que tocamos, e tem galera ativa que apoia.
Brasil tem muito barulho da ora, Expurgo, Facada, Hutt, Plages Rages, Subcut, Rusga!, Rot, Xico picadinho, Your Lies In check, poluição sonora gratuita, Western Days, Hubris, Homicide, Sengaya, muitas muitas as bandas além das legendarias de noisecore e noisegrind Noise, Sifilis, Síndrome de Odio, Menstruation, industrial holocaust.
Admiro muitas bandas, mas principalmente as pessoas das bandas e as suas ideias.










7-(Salada Itinerante ) Os vocais de Alice Vomiterror são realmente impressionantes , um gutural violente e extremamente técnico , quais são as principais influências da vocalista do 

S.F.C ?

7-(SFC)Alice tem a influencia de death metal old school, e grind clássico. Oscar Garcia de Terrorizer, David Vincent de Morbid Angel, Stevo Dobbins de Impetigo, esses vocais influenciaram o seu inicio.



8-(Salada Itinerante) Vocês gravaram um Split ao lado da então finada banda N.O.I.A “Correntes da Tirania” , de onde surgiu a ideia de gravar este material e como  foi viver esta experiência ?


8-(SFC) Falando com os manos do NOIA pensamos fazer o Split já tínhamos uma boa amizade o mínimo era fazer esse material juntos, adoro os manos de NOIA(rip )








9-(Salada Itinerante) De onde surgiu  a ideia do baterista Joel Alvarez de tocar com uma toca ninja e por qual motivo ?


9-(SFC)A Ideia e representar o Animal Liberation Front, pra mim é uma homenagem para esses guerreiros que lutam pelos direitos dos animais.




10- (Salada Itinerante) Quais os planos do S.F.C para o segundo semestre de 2018 o que podemos esperar ?


10-(SFC)Voltamos por Peru e vamos guardar um tempo sem tocar, vamos fazer esse novo álbum que comentei, esperamos lancar em julio ou agosto.












11-(Salada Itinerante)  Para finalizarmos deixem um recado pra galera que curte um som  extremo?


11-(SFC) Foi muito prazerosa pra mim esta entrevista muito obrigada.
Galera muito obrigada pelo apoio, adoramos a cena brasileira, somos gratos com cada pessoa que apoia o movimento underground, apoiem cada show cada movimento, não parem de lutar, Já retornaremos para seguir fazendo barulho e compartilhando, UN ABRAZO Y UM BEZO DE CORAZON SxFxCx



SxFxCx - "Animal Traffic" [Official Music Video]









Formação Atual  S.F.C
Alice Vomiterror (Vocals)
Joel Noise Attack (Bateria)
Nestor (Guitarra)
Kevin (Baixo)


Links
Video oficial no youtube
https://www.youtube.com/watch?v=kIaEPnAfZQY
Canal no youtube
https://www.youtube.com/channel/UCNxh3jCGdTcx6eE_Wzz6VXg
Contato Joel Alvarez
https://www.facebook.com/NOISEATTACKGRINDER?ref=br_rs
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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Quinta Travessa , Mistura de Influencias Sonoras , Muito Peso e Muita Atitude.




Formada em 2008 na zona leste de São Paulo a banda Quinta Travessa  é a Junção do ritmo

das ruas com o peso das furiosa guitarras do metal.
Influenciada por bandas de Nü metal dos anos 90/2000 a banda se mantém firme na proposta de levar está junção de forma que o estilo permaneça vivo,
como podemos ver em seu recente clip lançado intitulado de "CALA A BOCA"











Quinta Travessa é:

Erick Silva - Voz
Thiago Legramandi - Guitarra
Rafael Moreira - Baixo
Daniel Lucena - Bateria

Videoclipe: CALA A BOCA"
 https://youtu.be/V0XNUn-DH_s












YouTube:
https://www.youtube.com/user/

Facebook:
https://www.facebook.com/quintatravessa/

Instagram:
Instagram.com/quintatravessa

Contato para show:
(11) 96757-4318
bandaquintatravessa@hotmail.com

Fonte (Igor /Banda Quinta Travessa)


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Fatboy Slim - You´ve Come A long Way, Baby











O Final da década de 1990 foi peculiar. O Clima por conta da virada do milênio fez com que muitos alimentassem a idéias de mudança brusca, fantasiando uma sofisticação tecnológica que beirava as histórias de ficção científica. Essa foi a geração Matrix, a mesma geração que via na música eletrônica o futuro. Por conta disso, grupos que antes formavam um gueto cyberpunk, agora comandavam a musica POP, vide o sucesso que o Prodigy atingiu. Mas ninguém foi mais bem-sucedido nisso que o DJ/produtor Fatboy Slim, que juntou um punhado de boas composições no já clássico ``You´ve Come A Long Way, Baby´´. O épico dançante ``Right here, Roght Now´´, abre o álbum com um ousado sample de James Gang, banda tradicional de Rock N´Roll que nada interessava os fãs de e-music. Em compensação, a sensacional ``Gangster Tripping´´, com seu groove pesado herdado do Hip Hop e metais Soul Music, tem samples do cultuado DJ Shadow, um guru de produção musical eletrônica. Sem pudores ou pretensão de ser respeitado pela crítica, Fatboy Slim enche sua musica de ´´fucking´´ na sensacional ´´Fucking Heaven´´. O típico peso do Big Beat aparece na eletrizante ``Build it up, Tear It Down´´, com direito a refrão rocker pegajoso. mas nada tocou mais que a irritantemente grudenta ``The Rockafeller Skank´´, faixa que ganha o ouvinte na base da insistência. Outra música que fez bastante sucesso foi a melódica ``Praise You´´.
A sonoridade do álbum é extremamente encorpada, revelando que o Norman Cook, o homem por traz do alter ego Fatboy Slim, é também um produtor talentoso. Isso fica claro nas ótimas ``You´re Not From Brighton``, ``Love Island´´ e ``Acid 8000´´.
É possível encontrar um humor paranóico no Miami Bass da ``Kalifornia´´ e na descontraída ``Soul Surfing´´, tornando a audição do disco rápida e prazerosa. ``You´ve Come A long Way, Baby``, estabeleceu de vez a música eletrônica como expressão jovem, festiva, pesada e com apelo popular, sendo secundária qualquer outra observação.



(Texto: Marcio Alexandre)












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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Johnny Alf - Desbunde Total








Johnny Alf já era referência para os maiores gênios da musica brasileira quando concebeu o seminal ´´Desbunde Total´´. Disco gravado em 1978 e que traz o mestre um pouco mais abrangente. As composições são predominantemente de sua autoria e possuem um toque mais eclético, em comparação ao ``Nós´´ ou ``Eu e a Brisa´´. O piano é seu veiculo e sua voz é a luz que o guia em caminhos de notas e arranjos tão sofisticados, que muitos morrerão sem ter a capacidade de criar.

``Oxum´´ possui uma veia climática, e abre o disco para que as canções subsequentes preencham os espaços, envolvendo toda a sensibilidade do ouvinte, para evidenciar a genialidade de um artista que nunca deu bola para os holofotes. ``Que Volte a Tristeza`` é uma peça de beleza poucas vezes experimentada, e confesso ser uma das minhas prediletas no disco. O trabalho foi produzido por Coelho Neto e conta com arranjos de João Donato e do próprio Alf. Com essa bagagem, o disco já nasceu predestinado a clássico. Basta ouvir a álbum poucas vezes para entender que Johnny Alf conseguiu registrar em ``Desbunde Total´´ o que de mais refinado já se produziu em nossa musica. Uma obra prima!



(Texto: Robério Lima)
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terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Rod Stewart - Every Picture Tells a Story










Deixem o pré-conceito de lado, esqueçam esse Rod Stewart que se transformou num cantor de POP mequetrefe canastrão, vestido de branco, fazendo caras e bocas nos showzinhos nos cassinos de Las Vegas. Esse senhor de penteado espalhafatoso, nem de longe lembra a autêntica voz ``blueseira´´ e de soul music misturado com o melhor do rock setentista!
O ´´coveiro´´ é muito mais do que isso: ele fez um dos melhores discos dos anos 70 - provando que os anos setenta de fato é a melhor década (ever!), e nela é que eu queria ter 15 anos!...
Voltando ao disco: ``Every Picture Tells A Story´´ é um puta discaço! Não que venha ao caso, mas foi eleito um dos melhores discos de rock de todos os tempos por várias revistas especializadas. Mas ouvindo pe que a gente tem certeza que vale à pena. 
A voz inconfundível de Rod em plena forma: rasgante e cheia de suingue. Essencialmente Rock and Roll ´básico raiz, mas com um tanto de folk e blues. O disco já abre empolgado com a faixa titulo ``Every Picture Tells A Story´´, com a guitarra de Ron Wood, ``Seems Like A Long Time´´, um blues que nos faz viajar no tempo.
Tem Elvis (!!) na voz do Rod com a clássica ´´That´s All Right´´, com destaque para o ``slide´´ de Ron. Tem Bob Dylan! E por aí vai...Instrumentos geniais, tipo bandolim, o uso de violinos, arranjos belíssimos. É uma epopeia! Só ouvindo para curtir, recomendo!!
Dá para redescobrir um R.S. sensacional! Ouçam e deixem as suas impressões. hehehe...



(Texto: Anaa Duartee)
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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Coala Festival 2017 - Memorial Da America Latina 12/08/2017








Em menos de uma semana a obra de Oscar Niemayer foi pano de fundo para dois importantes festivais de música realizados na capital paulista. Se o auditório Ibirapuera foi palco para Samsung Best Of Blues – menos de uma semana depois, o Memorial da América latina foi o local escolhido para sediar mais uma edição do Coala Festival, que teria entre outras atrações Liniker e os Caramelows, tulipa Ruiz, Emicida e Caetano Veloso. Com ingressos esgotados, e uma grande expectativa por parte do público – foi possível testemunhar enorme interatividade entre os presentes, que puderam aproveitar os espaços disponíveis, desde o momento em que atravessavam a catraca de acesso - para confraternizar e fazer amigos. Afinal esse é um dos lemas do festival e está em seu DNA desde de sua criação. Vale enfatizar a questão da interatividade, pois o público estava ali, tendo esse objetivo como prioridade absoluta.
 Além das já mencionadas atrações do cast. Alguns Djs foram convocados para abrilhantar ainda mais o cast do Coala. Trazendo influencias, revisitando clássicos e tendo o espaço entre as atrações para realizar suas performances, não deixaram a peteca cair. No final, cumpriram seu papel com competência e tiveram a aprovação maciça do público que respondia a cada batida transmitida pelos pick ups. Não poderia haver reclamações, pois diversão e entretenimento foram oferecidos em abundância.
Uma das atrações mais aguardadas do festival responde pelo nome de Liniker Barros e, acompanhado de seus Caramelows, conquistou de cara os que ainda adentravam o Memorial - e muitos chegaram cedo somente para vê-los em ação. Não é exagero afirmar que o público não se decepcionou. A grande revelação da música brasileira dos últimos tempos, trouxe ao palco do Coala músicas do seu primeiro disco – o aclamado ``Remonta´´. Bastante performática e com músicas que já caíram nas graças do público, deixou os que testemunharam sua apresentação em êxtase. Talvez a única queixa, fique por conta do curto tempo da apresentação. Enfim, nem Jesus agradou a todos...
Diretamente de Belém do Para - Aíla ocupou o palco com o seu mais recente trabalho a tira colo, o disco ``Em Cada Verso Um Contra-Ataque``, lançado em 2016, e que traz à tona a inquietação da artista, seja pelo seu tom de manifesto ou pelas influencias (e são muitas!), que a artista apresenta no palco. Muitos elementos de sua terra natal e outros mais, como o pós punk e a música eletrônica são a deixa para que Aíla desfile seu discurso contestador. Ainda pouco conhecida pela maioria do público, ainda teve tempo de lembrar Wally Salomão e as Mercenárias. De quebra, passou seu recado e conquistou novos seguidores, me incluo nessa!
Já com um público bastante numeroso, Tulipa Ruiz só teve o trabalho de executar suas músicas e conquistar os presentes logo de cara. Com um carisma contagiante a artista escancarou para a plateia exatamente o que todos queriam ouvir. ``Físico´´ ou ``Jogo Do Contente´´ eram executadas com um sorriso de que não se aguenta. Para finalizar, Tulipa Ruiz chama ao palco Liniker para cantarem ``Víbora`` e ``Sushi``. Mais uma ótima apresentação.
As duas próximas atrações foram um capitulo a parte, pois sintetizaram inúmeros sentimentos em uma só emoção. Rincon Sapiência, subiu ao palco com a adrenalina ``a mil´´ e mesclou seu hip hop cheio de ``punch`` com uma pegada mais dançante. Sua escalação foi providencial por vários motivos. Manteve o clima nas alturas e não deixou o público descansar nenhum minuto. Entre as músicas Rincon se comunicava com a plateia de forma bem descontraída, e não escondia a felicidade em poder mostrar seu trabalho além das barreiras da periferia. Fato que não pode passar em branco, foi o pedido de liberdade à Rafael Braga, e que pode ser entendido como um pedido de liberdade aos muitos que se encontram nas mesmas condições. Enquanto isso, o maior bandido governa o país impunimente, vai entender esse país...
E se a atração anterior introduziu o rap nas apresentações do dia - Emicida destrinchou em partes minúsculas o estilo, e elevou ainda mais a adrenalina injetada até então. Já era de conhecimento do público que essa seria uma apresentação especial, pois haveriam participações de Fioti e Rael. Emicida, todos já conhecem, e dava para ver o quão era aguardado pela grande maioria, que naquele momento já sentiam os sintomas do cansaço, proveniente de uma maratona de quase dez horas de música. Emicida, Rael e Fioti revezavam suas performances, e com uma inquietação absurda exploravam todas as dimensões do palco e puxavam de suas memórias momentos do início de carreira e histórias dos anos de ``corre´´ que tiveram que passar para chegar até ali. Emicida já não é mais uma promessa faz muito tempo. Poderia tranquilamente ser a principal atração do Coala, mas tudo tem seu tempo e não vai demorar muito para que isso aconteça.

Encerrada a apoteótica apresentação dos músicos, a equipe técnica se apressa em retirar todos os equipamentos e instrumentos do palco. E para desconfiança geral; o deixa completamente vazio – vocês entenderam bem, “vazio! ”. É possível justificar essa mudança abrupta de cenário, pois a próxima atração preencheria o palco com 50 anos de carreira e incontáveis sucessos. Para que mais? Caetano se posiciona no palco apenas com seu violão e com sua leveza peculiar, seu número de abertura foi “ estranho amor”. Só por ae raríssimo leitor, essa apresentação já poderia ser considerada a melhor de todo o festival. Mas Caetano é Caetano! E foi um clássico atrás do outro. Todos cantavam como em uma celebração as músicas que marcaram e marcam gerações. Caetano não deixaria passar a oportunidade de mandar um ``Fora Temer! ´´. Fora isso, o público parecia estar inerte em ondas calmas só deixando se levar pela maré carregada por uma brisa de fim de tarde. Por fim, a hora de ir embora chega como o despertar de um sonho. Que outros sonhos como esse não demorem...


(Texto: Robério Lima)

Agradecimento Especial : Eccaplan Consultoria Em Sustentabilidade

http://www.eccaplan.com.br/
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sábado, 5 de agosto de 2017

Liniker E Os Caramelows - Remonta








Quando Liniker e os Caramelows lançaram o EP -``Cru´´, contendo três faixas, e gravado ao vivo no apartamento de um dos integrantes, não imaginavam a enorme repercussão que teriam com as gravações lançadas no You Tube.  A partir daí tudo foi correndo de forma á corroborar a qualidade do grupo - que iniciou uma turnê para divulgar o trabalho e que atrairia cada vez mais audiência. Nesse caso, o caminho natural seria a gravação de um disco completo que foi concebido por meio de financiamento coletivo, e que levaria o título de ``Remonta``. Nome mais que sugestivo e que propõe diversas interpretações. Tendo à frente do grupo a cantora Liniker, que prefere ser tratado com o pronome feminino por ter a possibilidade de abranger um universo mais amplo, sem limitações estéticas e criativas. O que importa nisso tudo, é que em meio a um figurino pessoal e que expressa muito de personalidade do artista, tem nas músicas do disco um apanhado muito bem montado e que evidencia a veia artística da cantora, que cresceu em meio a uma família de músicos. ``Remonta´´ pode ser considerado um trabalho completo e que extravasa os limites de gênero. Todas as músicas possuem interpretação muito particular e a cozinha conduzida pelos Caramelows é um ponto a parte! Se em ``Louise Du Brésil``, temos a vontade de arrastar os moveis da sala para dançar, em ``Tua´´, o clima melancólico nos toma de forma inesperada, até que a última taça de vinho seja ingerida...uma interpretação belíssima e arranjos de faltar folego. O repertório foi muito bem construído. Prova disso é a bem-sucedida turnê que os músicos vêm fazendo para divulgar o trabalho. Vale mencionar as várias participações que permeiam o disco. ``Remonta´´ é um excelente disco e altamente recomendado para os que insistem em dizer que não há bons artistas na cena atual. Ouçam despidos de preconceitos!



(Texto: Robério Lima) 









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segunda-feira, 17 de julho de 2017

Test Big Band - Centro Cultural de São Paulo 11/07/2017








Pontualmente às 21 horas, A Test Big Band, uma extensão do duo de grindcore - Test, toma o palco do Centro Cultural De São Paulo para abrir o projeto Centro do Rock do CCSP – que promoverá além de shows, debates e filmes relacionados ao rock por todo o mês de Julho. A sala Adoniran Barbosa recebeu um ótimo público para testemunhar mais um atentado musical, orquestrado por alguns personagens do inquieto undergroud de São Paulo. Piano de calda, Saxofone, duas baterias são só algumas das “peculiaridades” desse projeto. E um sentimento que jamais existirá nesse caso - é a indiferença, pois o ar vanguardista vem sendo levado as últimas consequências com sons que alternam brutalidade com passagens mais experimentais. João Kombi é uma espécie de ´´Arrigo Barnabé do Grind`` e ele não compactua com o óbvio. Quem ainda duvida, é só ver uma de suas apresentações ``oficiais´´ ou não para saber do que estou falando.
O público assistia à apresentação embebido de sentimentos diversos, o que ficava evidente na face de cada um que acompanhava a apresentação, algo que talvez só será compreendido daqui a muito tempo. Os urros ensandecidos vociferados por João Kombi e Tomas Moreira do Paranoia Oeste, contrastam com as viagens sonoras e as marteladas do rolo compressor, conhecido como Barata. Aliás qualquer som se incorpora ao espetáculo complementando o pandemônio proposto pela ``big band``.
Cada peça do mosaico executado era um aturdido que todos assistiam atentamente e ao fim vibravam como assistissem a uma orquestra tradicional. Alguns com expressão de choque aplaudiam, talvez por inércia pois, talvez jamais compreenderão o que acontecia naquele momento. Mesmo assim, os danos causados por essa (e outras) apresentações, jamais serão curados. Os músicos envolvidos nesse projeto não são comuns e jamais se perderão no limbo do convencional. Só por isso, já marcam seus nomes na história do underground… e por que não, da arte!


Set List:

01 – Mártir
02 – Mundo Feroz
03 – Teste de Error
04 – Enterro
05 – Espécies
06 – Assassinos
07 – Vozes
08 – Caim
09 – Ninguém
10 – Podre Solidão
11 – Auto Execução


 (Texto: Robério Lima) 





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segunda-feira, 3 de julho de 2017

Surra, Desalmado e Manger Cadavre? - Avenida Paulista 02/07/2017








Duas das mais importantes formações do underground brazuca decidiram unir forças para encarar um total de quatorze datas que abrangem a capital e o interior do estado de São Paulo. Surra e Desalmado tomaram como proposito a comemoração dos cem anos da Revolução Russa para disseminar   violência em forma de música. Já na segunda data desta tão aguardada turnê – o palco escolhido foi a Avenida Paulista, espaço frequente das mais diversas manifestações políticas e culturais. Se no começo da tarde havia ameaça de chuva, felizmente não se concretizou! E se as bandas já citadas fariam um grande alvoroço, o evento teve o reforço do Manger Cadavre? Que abriu os trabalhos da forma exemplar. Com um som pesadíssimo e divulgando seu último EP ``Revide´´. Nata de Lima, e seus vocais urrados (com uma performance que me fez lembrar o Lee Dorian, nos áureos tempos em que era o frontman do Napalm Death), conduziu a ´´sinfonia do apocalipse´´ com segurança e brutalidade. Fizeram ainda uma versão para ``When All Is Said And Done´´ dos mestres do grind. Encerrada a apresentação do Manger, e com uma rapidez absurda para troca de equipamentos. Eis que o Desalmado inicia sua violenta apresentação. E quanta violência! Um grind/death com musicas calcadas na indignação e cantadas (!) em português, mataram a pau(!!), basta ver os videos que estão circulando mas redes sociais. vide ``Santo Oficio´´, ´´Corrosion´´ e ´´Todos Vão Morrer´´. Os caras já possuem seguidores de longa data, e que não se fizeram de rogados. Sem cerimônia bateram cabeça para aquecer a alma - ``After World Obliteration`` do Terrorizer, foi a forma de mostrar a fonte de influência dos caras. A apresentação foi rápida, brutal e insana, como tem que ser. Sem perder tempo e preocupados em cumprir o horário, os cara do Surra rapidamente ajustaram os equipamentos para despejar os clássicos que já são obrigatórios em suas apresentações. Dava para perceber uma certa ansiedade dos caras, o que é totalmente compreensível, tendo em vista a configuração do evento. Mas, conforme ´´as pedradas´´ eram executadas, as possíveis preocupações eram diluídas em pura adrenalina. ``Merenda´´, ´´Daqui Pra Pior´´ e ``Tamo Na Merda´´ são sempre cantadas de forma empolgada pelos seguidores da banda. Mais uma bela apresentação dos caras. Durante o ´´gig´´,podemos ver integrantes do Bandanos, TEST, Imminent Attack, Criminal Mosh e outros músicos, ´´fortalecerem o corre´´ e fazer valer a filosofia do ``faça você mesmo´´. Vamos torcer para que mais e mais eventos como esse tornem o mosh ainda mais insano. Que venha o próximo!



(Texto:Robério Lima)
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segunda-feira, 29 de maio de 2017

D.F.C. , Surra, CrotchRot, Cerberus Attack, Santa Muerte, Sem Hastro e V.M.R - Clash Club 27/05/2017








O Clash Club recebeu no último sábado mais um evento produzido pela Cospe Fogo Gravações em parceria com a Loja 255. E como já é de praxe, as bandas escaladas para abrilhantar a festa não decepcionaram, como veremos a seguir; O V.M.R (Vanguarda Metal Revolucionaria), como o próprio nome já sugere, possui um discurso político bastante enfático, inclusive durante toda a apresentação as imagens de Carlos Marighella, Karl Marx e outros ícones comunistas, foram projetadas no telão dando o tom da performance dos caras. Vale acrescentar que o vocal é representado por Marcelo Mosh Rat, figura bastante conhecida na cena por integrar o Criminal Mosh. Infelizmente a apresentação foi testemunhada por um público ainda pequeno, mas isso não desmotivou a banda que mandou sons do EP ``Comunismophobia``, que será lançado logo mais. Na sequência tivemos o Sem Hastro, que conta em sua formação com membros de São Paulo e Washington D.C.  e que praticam um hardcore violentíssimo. Sem tempo para respirar, passaram pelo palco do Clash, dando seu recado e danificando alguns tímpanos. E quem pensou que o clima ficaria mais ameno com atração seguinte, se enganou redondamente. O power trio feminino Santa Muerte não conseguia conter a euforia entre uma ´´paulada`` e outra do recém lançado EP ``Psychollic`` e conforme as meninas aumentavam a velocidade, os primeiros ``mosh pits´´ começavam a surgir. Ainda tiveram tempo de prestar tributo ao Sepultura com ``Troops Of Doom´´, que nas palavras da vocal/guitarra Marília, foi a principal influência no início da banda. Já havia uma grande quantidade de afoitos na pista aguardando a próxima atração e, posso afirmar que não se decepcionaram. Acompanho a Cerberus Attack a muitos anos, e dizer que evoluíram, pode soar redundante, tamanho o esforço dos caras em atingir o patamar que se encontram atualmente. Prestes a lançar o aguardado primeiro ``full lenght`` - ``From East With Hate´´, os caras dominaram o palco desde o primeiro acorde. A energia emanada do palco foi correspondida a altura com um ``mosh pit´´ insano. A clássica ``Welcome To Destruction´´ e sons do play que será lançado, foram a senha do caos. Apresentação impecável, prova de que a persistência é a principal arma dos que almejam ``voar mais alto. No final, ainda deu tempo de fazer um tributo ao Lobotomia - e contaram com o parceiro Renan do Cranial Crusher no vocais. O CrotchRot do Paraná, veio a seguir e com uma proposta mais ousada e manteve o público envolvido. Com um som altamente agressivo e brutal, mas com algumas inserções de sons, digamos, mais dançantes. Nada que pudesse atrapalhar a performance. Me lembrou em certos momentos a ousadia do saudoso De Falla. Não havia tempo para ``esfriar o sangue´´ e com os Santistas do Surra as coisas ficaram definitivamente caóticas. Muitos foram ao Clash para vê-los, a quantidade de camisetas do Surra rivalizava facilmente com os que vestiam as do D.F.C.. Uma avalanche hardcore tomou conta da pista. E se ainda havia alguém resistindo em permanecer parado, não aguentou muito tempo. Os caras ``mataram a pau´´ e mostraram que os anos de estrada só fizeram bem para o trio santista. A apresentação inteira foi pautada por discursos de indignação com a política e o sistema que conduz o país. ``Merenda´´ e ``Tamo Na Merda`` não poderiam ser mais atuais. A última atração dispensa apresentações. O D.F.C. vem desbravando o underground a aproximadamente 30 anos e sempre com a mesma energia. Mesmo os que já estavam exaustos não arredaram o pé do Clash Club para ouvir clássicos que sempre animam os ``bailinhos`` por onde passam ``Vai Se Fuder No Inferno´´, ``Pau No Cú do Capitalismo Em Posições Obscenas`` e a ``Molecada 666``, são alguns dos propulsores de adrenalina orquestradas por Tulio  e Cia. Sempre que o D.F.C. toca em São Paulo, a festa é garantida. Não por acaso, os caras escolheram gravar o primeiro DVD aqui em Sampa no lendário Hangar 110 em 2012. Além disso, tiveram que disputar o público com atrações como Amon Amarth e Sepultura que também se apresentaram na cidade na mesma data.  Isso não é pouca coisa! O que nos resta agora é torcer para que não demore para rolar outras ´´gigs´´ como essa...



(Texto: Robério Lima)







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