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terça-feira, 3 de abril de 2012

O Inicio, O Fim e o Meio, Sem Terminar o Inicio.





Certa feita de uma data não muito distante, resolvi assistir e saber um pouco mais sobre o início, o fim e o meio.  Assistindo ao filme do Walter Carvalho “Raul, o inicio, o fim e o meio”.
O documentário relata causos de 94 pessoas próximas a este “mito” da música, Raul Seixas. Se é que posso chamá-lo de mito, mas prefiro ser colocado desta maneira, uma pessoa que conseguiu mesclar um gênero musical de diversas classificações, tais como:  Rock and roll; Rockabilly;  Baião; Country;  Rock psicodélico;  Folk;  Folk Rock; MPB e Acid Rock, ou o que ele mesmo se auto definiu ” Rauseixismo”.
Obviamente sua história segue uma ordem cronológica, diante dos causos contatos pelos entrevistados, bem como, estes são alavancados de forma aleatória na ordem que se apresentaram na vida deste mito. É uma história bem contada, desde sua juventude quando escutava Luis Gonzaga, conforme depoimento de seu irmão e familiares próximos, até sua morte contada em detalhes pelo porteiro de seu prédio na época.
Com a direção também de Walter Carvalho e Leonardo Gudel, eles buscaram imagens que não se consegue ver em lugar algum, de tal modo executaram uma verdadeira garimpada em imagens de Raul jamais vistas.
Raul pronunciava ser apaixonado por cinema, esperava acabar um dia em Hollywood fazendo filmes. Formado em filosofia era um metafísico da música, mas não deixando de lado o adjetivo mito. Resolveu ser cantor de Yê-Yê-Yê Realista quando descobriu que o brasileiro não gostava muito de ler. Homem de muitas mulheres, umas americanas outras brasileiras, mas que marcou todas elas, de forma intensa... Grandes parceiros como Mauro Motta, Paulo Coelho, entre outros, Paulo este quem lhe mostrou o mundo de outra forma, com as drogas! Fato curioso é no depoimento de Paulo que em sua residência, Genebra, aparece uma mosca ao seu redor, ele se surpreendeu dizendo nunca ter visto uma mosca na Suiça, no mesmo momento declarou que não a mataria e em seguida lhe deu um tapa na sua mão esquerda que culminou em uma longa gargalhada.
As letras de suas músicas, não eram apenas “singles”, mas sim verdadeiras poesias, eram musicas que contavam histórias, eram tão inteligentes que nem mesmo a ditadura da época conseguiu censurar tanta inteligência, conforme Pedro Bial relatou em sua entrevista quando relacionou a sua música “Ouro de Tolo”.
Criou uma sociedade alternativa, ”Se você não está dentro de uma sociedade alternativa a sociedade alternativa sempre esteve dentro de você”.  É de se arrepiar.
Assistam ao filme e sejam felizes!

(Texto: John Rudy)

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