Lua de Fel é um
filme lançado em 1992 e foi escrito, produzido e dirigido por Roman Polanski
(vencedor do Oscar de melhor diretor por O Pianista). Polanski nos envolve em
uma narrativa dramática, corrosiva e sensual. O filme começa nos apresentando o
casal Nigel (Hugh Grant) e Fiona (Kristin Scott Thomas) que em um cruzeiro com
destino a Istambul tenta superar a crise dos sete anos de casamento. A bordo
eles têm seu primeiro contato com Mimi (Emmanuelle Seigner). Mais adiante Nigel
reencontra Mimi no bar do cruzeiro, enquanto Fiona fica em sua cabine dormindo
(aliás, ela faz isso quase que no filme inteiro, mas aparece no fim colaborando
com um dos melhores desfechos de todos os tempos) e começa a se encantar com sua
sensualidade. Mimi por sua vez o despreza achando-o sem graça (realmente, o cara
é um picolé de chuchu). Enquanto toma um ar (para se recuperar do fora levado)
aparece um cadeirante chamado Oscar (Peter Coyote) dizendo-se marido de Mimi.
Oscar alerta Nigel alegando que Mimi é perigosa e que ela o deixou naquela
cadeira de rodas. Nigel conduz Oscar até seu quarto (Mimi dorme em outra
cabine). E é a partir daí que Oscar começa narrar para Nigel (a princípio contra
a vontade do ouvinte) toda sua história com Mimi, desde o início quando a
avistou em um dia de outono em Paris, ambos a bordo de um ônibus. Ela distante
em seus pensamentos e ele a contemplando por cima do jornal, até a chegada do
cobrador que depois de solicitar seu bilhete, a fez perceber que não o tem e
Oscar discretamente entrega a ela o seu, sendo obrigado posteriormente a
desembarcar. Começava ali a obsessão de Oscar em encontra-la novamente pelas
linhas de ônibus e ruas de Paris. Enfim o reencontro acontece, dando início a um
romance onde a diferença de idade (ela uma ninfeta e ele bem mais velho) é
pulverizada por um desejo ardente, onde o prazer não encontra limites. Oscar
deixa de dar importância aos cafés nas calçadas, as saias esvoaçantes, e aos
casos fugazes e mergulha definitivamente nos braços de Mimi. Distantes do mundo
externo, enclausurados em um apartamento, ambos extravasam todas suas fantasias.
Em um café da manhã, Mimi se lambuza propositalmente com uma caixa de leite
deixando Oscar louco (e eu também). Apetrechos sexuais também são usados, como
roupa de látex, fantasia de animais e amordaças, criando um clima de dominação.
Mas tudo isso começa a ter prazo de validade e esse ardente romance começa a
esfriar, mais por conta de Oscar que logo se cansa da submissão de Mimi
despertando nele seu lado sádico. O leite bebido direto na caixa
por Mimi, que provocava desejo em Oscar, passa agora a criar repugnância. O
beijo que Oscar se obriga a dar em Mimi lembra um cigarro sendo apagado em um
cinzeiro. Trocas de ofensas e agressões passam a ser então a tônica do
relacionamento. Não tem como não ficar tocado pelo desprezo que Oscar submete
Mimi. Ela se humilha, não quer deixa-lo e em um momento pergunta a ele qual a
sua culpa o que ela fez? Ele friamente responde: nada, você apenas existi. Essas
humilhações sofridas por Mimi desperta ainda mais desejo em Nigel que a essa
altura já se vê completamente apaixonado. Daí para frente, cabe a você, caro
leitor, ir atrás desse filme para desvendar como Mimi deixou Oscar paraplégico
como a “dorminhoca” da Fiona ressurge no final e como essa trama bem elaborada
se encerra de forma espetacular.
(Texto: Sergio Silva)
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