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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Um Antídoto Para a Mediocridade





  

A música brasileira é uma das mais ricas do mundo, certamente alguns podem discordar dessa afimação, principalmente se estiverem ouvindo alguma rádio; dessas populares. Mas continuo defendendo essa afirmação quando tenho o privilégio de ouvir gênios do cancioneiro nacional como os já consagrados Chico Buarque, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil entre outros. Porém a grandiosidade da música brasileira fica ainda mais evidente quando se tem o privilégio (privilégio esse que não está relacionado à classe econôminca)e a oportunidade de conhecer o desconhecido e fugir da mediocridade de uma indústria fonográfica que desrespeita a inteligência daqueles que ainda não deixaram sua sensibilidade ser destruída pelo consumismo. Todo esse desabafo serve apenas como uma breve introdução para apresentar, para aqueles que ainda não tiveram o mesmo privilégio ,um cara que para mim é um dos mais geniais cantores daquilo que podemos chamar verdadeiramente de música brasileira: Walter Franco, o poeta maldito. Walter Franco faz parte de uma safra de artistas que infelizmente está e extinção, fez parte da geração dos anos 70, um das décadas mais produtivas da música brasileira(e porque não dizer da música mundial), uma década na qual a maioria dos artista se preocupavam em criar uma arte com um real conteúdo, fosse ele político, social ou poético. E poesia é o que não falta em Walter Franco, filho de poeta, ele soube unir como ninguém a música e a poesia. Inovador em todos os sentidos sua música é as vezes uma viagem onírica, um poema concreto em movimento ou um grito desesperado contra aquela "dor canalha que nos dilacera". Assim como outros artistas que foram rejeitados pela grande mídia, como o também genial Tom Zé, Walter se manteve fora do chamado "meio artístico" por quase vinte anos, depois de ter lançado nos anos 70 álbuns que são verdadeiras obras primas como "Revolver", "Ou não" e "Vela Aberta". Em 2001 ele retorna a ativa com "Tutano", álbum tão bom quanto os seus clássicos setentistas, repleto de letras geniais e construções poéticas dignas de um sujeito que sonha sem tirar os pés do chão. 

(Texto: Nilton Aquino)

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