Em 1999 Tio Paul resolveu chamar uns camaradas das antigas e gravar o que
seria uma verdadeira aula de rock and Roll para essa juventude desorientada. A
maioria das músicas são covers do final dos anos cinquenta, canções que Paul
ouvia em sua adolescência.
Paul como de costume se encarregou do baixo. Para os
teclados e piano, chamou o produtor musical e jornalista, Pete Wingfield. Para a
bateria, chamou Ian Paice (eterno membro do Deep Purple). Enfim, para as
guitarras foram chamados Mick Green, que acompanhou por um longo período a lenda
Van Morrison e um tal de David Gilmour, que já foi membro de um tal de Pink
Floyd.
Não tinha como começar o disco de forma melhor. O hino
do Rockabilly, Blue Jean Bob de Gene Vincent (um dos maiores expoentes do
gênero) já dá claras dicas do que virá pela frente. Agora, o que Paul fez com
All Shook Up, com certeza fez Elvis chacoalhar a pélvis no caixão. É contagiante
o riff de guitarra dessa música. Run Devil Run (que dá título ao disco) é uma
verdadeira pedrada composta por Pau. Ela me fez pensar se Paul não tem um
terceiro pulmão, haja fôlego! No Other Baby é uma baladona (que até minha mãe
adora), estruturada em doze compassos ( I-IV-V - muito usado no blues). Em
Lonesome Town, outra balada, David Gilmour faz um solo de guitarra encantador,
colaborando com a melancolia da música. Em coquette, um piano frenético dá o
tom. Em Shake a Hand, um Paul desesperado canta como se fosse seu último
instante de vida. Para “passar a régua” Party faz jus ao nome. Experimente
coloca-la para rolar em uma festa e aguarde o estrago.
Pelo
menos para mim, Tio Paul e sua trupe, com esse tratamento de choque, mostrou que
o bom e velho Rock and Roll não depende só de atitude e sim de talento.
(Texto: Sergio Silva)
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