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segunda-feira, 17 de junho de 2013

Roy Buchanan – Austin City Limits







É com enorme satisfação que venho através desse espaço, dissertar sobre esse que foi talvez um dos maiores gênios incompreendidos pela grande massa. Digo grande massa, porque quem o descobria se encantava de imediato. Assim foi com os Stones que o convidou a fazer parte da banda substituindo o então falecido Brian Jones. Com Eric Clapton, que o convidou a fazer parte da Derek And The Dominoes e por fim com John Lennon que se ofereceu a fazer qualquer participação em seu disco. Diga-se de passagem, todos os convites acima recusados por Buchanan. Empunhando sua Telecaster carinhosamente apelidada por Nancy, Buchanan era quase imbatível. Ele dispunha de enormes recursos técnicos como bends (ato de levantar as cordas da guitarra), pinch harmonic (os famosos gritinhos que a guitarra simula quando se mescla o ataque as cordas com a palheta e o polegar) técnica difundida a exaustão por zakk wylde e Billy Gibbons e o uso do botão de volume que lembrava o som de um pedal de wah-wah, antes mesmo de esse existir.
               Roy Buchanan nos deixou em 14 de Agosto de 1988, morto dentro de uma cela de prisão enforcado com a própria camiseta. Até hoje perdura o mistério sobre sua morte, pois Buchanan não tinha motivos aparentes para cometer suicídio, haja vista que ele foi preso no mesmo dia da sua morte. Nesse dia Buchanan estava embriagado e agressivo com sua esposa.
               O show em questão foi gravado em Austin (EUA) em 15 de Novembro de 1976. Esse dvd contem apenas 5 músicas, mas suficientes para reconhecer a genialidade de Buchanan.
               Roy Buchanan e banda abrem o show com Woman, you must be crazy. Nela Buchanan chega ao ponto de tocar apenas com a mão esquerda (a do braço da guitarra) enquanto se delicia com um generoso copo de cerveja, com direito depois a uma boa bocejada irônica. Roy’s Bluz tem uma levada bem sensual. Roy dá uma aliviada tocando notas mais calmas colaborando com o clima da música, para isso, ele usa o captador do braço que emite um mais aveludado e encorpado. Mas isso dura até a segunda parte, daí para frente o couro come e o velho Buchanan endiabrado volta a dar as cartas, agora com a captador da ponte acionado, que dá a sua Nancy um som estridente e extremamente agudo, regado sempre a um bom delay. Em Sweet Dreams conhecemos o lado melódico de Buchanan, bela música, onde Buchanan faz uso agora do botão de volume simulando um som que lembra o cantar dos pássaros. Roy não deixa a oportunidade passar e homenageia seu ídolo, Jimi Hendrix tocando de forma personalíssima Hey Joe e a introdução bombástica de Fox Lady. Por fim, surge talvez o grande momento do show: The Messiah will come again. Essa música para mim é simplesmente o que há de melhor em um tema instrumental. Ela figura sempre entre as minhas prediletas e sinceramente não vejo perspectivas de mudanças.


(Texto: Sergio Silva)
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domingo, 2 de junho de 2013

Tim Maia - 1978








A carreira de Tim Maia sempre foi pautada por excessos, mas seu enorme talento borbulhava em meio a tantas dificuldades decorrentes de seu jeito excêntrico e centralizador.  Um artista comum, certamente não sairia ileso se ousasse seguir a mesma rotina de Tim.
Depois de um período onde mergulhou de cabeça na Cultura Racional, (período em que lançou duas perolas de sua discografia “Racional Parte 1 e 2”), Tim decide lançar um disco totalmente interpretado em inglês, mas sem o apoio de gravadoras, rádios ou da grande mídia a tarefa se tornaria um capitulo a parte em sua carreira.
Sem dinheiro, o lançamento de “Tim Maia (1978)” seguiu a rotina caótica já tão presente na trajetória do cantor. E mesmo com composições excelentes e interpretações primorosas, (ouçam “With No One Else Around” e tentem discordar), a escassez de recursos levou a empreitada ao fracasso absoluto. Sua gravadora Vitoria Regia, com as finanças no vermelho foi obrigada a fabricar a bolacha em duas etapas; primeiro saiu a capa e depois de algum tempo o disco foi prensado.
Mesmo contado com todo o esforço de Tim, o disco foi uma grande decepção e passou totalmente despercebido pelo publico devido a falta de divulgação. Neste caso, o tempo se encarregou de tornar o álbum objeto de desejo para muitos que procuram redescobrir a obra do ídolo controverso.


(Texto: Robério Lima)


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