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domingo, 22 de abril de 2012

Lua de Fel (Bitter Moon)






Lua de Fel é um filme lançado em 1992 e foi escrito, produzido e dirigido por Roman Polanski (vencedor do Oscar de melhor diretor por O Pianista). Polanski nos envolve em uma narrativa dramática, corrosiva e sensual. O filme começa nos apresentando o casal Nigel (Hugh Grant) e Fiona (Kristin Scott Thomas) que em um cruzeiro com destino a Istambul tenta superar a crise dos sete anos de casamento. A bordo eles têm seu primeiro contato com Mimi (Emmanuelle Seigner). Mais adiante Nigel reencontra Mimi no bar do cruzeiro, enquanto Fiona fica em sua cabine dormindo (aliás, ela faz isso quase que no filme inteiro, mas aparece no fim colaborando com um dos melhores desfechos de todos os tempos) e começa a se encantar com sua sensualidade. Mimi por sua vez o despreza achando-o sem graça (realmente, o cara é um picolé de chuchu). Enquanto toma um ar (para se recuperar do fora levado) aparece um cadeirante chamado Oscar (Peter Coyote) dizendo-se marido de Mimi. Oscar alerta Nigel alegando que Mimi é perigosa e que ela o deixou naquela cadeira de rodas. Nigel conduz Oscar até seu quarto (Mimi dorme em outra cabine). E é a partir daí que Oscar começa narrar para Nigel (a princípio contra a vontade do ouvinte) toda sua história com Mimi, desde o início quando a avistou em um dia de outono em Paris, ambos a bordo de um ônibus. Ela distante em seus pensamentos e ele a contemplando por cima do jornal, até a chegada do cobrador que depois de solicitar seu bilhete, a fez perceber que não o tem e Oscar discretamente entrega a ela o seu, sendo obrigado posteriormente a desembarcar. Começava ali a obsessão de Oscar em encontra-la novamente pelas linhas de ônibus e ruas de Paris. Enfim o reencontro acontece, dando início a um romance onde a diferença de idade (ela uma ninfeta e ele bem mais velho) é pulverizada por um desejo ardente, onde o prazer não encontra limites. Oscar deixa de dar importância aos cafés nas calçadas, as saias esvoaçantes, e aos casos fugazes e mergulha definitivamente nos braços de Mimi. Distantes do mundo externo, enclausurados em um apartamento, ambos extravasam todas suas fantasias. Em um café da manhã, Mimi se lambuza propositalmente com uma caixa de leite deixando Oscar louco (e eu também). Apetrechos sexuais também são usados, como roupa de látex, fantasia de animais e amordaças, criando um clima de dominação. Mas tudo isso começa a ter prazo de validade e esse ardente romance começa a esfriar, mais por conta de Oscar que logo se cansa da submissão de Mimi despertando nele seu lado sádico.  O leite bebido direto na caixa por Mimi, que provocava desejo em Oscar, passa agora a criar repugnância. O beijo que Oscar se obriga a dar em Mimi lembra um cigarro sendo apagado em um cinzeiro. Trocas de ofensas e agressões passam a ser então a tônica do relacionamento. Não tem como não ficar tocado pelo desprezo que Oscar submete Mimi. Ela se humilha, não quer deixa-lo e em um momento pergunta a ele qual a sua culpa o que ela fez? Ele friamente responde: nada, você apenas existi. Essas humilhações sofridas por Mimi desperta ainda mais desejo em Nigel que a essa altura já se vê completamente apaixonado. Daí para frente, cabe a você, caro leitor, ir atrás desse filme para desvendar como Mimi deixou Oscar paraplégico como a “dorminhoca” da Fiona ressurge no final e como essa trama bem elaborada se encerra de forma espetacular.

(Texto: Sergio Silva)

Um comentário:

  1. Seu blog é muito bom, mas deveria ter um meio de comunicação entre seu blog e outros, por exemplo um e-mail, eu gostaria de fazer uma parceria com você e seu blog o link é esse: http://tudodefilmesaki.blogspot.com
    Obrigado

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