Destaques

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Kraftwerk- A Máquina Musical.







  Acredito que o público que, carinhosamente,  visita este blog  já percebeu que se trata de um espaço voltado para o compartilhamento de informações sobre os mais diversos assuntos, sem a menor intenção de impor qualquer valor estético ou pregar qualquer posição política, e é por isso que ele é aberto a todos que tenham algo de interessante e enriquecedor para dividir, seja sobre música, cinema, literatura ou qualquer outro tema relevante para o enriquecimento cultural. Porém, como é de se notar, a música é a tônica dominante do blog, música pra todos os “bons gostos”.
É em virtude dessa característica que hoje quero usar este espaço para falar de algo que humildemente admito não ser um grande conhecedor, apesar de um ser grande amante da música, confesso que alguns estilos me são de difícil assimilação e outros que definitivamente não me agradam. Sempre tive horror à música eletrônica, pelo menos o que a maioria de nós conhecemos como tal, o famoso putz putz trilha sonora de raves regadas a drogas sintéticas. Sempre gostei da marca humana presente na música, da inspiração nas letras bem elaboradas, da pulsação de vida em cada nota, do sentimento expresso em cada acorde, em cada riff, por essas razões sempre tive certa aversão à música eletrônica, até o momento que ouvi uma banda  alemã chamada Kraftwerk (usina de energia em alemão) que me fez mudar o meu radicalismo em relação a este estilo (embora ainda continue odiando o putz putz).
O Kraftwerk foi o grupo que inventou um estilo de música totalmente feita e tocada por meio de sintetizadores e foram os responsáveis pela popularização da música eletrônica e precursores de estilos como o techno e o electro além da   moderna dance music. Todavia o Kraftwerk vai muito além de todos esses estilos, aliás, apesar de ser o precursor de tais estilos, o Kraftwerk tem um som bem próprio e em nada comparável com estes. A banda foi fundada por Florian Schneider e Ralf Hutter em 1970, mas sempre contou com a participação de outros músicos, embora muitos deles nem tenham chegado a participar de algum disco, porém a formação mais duradoura e bem sucedida foi aquela que durou de 1975 a 1987, que incluía a participação dos percursionistas Wolfgang Flur e Karl Bartos, ou seja, apesar de todo o aparato tecnológico da época, pífio, comparado à tecnologia de hoje, o elemento humano era dominante, o que fica bem visível em suas músicas, as suas letras, apesar de mínimas, tratam da vida urbana e da tecnologia europeia do pós-guerra e fazem uma celebração e alertam sobre os males do mundo moderno. Além do alemão, sua língua materna, a banda também gravou em inglês e francês, a sua discografia oficial (álbuns de estúdio), que vai de 1970 a 2005, conta com muitos álbuns que se tornaram clássicos da música no século XX, como Autobahn, de 1974 e  Die Mensch- Maschine, de 1978.
    Porém, na minha singela opinião, o grande clássico da banda é sem dúvida o álbum Trans-Europa Express (ou Trans-Europe Express, em inglês), de 1977, no qual está a música que me fez descobrir a banda, The Hall of Mirrors, que me fisgou de imediato na primeira audição pelo seu clima sombrio e temática introspectiva, e que possui um refrão que ficou por dias na minha cabeça após ouvi-la pela primeira vez (Even the greatest stars find their face in the looking glass), além de outras que fazem desse álbum um dos mais influentes do século XX como showroom dummies e a música título do álbum, Trans-Europe Express. Enfim, mesmo para aqueles que, assim como eu, ainda tem alguma restrição a este estilo, recomendo que conheçam o som desta banda, pois garanto que, mesmo que não gostem, irão conhecer uma banda de grande importância e relevância para a música moderna. 

(Texto: Nilton Aquino)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...