Destaques

domingo, 15 de abril de 2012

E Eu Que Achava Que Amava a Música.





Num domingo por volta das 20:00, procurando algo “assistível” na tv aberta, me deparei com um programa que nem sabia que ainda estava no ar. Me refiro ao programa de entrevistas chamado conexão Roberto D’ávila. Sempre me cativou a forma com que Roberto D’ávila conduz sua entrevista, deixando seu entrevistado completamente a vontade, sem ser interrompido (atitude pouco comum comparado a outros entrevistadores que sempre querem  “roubar a cena”). Pois bem, nessa noite um de seus convidados era o pianista e maestro, João Carlos Martins. Pela primeira vez, vou me dar ao luxo de escrever não sobre a obra de um artista, mas sim sobre o homem atrás do artista. João Carlos Martins é um exemplo a ser seguido. Um exemplo de obstinação e coragem. O que ele foi capaz de superar em devoção a música não é para qualquer mortal.
João Carlos Martins venceu seu primeiro concurso tocando obras de Bach aos oito anos de idade, aos vinte se apresentou no Carnegie Hall. Inaugurou também o Glenn Gould Memorial em Toronto. Um dia em uma partida de futebol realizada em Nova Iorque, rompeu um nervo da mão direita que o fez perder os movimentos e acabou por distanciá-lo do instrumento, mas após alguns tratamentos, foi gradativamente se recuperando. Com o passar do tempo, desenvolveu uma doença chamada Contratura de Dupuytren, que o fez achar que nunca mais iria voltar a tocar. Em razão disso, tornou-se treinador de boxe, mas sua paixão pela música o fez retornar ao piano e mesmo com toda a deficiência que encontrava, criou adaptações em sua maneira de tocar. Após um concerto em Sofia na Bulgária, foi surpreendido em um assalto e o bandido o atingiu com um golpe na cabeça, ocasionado novamente, a perda dos movimentos das mãos. Esse fato ocasionou uma lacuna enorme em sua carreira, pois João Carlos Martins passou novamente por todo o processo de tratamento e treinamento, até que conseguiu se adaptar com os movimentos dos poucos dedos de cada mão. Em 2004 passou a reger e ainda assim encontrou dificuldades em segurar a batuta e virar as páginas das partituras. Em virtude disso, preferiu memorizar nota a nota das peças.
Ele ainda continua na ativa e recentemente foi homenageado pela escola de samba Vai-Vai que se sagrou campeã nesse mesmo ano. O enredo, não poderia ser melhor: A música venceu.

(fonte: Wikipedia)

(Texto: Roberio Lima)

2 comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...