Destaques

sábado, 28 de abril de 2012

Lygia Fagundes Telles - Venha Ver o Pôr do Sol





Esta aí um grande conto escrito por uma renomada e imortal (membro da ABL desde 1985) escritora. Nesse conto, Lygia faz uso de uma linguagem concisa, tornando-o bem dinâmico. Ela também faz com que o leitor observe os fatos bem de perto. Venha ver o por do sol é narrado em terceira pessoa, ou seja, o narrador é heterodiegético (O narrador não é personagem da história), mas tomamos conhecimento dos personagens através dos diálogos entre eles, exceto sobre suas características externas, que são descritas pelo próprio narrador.
Venha ver o por do sol, relata o último encontro entre os ex-namorados Ricardo e Raquel. Ricardo após inúmeras tentativas, finalmente consegue convencer Raquel a encontrá-lo. Só que Raquel se surpreende ao constatar que o endereço marcado é em um cemitério abandonado. Ele logo contorna a situação alegando que lá foram enterrados seus entes queridos e que sempre ao visitá-los ficava deslumbrado com o por do sol que era proporcionado por aquele lugar. Ela a contragosto resolve então conhecer o local e durante o percurso resiste às investidas de Ricardo desdenhando-o enquanto enaltece com inúmeros  superlativos seu atual affair. Nesse momento, o narrador começa a dar sinais de que as intenções de Ricardo não são das melhores. A tensão já começa a pairar somando-se com aquela paisagem soturna. Não há sequer sinal de vida no recinto. Eles chegam ao seu destino e Ricardo convida Raquel a descer as escadas da catacumba e sem ao menos esperar, Raquel se vê presa por Ricardo que a abandona a própria sorte naquele espaço mórbido.
Vale lembrar que há um intertexto entre Venha ver o por do sol e Barril de Amontillado, conto escrito por Edgar Allan Poe, pois ambos tratam dos temas vingança e morte, através do abandono de suas vítimas em lugares fúnebres sem contato com qualquer testemunha ocular.



(Texto: Sergio Silva)
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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Exodus - Carioca Club 22/04/2012




Em uma tarde fria e chuvosa de domingo, o EXODUS esteve na capital paulista para mais uma “aula de violência”, e desta vez o palco da destruição foi o Carioca Club.
As bandas convidadas para abrirem a noite foram NERVOSA e CLAUSTROFOBIA. E as meninas do NERVOSA, banda  formada por Fernanda Lira (Vocal/Baixo), Prika Amaral (Guitarra) e Fernanda Terra (Bateria), acabaram sendo as mais prejudicadas da noite, pois devido ao atraso de quase uma hora e meia para que fosse aberto os portões da casa, o set list foi encurtado e somente cinco musicas foram executadas. E, além disso, ainda houve um problema no microfone (que foi normalizado quase no fim da primeira musica). Ponto para as garotas que souberam superar esses problemas com muita energia e fúria. Destaque para as musicas “Uranio em Nos” e Masked Betrayer”(que possui um vídeo clip).
 Ai foi a vez dos “maloqueiros” do CLAUSTROFOBIA subirem no palco, e literalmente roubarem a cena, pois os caras estavam com “ sague no olho” e a apresentação foi matadora, uma paulada atrás da outra. A banda esta promovendo o novo álbum “Peste”, gravado totalmente em português e que esta sendo muito elogiado pela critica especializada. Não faltaram clássicos como “Enemy”, “Thrasher”, “Pino da Granada” e a indispensável “Metal Maloka”.  O CLAUSTROFOBIA, já não e mais uma promessa, e a mais pura realidade. Vida longa ao “Metal Maloka”!
A grande atração da noite não carece de apresentações, e mesmo já não contando com a formação clássica, os membros atuais são dignos de fazerem parte de uma  das maiores lendas do Thrash Metal. O EXODUS, que conta com o grande mestre Gary Holt, executou uma sequencia mortal, e que foram despejadas impiedosamente para o publico ensandecido.  “Piranha”, “Metal Command”, “Fabulous Disaster”, “Bonded By Blood” e “Toxic Waltz” foram algumas das perolas. Os discos mais recentes também estiveram no set list e foram igualmente festejadas pelos fãs.  
O publico não lotou a casa, afinal, abril foi um mês “inchado” em termos de shows internacionais, mas todos que presenciaram “a aula”, saíram com o pescoço em frangalhos (inclusive esse que vos escreve).

(Texto: Roberio Lima)
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domingo, 22 de abril de 2012

Lua de Fel (Bitter Moon)






Lua de Fel é um filme lançado em 1992 e foi escrito, produzido e dirigido por Roman Polanski (vencedor do Oscar de melhor diretor por O Pianista). Polanski nos envolve em uma narrativa dramática, corrosiva e sensual. O filme começa nos apresentando o casal Nigel (Hugh Grant) e Fiona (Kristin Scott Thomas) que em um cruzeiro com destino a Istambul tenta superar a crise dos sete anos de casamento. A bordo eles têm seu primeiro contato com Mimi (Emmanuelle Seigner). Mais adiante Nigel reencontra Mimi no bar do cruzeiro, enquanto Fiona fica em sua cabine dormindo (aliás, ela faz isso quase que no filme inteiro, mas aparece no fim colaborando com um dos melhores desfechos de todos os tempos) e começa a se encantar com sua sensualidade. Mimi por sua vez o despreza achando-o sem graça (realmente, o cara é um picolé de chuchu). Enquanto toma um ar (para se recuperar do fora levado) aparece um cadeirante chamado Oscar (Peter Coyote) dizendo-se marido de Mimi. Oscar alerta Nigel alegando que Mimi é perigosa e que ela o deixou naquela cadeira de rodas. Nigel conduz Oscar até seu quarto (Mimi dorme em outra cabine). E é a partir daí que Oscar começa narrar para Nigel (a princípio contra a vontade do ouvinte) toda sua história com Mimi, desde o início quando a avistou em um dia de outono em Paris, ambos a bordo de um ônibus. Ela distante em seus pensamentos e ele a contemplando por cima do jornal, até a chegada do cobrador que depois de solicitar seu bilhete, a fez perceber que não o tem e Oscar discretamente entrega a ela o seu, sendo obrigado posteriormente a desembarcar. Começava ali a obsessão de Oscar em encontra-la novamente pelas linhas de ônibus e ruas de Paris. Enfim o reencontro acontece, dando início a um romance onde a diferença de idade (ela uma ninfeta e ele bem mais velho) é pulverizada por um desejo ardente, onde o prazer não encontra limites. Oscar deixa de dar importância aos cafés nas calçadas, as saias esvoaçantes, e aos casos fugazes e mergulha definitivamente nos braços de Mimi. Distantes do mundo externo, enclausurados em um apartamento, ambos extravasam todas suas fantasias. Em um café da manhã, Mimi se lambuza propositalmente com uma caixa de leite deixando Oscar louco (e eu também). Apetrechos sexuais também são usados, como roupa de látex, fantasia de animais e amordaças, criando um clima de dominação. Mas tudo isso começa a ter prazo de validade e esse ardente romance começa a esfriar, mais por conta de Oscar que logo se cansa da submissão de Mimi despertando nele seu lado sádico.  O leite bebido direto na caixa por Mimi, que provocava desejo em Oscar, passa agora a criar repugnância. O beijo que Oscar se obriga a dar em Mimi lembra um cigarro sendo apagado em um cinzeiro. Trocas de ofensas e agressões passam a ser então a tônica do relacionamento. Não tem como não ficar tocado pelo desprezo que Oscar submete Mimi. Ela se humilha, não quer deixa-lo e em um momento pergunta a ele qual a sua culpa o que ela fez? Ele friamente responde: nada, você apenas existi. Essas humilhações sofridas por Mimi desperta ainda mais desejo em Nigel que a essa altura já se vê completamente apaixonado. Daí para frente, cabe a você, caro leitor, ir atrás desse filme para desvendar como Mimi deixou Oscar paraplégico como a “dorminhoca” da Fiona ressurge no final e como essa trama bem elaborada se encerra de forma espetacular.

(Texto: Sergio Silva)
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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Kraftwerk- A Máquina Musical.







  Acredito que o público que, carinhosamente,  visita este blog  já percebeu que se trata de um espaço voltado para o compartilhamento de informações sobre os mais diversos assuntos, sem a menor intenção de impor qualquer valor estético ou pregar qualquer posição política, e é por isso que ele é aberto a todos que tenham algo de interessante e enriquecedor para dividir, seja sobre música, cinema, literatura ou qualquer outro tema relevante para o enriquecimento cultural. Porém, como é de se notar, a música é a tônica dominante do blog, música pra todos os “bons gostos”.
É em virtude dessa característica que hoje quero usar este espaço para falar de algo que humildemente admito não ser um grande conhecedor, apesar de um ser grande amante da música, confesso que alguns estilos me são de difícil assimilação e outros que definitivamente não me agradam. Sempre tive horror à música eletrônica, pelo menos o que a maioria de nós conhecemos como tal, o famoso putz putz trilha sonora de raves regadas a drogas sintéticas. Sempre gostei da marca humana presente na música, da inspiração nas letras bem elaboradas, da pulsação de vida em cada nota, do sentimento expresso em cada acorde, em cada riff, por essas razões sempre tive certa aversão à música eletrônica, até o momento que ouvi uma banda  alemã chamada Kraftwerk (usina de energia em alemão) que me fez mudar o meu radicalismo em relação a este estilo (embora ainda continue odiando o putz putz).
O Kraftwerk foi o grupo que inventou um estilo de música totalmente feita e tocada por meio de sintetizadores e foram os responsáveis pela popularização da música eletrônica e precursores de estilos como o techno e o electro além da   moderna dance music. Todavia o Kraftwerk vai muito além de todos esses estilos, aliás, apesar de ser o precursor de tais estilos, o Kraftwerk tem um som bem próprio e em nada comparável com estes. A banda foi fundada por Florian Schneider e Ralf Hutter em 1970, mas sempre contou com a participação de outros músicos, embora muitos deles nem tenham chegado a participar de algum disco, porém a formação mais duradoura e bem sucedida foi aquela que durou de 1975 a 1987, que incluía a participação dos percursionistas Wolfgang Flur e Karl Bartos, ou seja, apesar de todo o aparato tecnológico da época, pífio, comparado à tecnologia de hoje, o elemento humano era dominante, o que fica bem visível em suas músicas, as suas letras, apesar de mínimas, tratam da vida urbana e da tecnologia europeia do pós-guerra e fazem uma celebração e alertam sobre os males do mundo moderno. Além do alemão, sua língua materna, a banda também gravou em inglês e francês, a sua discografia oficial (álbuns de estúdio), que vai de 1970 a 2005, conta com muitos álbuns que se tornaram clássicos da música no século XX, como Autobahn, de 1974 e  Die Mensch- Maschine, de 1978.
    Porém, na minha singela opinião, o grande clássico da banda é sem dúvida o álbum Trans-Europa Express (ou Trans-Europe Express, em inglês), de 1977, no qual está a música que me fez descobrir a banda, The Hall of Mirrors, que me fisgou de imediato na primeira audição pelo seu clima sombrio e temática introspectiva, e que possui um refrão que ficou por dias na minha cabeça após ouvi-la pela primeira vez (Even the greatest stars find their face in the looking glass), além de outras que fazem desse álbum um dos mais influentes do século XX como showroom dummies e a música título do álbum, Trans-Europe Express. Enfim, mesmo para aqueles que, assim como eu, ainda tem alguma restrição a este estilo, recomendo que conheçam o som desta banda, pois garanto que, mesmo que não gostem, irão conhecer uma banda de grande importância e relevância para a música moderna. 

(Texto: Nilton Aquino)
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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Paul McCartney – Run Devil Run.





Em 1999 Tio Paul resolveu chamar uns camaradas das antigas e gravar o que seria uma verdadeira aula de rock and Roll para essa juventude desorientada. A maioria das músicas são covers do final dos anos cinquenta, canções que Paul ouvia em sua adolescência.
Paul como de costume se encarregou do baixo. Para os teclados e piano, chamou o produtor musical e jornalista, Pete Wingfield. Para a bateria, chamou Ian Paice (eterno membro do Deep Purple). Enfim, para as guitarras foram chamados Mick Green, que acompanhou por um longo período a lenda Van Morrison e um tal de David Gilmour, que já foi membro de um tal de Pink Floyd.
Não tinha como começar o disco de forma melhor. O hino do Rockabilly, Blue Jean Bob de Gene Vincent (um dos maiores expoentes do gênero) já dá claras dicas do que virá pela frente. Agora, o que Paul fez com All Shook Up, com certeza fez Elvis chacoalhar a pélvis no caixão. É contagiante o riff de guitarra dessa música. Run Devil Run (que dá título ao disco) é uma verdadeira pedrada composta por Pau. Ela me fez pensar se Paul não tem um terceiro pulmão, haja fôlego! No Other Baby é uma baladona (que até minha mãe adora), estruturada em doze compassos ( I-IV-V - muito usado no blues). Em Lonesome Town, outra balada, David Gilmour faz um solo de guitarra encantador, colaborando com a melancolia da música. Em coquette, um piano frenético dá o tom. Em Shake a Hand, um Paul desesperado canta como se fosse seu último instante de vida. Para “passar a régua” Party faz jus ao nome. Experimente coloca-la para rolar em uma festa e aguarde o estrago.
Pelo menos para mim, Tio Paul e sua trupe, com esse tratamento de choque, mostrou que o bom e velho Rock and Roll não depende só de atitude e sim de talento.

(Texto: Sergio Silva)
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domingo, 15 de abril de 2012

Punk Na Paskoa - 06/04/2012





Esta foi a sétima edição do festival PUNK NA PASKOA, e nada mais bacana que curtir a sexta-feira “santa” exorcizando os demônios. As bandas escaladas para esta empreitada foram mais que competentes e transformaram o HANGAR 110 em uma verdadeira “Missa Punk”.
Bem antes do horário marcado para começar a festa, já havia certa movimentação nas imediações do HANGAR, e que aos poucos se transformou em uma imensa fila para entrar na casa. Certamente ninguém se arrependeu por esperar. E a seguir os principais momentos de cada banda:
O trio feminino VITIMA apresentou um set curtíssimo, mas com um som bem direto agradou ao publico, que naquele momento, ainda estava em quantidade bem reduzida.  Na sequencia os caras do ODIO SOCIAL , banda que esta na ativa desde 2000, e que possui um som altamente agressivo e com claras influencias que vão do Punk ao Grind. Tocaram sons como “Agoniza” e “Nada” (Olho Seco). E que foram as responsáveis pelas primeiras rodas da noite. 
O OITAO tem um currículo respeitável, já abriu para bandas do porte de NUCLEAR ASSAULT, EXTREME NOISE TERROR e nesta semana tocarão com o BRUJERIA. E os caras fizeram uma apresentação excelente e tocaram entre outras “ Mundo” e “Imagem da Besta” que agitaram a galera. Outro destaque da apresentação foram as participações especiais, Markon (Ex- Lobotomia), que se juntou a banda para fazer uma homenagem ao saudoso Redson, do COLERA,  tocando “Quanto Vale a Liberdade?” e Tatola (Ex-Não Religião). Sem comentários!!
A seguir entrou no palco, a banda que e considerada a primeira punk do Brasil. Contando com Ariel ( Invasores de Cérebro) no vocal, Nono (Inocentes) na bateria, Douglas Viscaino, na guitarra, e Luiz, no baixo. A apresentação foi insana e a galera, naquela altura dos acontecimentos, estava alucinada e cantavam (cuspiam?) toda a indignação contida nas musicas. “Somos Todos Escravos De Um Balde De Lixo”, “Rebeldia Incontida” e ”Restos de Nada”. Atitude mais punk impossível.
O PERIFERIA S/A, banda formada por integrantes do RATOS DE PORAO, botou mais lenha na fogueira. “Devemos Protestar”, “Segunda Feira” e “Periferia” do RATOS, deixaram os presentes em alvoroço.
Quem já esteve em um show do AGROTOXICO, sabe do que estou falando, os caras, literalmente roubaram a cena e injetaram dozes cavalares de violência em uma plateia já enfurecida. E para não deixar pedra sobre pedra, Fabiao (Olho Seco), se junta a banda para executarem “Nada”. Apresentação marcante.
 O D.F.C e uma das bandas mais clássicas do Hardcore/Punk brasileiro e, confesso que nunca havia assistido a um show dos caras. Mas que apresentação!!  A noite seria registrada para a gravação de um DVD. Uma sequencia de pancadaria foi a deixa para que os Stage Diving (presente em praticamente todas as apresentações), se tornasse uma verdadeira “cascata humana”. Quanta fúria!! O Que dizer de “Vai Se Fuder no Inferno”, “Vou Chutar a Sua Cara”, “Possuidos Pelo Cao” e o final apoteótico (pra não dizer caótico), com “Molecada 666”?
Apresentação para ficar na historia, alias todas as bandas e demais envolvidos estão de parabéns pela excelente iniciativa.  Vida longa ao PUNK NA PASKOA!!!

(Texto: Roberio Lima)
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E Eu Que Achava Que Amava a Música.





Num domingo por volta das 20:00, procurando algo “assistível” na tv aberta, me deparei com um programa que nem sabia que ainda estava no ar. Me refiro ao programa de entrevistas chamado conexão Roberto D’ávila. Sempre me cativou a forma com que Roberto D’ávila conduz sua entrevista, deixando seu entrevistado completamente a vontade, sem ser interrompido (atitude pouco comum comparado a outros entrevistadores que sempre querem  “roubar a cena”). Pois bem, nessa noite um de seus convidados era o pianista e maestro, João Carlos Martins. Pela primeira vez, vou me dar ao luxo de escrever não sobre a obra de um artista, mas sim sobre o homem atrás do artista. João Carlos Martins é um exemplo a ser seguido. Um exemplo de obstinação e coragem. O que ele foi capaz de superar em devoção a música não é para qualquer mortal.
João Carlos Martins venceu seu primeiro concurso tocando obras de Bach aos oito anos de idade, aos vinte se apresentou no Carnegie Hall. Inaugurou também o Glenn Gould Memorial em Toronto. Um dia em uma partida de futebol realizada em Nova Iorque, rompeu um nervo da mão direita que o fez perder os movimentos e acabou por distanciá-lo do instrumento, mas após alguns tratamentos, foi gradativamente se recuperando. Com o passar do tempo, desenvolveu uma doença chamada Contratura de Dupuytren, que o fez achar que nunca mais iria voltar a tocar. Em razão disso, tornou-se treinador de boxe, mas sua paixão pela música o fez retornar ao piano e mesmo com toda a deficiência que encontrava, criou adaptações em sua maneira de tocar. Após um concerto em Sofia na Bulgária, foi surpreendido em um assalto e o bandido o atingiu com um golpe na cabeça, ocasionado novamente, a perda dos movimentos das mãos. Esse fato ocasionou uma lacuna enorme em sua carreira, pois João Carlos Martins passou novamente por todo o processo de tratamento e treinamento, até que conseguiu se adaptar com os movimentos dos poucos dedos de cada mão. Em 2004 passou a reger e ainda assim encontrou dificuldades em segurar a batuta e virar as páginas das partituras. Em virtude disso, preferiu memorizar nota a nota das peças.
Ele ainda continua na ativa e recentemente foi homenageado pela escola de samba Vai-Vai que se sagrou campeã nesse mesmo ano. O enredo, não poderia ser melhor: A música venceu.

(fonte: Wikipedia)

(Texto: Roberio Lima)
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sábado, 14 de abril de 2012

Sodom - Carioca Club 07/04/2012





Este ano o SODOM comemora trinta anos de carreira e o Brasil não poderia ficar de for a desta festa. Foram duas datas, Curitiba (06/04) e São Paulo (07/04).
Divulgando o disco “In War And Pieces”, o Carioca Club foi o local escolhido para a “Sodomizacão Paulista” e ainda teria as bandas MARCHINAGE e RED FRONT, que seriam responsáveis pela abertura do evento.
A casa estava praticamente vazia, e por certo tempo, não acreditava que a situação mudaria. A primeira banda a entrar no palco foi o MACHINAGE , e a noite serviu para celebrar o lançamento oficial do debut “It Makes Us Hate” . O som estava muito alto no começo, mas no decorrer da apresentação as coisas foram entrando no eixos e o ponto de destaque da performance dos jundiaienses foi a participação do guitarrista Antonio Araujo (KORZUS), que tocou na faixa “Next Victim” e levantou a galera. Saldo positivo para a banda que já tem uma turnê americana agendada para Junho/ Julho. A próxima banda a se apresentar foi o RED FRONT, e vamos concordar que os caras “correm atrás”. Distribuem a já famosa gelatina de cachaça, CD promocional na faixa e estão sempre interagindo com a plateia. Já tinha assistindo um show dos caras na FOFINHO ROCK BAR ,e na época, os rapazes não tinham a maturidade de agora. A banda faz um som cheio de fúria e com muitos elementos atuais, e fazem o possível para manterem a galera agitando o tempo inteiro. A postura da banda e digna de nota, e além do som próprio, mandaram “Territory” do SEPULTURA. Os caras certamente tem muita lenha pra queimar.
A casa ainda estava muito aquém de sua lotação e naquela altura, já senti uma pontinha de frustração, afinal, por melhor que a banda seja, o publico e fundamental.  Mas, em pouco tempo a galera começou a chegar em grande numero e praticamente, lotou o recinto. Ninguém queria perder a apresentação da maquina Thrash Germânica.
Depois de certo suspense, Tom Angelriper entra no palco acompanhado de Bernmann (Guitarra) e o novo baterista, Markus "Makka" Freiwald, e de cara, incendeiam o Carioca Club com a faixa titulo do novo álbum. A partir dai meus amigos, foi nostalgia pura. “Agent Orange”, “Blasphemer” , “Napalm In The Morning” e “Iron Fist”(MOTORHEAD, que certamente, e uma das maiores influencias da banda) e que foram a tônica do massacre.
Finalmente presenciei um show deste “monumento do Thrash Alemao”, e que, juntamente com KREATOR, DESTRUCTION e TANKARD formam o quarteto mais influente da Europa e quica, do mundo.
Tom e sua trupe, não precisam provar nada para ninguém, mas jamais deixarão de oferecer shows do mais alto nível para seus seguidores.

(Texto: Robério Lima)
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quinta-feira, 12 de abril de 2012

Garotos Incríveis (Wonder Boys)





Se você quer assistir um filme que contenha uma generosa dose de humor inteligente, com um ótimo roteiro e com elenco para lá de afinado. Esse é o filme!
Para minha surpresa, Michael Douglas protagoniza Garotos Incríveis com uma veia cômica que eu até então desconhecia. Michael é Graddy Tripp, um professor de literatura inglesa que há sete anos não consegue concluir seu segundo livro, por conta de um bloqueio sendo que o primeiro foi sucesso de crítica. Tripp tem como hábito fumar um “baseado” sozinho, dentro do carro, enquanto areja a cabeça. Seu editor, Terry Crabtree (Robert Downey Jr.) vem sedento ao seu encontro, para pressioná-lo a concluir o livro, pois sua reputação de editor está em jogo. Terry vem acompanhado por um travesti de dois metros (ele também é homossexual). Mas a adiante ele irá “cantar” descaradamente um dos alunos de Graddy Tripp, James Leer (Tobey Maguire), que também possui talentos literários e que é louco por filmes de suicida. Confesso que não gostei de Tobey protagonizando o Homem Aranha, o achei muito insosso, mas o papel de James Leer caiu como uma luva, pois seu personagem é extremamente lunático. E é justamente James que põe seu professor em apuros. Já não bastava o fato de Tripp ter sido abandonado pela esposa e sua amante que é casada, a reitora Sara Gaskell (Frances McDormand) lhe dizer que estava grávida, tudo isso no mesmo dia, ainda James em um coquetel na casa da Reitora, rouba do cofre do marido de Sara um casaco que Marilyn Monroe usou em seu casamento. Ainda por cima atira com uma arma que ele dizia ser de espoleta no cachorro cego da família quando o mesmo ataca seu professor.
Resta ainda a estonteante Hannah Green (Katie Holmes) com seu indefectível par de botas vermelhas que como Terry, também “canta” descaradamente seu professor. Hannah é inquilina de Graddy e é também uma escritora de talento.
Para fechar, a direção é por conta de Curtis Hanson que também dirigiu Los Angeles – Cidade Proibida. A trilha sonora também solta aos ouvidos sendo que Things Have Changed de Bob Dylan venceu o Oscar de melhor canção.
Em suma, os 112 minutos de duração parece que passam num piscar de olhos, de tão bom que é o filme.

(Texto: Sergio Silva)
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terça-feira, 10 de abril de 2012

David Bowie – Healthen






Certo dia na casa do grande amigo Clebão, já me despedindo peço emprestado a ele o CD do Whitesnake chamado Live in the heart in the city. Ele prontamente o empresta e eu felizmente dirijo-me até minha casa na ânsia de ouvi-lo a todo volume. O cd era gravado e não havia nada escrito identificando a banda. Já com umas na cabeça (é ruim de sair da casa do Cleber sóbrio), coloquei o cd para rolar e pensei: mas esse Coverdale (vocalista do whitesnake) sabe se reciclar, está com uma voz tão diferente (eita cachaça!). Após alguns segundos identifiquei a voz. Era de David Bowie. Confesso que nunca prestei muita atenção nele, mas a partir desse dia Bowie passou a ser sinônimo de boa música para mim.
O cd é o Healthen, gravado em 2001. Logo de cara, Bowie nos prestigia com Sunday. Ela não sei por que me faz lembrar um padre celebrando uma missa. Ao fundo um teclado místico dá um tom de mistério, até que entra a bateria quase no fim imprimindo um peso lembrando até o bom e velho Led Zeppelin. Em seguida entra Cactus, cover do Pixes. Um violão maroto destila acordes blueseiros, um baixo gorduroso entra com os dois pés na porta e posteriormente um teclado a lá Faith no More. Sonzeira! Em Slip Away Bowie me faz lembrar um Sinatra na rua da amargura, tamanho o abandono com que canta. Uma das mais lindas. Slow Burn tem uma linha de baixo contagiante, enquanto a guitarra desfila uma saraivada de notas torturantes. O refrão é um caso a parte.  Por coincidência, outro cara que eu não conhecia bem e que passei a admirar é Neil Young, compositor da próxima, chamada I've Been Waiting for You, uma das minhas preferidas. E para não me estender muito, I Would Be Your Slave, assim como Slow Burn tem um dos refrões mais espetaculares que ouvi no Rock n Roll.
Vale lembrar que esse album foi inspirado nas impressões causadas em Bowie quanto aos ataques de onze de Setembro e a maioria das letras refletem a degradação humana.
Em suma, discão!
Olha o album inteiro aí!!!

(Texto: Sergio Silva)
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Aphrodite´s Child: Um Presente Dos Deuses.





Você pode nunca ter ouvido falar neles, mas com certeza já ouviu alguma música deles. Aphrodite´s Child foi uma banda grega (isso mesmo, helênica) de rock progressivo formada  pelo vocalista  Demis Roussos, o multi-instrumentista  Vangelis Papathanassiou e o baterista Loukas Sideras. A biografia do Aphrodite´s Child se mescla com a de seu principal membro, Demis Roussos que com apenas 17 anos montou a sua primeira banda. Por falta de permissão para trabalhar na Inglaterra a banda mudou-se para Paris em plena Revolução de maio de 1968, onde construíram uma carreira de sucesso.
    O primeiro álbum não oficial da banda obteve um enorme sucesso, chegando a vender um milhão de discos apenas na França. Nos anos seguintes o desempenho da banda só melhorou, com a sua voz estilo de ópera  Demis Roussos e seus companheiros levaram a banda a um sucesso internacional que durou até o seu último álbum 666 ( the Apocalypse of John, 13/18) de 1972. Porém este não é o melhor álbum da banda, para aqueles que querem conhecer melhor a obra dessa grande banda recomendo os seus dois primeiros álbuns: The end of the world (1968) e It´s Five O´clock (1969), este último com alguns dos maiores clássicos da banda como a música título do álbum: uma verdadeira obra prima com uma das mais lindas melodias da música pop, além de Marie Jolie, na qual é possível se deliciar com a fantástica voz de Roussos naquela que é considerada uma das mais belas músicas românticas de todos os tempos.
     Mesmo que você nunca tenha ouvido falar do Aphrodite´s Child com certeza, em algum momento de fossa ou curtindo uma paixão violenta, já chegou às lágrimas ao som desses gregos, com letras que falam principalmente de amor. Com o fim da banda os seus integrantes partiram para bem sucedidas carreiras solos, principalmente o vocalista, Demis Russos, e o tecladista Vangelis Papathanassiou que fez uma parceria de sucesso com outro grande músico do rock progressivo, Jon Anderson; do Yes, formando a dupla  Jon and Vangelis, além de compor trilhas sonoras para o cinema. Vale a pena conhecer e se deliciar com o som desses gregos abençoados pelos deuses, não só por Aphrodite, a deusa do amor, como por todos os demais que do olimpo presentearam a nós, meros mortais, com esse som capaz de nos levar a um estado de epifania, somente possível através da arte.  

(Texto: Nilton Aquino)
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segunda-feira, 9 de abril de 2012

A Todo Volume (It Might Get Loud)





A todo volume é o nome do documentário dirigido por Davis Guggenheim em 2008 que descreve o encontro de três gerações de grandes guitarristas, Jimi Page (ex. Led Zeppelin), The Edge (U2) e Jack White (The White Stripes). O documentário inicia com Jack White criando uma guitarra pra lá de rudimentar (a guitarra de muitos bluesman em seus primórdios), utilizando um pedaço de madeira, um captador, uma garrafa como ponte, uma corda e um cabo. Em menos de três minutos a guitarra já está pronta para Jack desfilar seu furioso slide sobre a única corda, em um pasto repleto de gados , contrastado com ambiente bucólico. Em seguida temos Jimi Page declarando seu encantamento pela guitarra Les Paul, marca que o acompanha de longa data.  ”É como uma escultura, uma maravilhosa peça de madeira envernizada. O cheiro que ela tem parece de uma mulher, sabia? Dá para acaricia-la como uma mulher.” É uma parte integrante de quem eu sou, tocar guitarra é me fundir com ela.  Já The Edge se diz louco por equipamentos e o que ele pode contribuir para a música a levando adiante. Ele reconhece que enlouquece seus técnicos em busca do som que ouve em sua cabeça “É minha voz que sai pelos alto-falantes”.    
Um dos melhores momentos é ver Jimi Page tocando os acordes de Rumble On. Enquanto o som rola Jimi vai declamando: “A dinâmica, luz e sombra sussurrando para o trovão, é um convite inebriante”.
Agora, o cara mais nervoso e visceral é Jack White. “Não me livro de guitarras que têm o braço meio torto, que ficam desafinadas, pois quero lutar com aquilo, vencer e fazê-la exprimir tudo o que sinto naquele instante.” “Quero que seja um luta.”  
Mais adiante, The Edge faz uma visita ao passado, quando toca algumas fitas cassetes onde trechos das primeiras músicas de U2 eram gravadas em quatro canais, dá para ouvir a voz de Bono ao fundo contando os compassos e The Edge aproveita para mostras as várias formas de contagem. Em seguida ele faz uma visita à escola onde estudou na sua adolescência e onde formou o U2. Ainda em viagem ao passado, temos Page que diz “Ficávamos tão à vontade tocando juntos que podia acontecer qualquer coisa”. “Os quatro membros da banda formavam um quinto elemento”. “Paixão, honestidade e competência, o verdadeiro paraíso musical”. Em visita a um asilo, Page se recorda que no hall de entrada, foi gravada a bateria da música Levee Breaks. É aí que o lado produtor desse gênio aflora. “Nós gravamos neste cômodo aqui.” “O Bonzo tinha comprado uma bateria nova e quando ele chegou começou a tocar neste espaço enorme e o som da bateria refletia nas paredes, neste ambiente maravilhoso, dá para ouvir as superfícies refletoras, têm vida e ambiência” Disse um Page pra lá de entusiasmado. Ainda no passado, surge uma gravação de um vídeo, onde Page ainda criança toca skiffle.
Em relação às referências musicais, Jack White diz, enquanto passa um vídeo pré-histórico do Bluesman Blind Gary Davis “Você começa a cavar mais fundo e quando se cava mais fundo no rock ‘n’ Roll, pega-se um trem cargueiro para o blues”. “O blues dos anos trinta é assustador.” “ Quem ouvir essas músicas, se espantará que chegaram a serem gravadas em cera.” E cita: Robert Johnson e Blind Willie Johnson.
Uma das coisas mais legais é ver Jimi Page em sua discoteca separando e pondo pra tocar uma música do compacto do Link Wray chamado Rumble e depois Muddy Waters. O que vemos é um Page tiéte beirando a infantilidade.
Por fim, temos então o encontro dessa três feras que trocam ideias e claro, tocam divertidamente numa jam session despretensiosa, onde os bottlenecks deslizam freneticamente nos dedos dos três. Para encerrar, tocam uma bela balada cantada divinamente por The Edge e Jack.
Esse documentário não é só destinado ao público guitarrístico e sim para todos que apreciam boa música.

(Texto: Sergio Silva) 
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sábado, 7 de abril de 2012

Roger Waters Entre os Muros do Morumbi.






Pegando carona no belo texto de Nilton Aquino, gostaria de expor também minhas observações (sensações talvez seja a palavra ideal) acerca do Show de Roger Waters realizado na última terça feira (03 de abril de 2012).
Pois bem, cheguei ao estádio às l9:30. No ingresso mencionava que o início do show seria às 20:00, portanto, percebi que nem haveria tempo de fazer o famoso “esquenta”. Entrei imediatamente no estádio através do portão que dava acesso à arquibancada laranja. Ao invés de perguntar para algumas milhares de pessoas do lado de fora a que horas que começaria o show, não, o asno aqui foi se lembrar de perguntar isso já lá dentro. E não é que o show iniciaria só às 21:00.  Então me dirigi às arquibancadas em busca de um lugar com boa visibilidade (tonto eu, nem precisava, pois com um muro (tela) com 137 metros de largura qualquer lugar estaria bom) e aguardei pacientemente enquanto pensava que naquela noite eu tinha um pouco de Pink (personagem do filme The Wall) dentro de mim. Muitos não compreendem o fato de eu ir sozinho a espetáculos como esse. Me acham ante social, sem amigos, enfim, esquisito. Na verdade o que acontece é que ao contrário de algumas pessoas que conheço e que se jugam fãs de carteirinha, eu enfrento essa maratona que é assistir shows desse porte sozinho, porque em minha concepção devo prestigiar o artista que com sua genialidade e sensibilidade faz o fardo pesado que carregamos na vida tornar-se gramas. Portanto eu dedico esse texto não a você desprovido financeiramente que morria de vontade de contemplar esse show, mas a você muquirana, mesquinho, que tinha plenas condições de ir e não foi talvez também pelo excesso de má vontade.
Eu já havia visto Roger Waters em ação em 2007 no mesmo Morumbi. Era a turnê do Dark Side of The Moon. Pois bem, tive a sorte de não subestimar Roger (coisas que alguns fizeram, achando que essa turnê não seria superada). Realmente, até então havia sido o melhor show que eu tinha assistido, mas The Wall foi sem sombra de dúvidas o melhor show da minha vida (e da maioria que se encontravam ali). Todos sabem que Roger Waters foi uma verdadeira metralhadora giratória em The Wall.  Extremamente ácido e contundente, Roger “desceu a lenha” no governo, na guerra (que na segunda guerra ocasionou a morte de seu pai), na superproteção materna, nos relacionamentos e traições e no sistema educacional que mais alienam do que educam.
Voltando ao Show The Wall: é impressionante o carisma de Roger Waters. Para ser ter uma ideia, ele decorou um longo discurso em português, lembrando até outro carismático chamado Bono Vox (o Robério vai ficar bravo comigo). O Show inicia com In the flesh? Já valeu os R$ 180,00 que eu havia pago. Eu podia ir embora tranquilo, pois os fogos de artifícios somou-se aos bombásticos riffs criando uma adrenalina contagiante. Daí para frente, não teve nem como respirar, a cada música era uma grande surpresa. Em Hey you o solo de guitarra (não consegui identificar a cargo de quem, pois a banda estava atrás do muro) fez meu coração entrar em combustão, mas a magnun opus é mesmo Confortably Numb, que criou um verdadeiro frenesi no público.
Deixei por último o muro, talvez o grande diferencial. Como mencionei acima, a produção do show fez com que  todos ali presentes  visualizassem bem o espetáculo. Não teve lugar ruim, de qualquer posição era possível assistir perfeitamente.
Diante de uma obra chamada The Wall sendo tocada na íntegra e com todo aquele acervo visual, confesso, fui sozinho e me senti sozinho, pois se quer senti a presença de qualquer indivíduo (felizardo diga-se de passagem), pois só havia o show. Ah, eu também, nem senti minha presença.

(Texto : Sergio Silva)
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sexta-feira, 6 de abril de 2012

Roger Waters The Wall Live: O Maior Epetaculo Da Terra





No dia 03/04, após um dia de trabalho, saí de casa para assistir aquele que com certeza foi o maior espetáculo  que já vi: o show da turnê  the wall, de Roger Waters; ex- baixista do Pink Floyd.  Após uma verdadeira odisseia de quase quatro horas para chegar a o estádio do Morumbi, cerca de dez minutos antes do começo do show, fui surpreendido a cada segundo que se passava durante as duas horas de show que se seguiram, um espetáculo surpreendente e grandioso em todos os sentidos .
       Na sua segunda apresentação em São Paulo, Roger Waters presenteou  o público que lotou o estádio do Morumbi com a apresentação teatral do clássico the wall de 1979, um álbum conceitual que aborda questões como a perda do pai, a opressão de uma mãe super protetora e a humilhação dos professores, tudo isso junto para expor a face de uma sociedade consumista e opressora que sufoca os valores individuais. O tema do álbum é centrado no personagem Pink, inspirado no próprio Roger, que, após a perda do pai na segunda guerra mundial, vê-se oprimido por uma mãe controladora, além de ser humilhado na escola por professores que o ridicularizam pela sua criatividade poética, o que vai contra os valores de uma sociedade centrada nos valores de mercado. Qualquer semelhança com o mundo real não é mera coincidência.
    Nessa segunda montagem dessa espetacular ópera rock, que foi exibida pela primeira vez  na Alemanha , em 1990, e contou com a participação de diversos artistas como Scorpions, Van Morrison, Cyndi Lauper, entre outros, Roger trouxe para o Brasil uma estrutura gigantesca que contava com um palco de 150 metros de comprimento e 15 metros de altura  em forma de um muro que funcionava como telão no qual eram apresentados imagens em alta definição que traduziam em imagens o conteúdo  temático de cada uma das canções do álbum.  A abertura apoteótica  do show ficou por conta do clássico in the flesh? , que também abre o álbum, e daí por diante o público foi cada vez mais surpreendido por uma banda afinadíssima e no comando um senhor que esbanjou talento e um carisma atípico para um britânico. É difícil pontuar o momento alto do show, haja vista que este foi perfeito como um todo, porém, se tivesse que citar alguns diria que um dos mais emocionantes foi a exibição do clássico another brick in the wall, com a participação do coral de crianças usando camisas com a mensagem       “ Fear builds walls” (o medo constrói muros), além de outros como o discurso de Roger, em português claro; apesar do forte sotaque britânico, no qual ele dedicou o show a Jean Charles de Meneses, morto em Londres após ser confundido com um terrorista, e sua família e sua busca pela verdade, e todas as pessoas que são vítimas do terrorismo de Estado. 
     A trajetória do personagem Pink,  desde que entra para um grupo de rock, seu casamento com uma fã e a separação que o leva a um processo de isolamento social que é  representado metaforicamente pela construção de um muro, foi inspirada na história do próprio Roger  que, decepcionado com  o comportamento de um fã, imaginou-se construindo um muro ente ele e o plateia. Na apresentação do dia 03/04 cada momento da trajetória do personagem foi acompanhada por uma performance magistral de Roger Waters  reforçado por um show de imagens e efeitos visuais  carregados de críticas a tudo que oprime: religião, consumismo, sistemas políticos, etc. Vale destacar também  o porco voador com frases como “muita fé e pouca luta”,” povo calado é povo dominado” que muito dizem sobre a sociedade brasileira. 
    Em suma posso afirmar que, para um verdadeiro fã do Pink Floyd, o show foi impecável, algo digno de ficar na memória como um daqueles  momentos que com certeza marcam a nossa existência e lhe dão algum sentido, o que só é possível através da arte. Sem dúvida presenciei O MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA.

(Texto: Nilton Aquino)
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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Death Metal Festival Tour Brazil 2008 - 04-07-2008





Sinceramente, não tinha mais esperanças de ver o POSSESSED ao vivo, pois seus integrantes já estavam envolvidos em outros projetos e o fato de Jeff Becerra estar em uma cadeira de rodas por ter sido vitima de tiros que quase tiraram sua vida, seriam motivos suficientes para eliminar qualquer possibilidade de shows da banda. Mas ao contrario do que pensavam os pessimistas, a banda que ajudou a fundar e difundir o Death Metal (estilo polemico e adorado por uma legião de fãs) confirmaria quatro datas no Brasil (Curitiba, São Paulo, Recife e Belo Horizonte). E de quebra, quem acompanharia Jeff nesta reencarnação do POSSESSED, seriam os caras do SADISTIC INTENT.
O Kazebre Rock Bar, casa de show popular na Z/L de São Paulo, mas sem muita tradição em sediar eventos desse porte foi o palco da DEATH METAL FESTIVAL BRASIL TOUR 2008, que contou ainda bandas, BUCEITOR, APOKALIPTIC RAIDS, THE ORTHER, BESTIAL ATROCITY, COMANDO NUCLEAR, NERVOCAOS, TOTAL DEATH, KORZUS e os já mencionados SADISTIC INTENT e POSSESSED.
A princípio, imaginei que o festival se estenderia ate o amanhecer, mas com a utilização de dois ambientes, as apresentações foram intercaladas entre os dois palcos sendo respeitado todo o cronograma do evento. E nesse ritmo, a primeira banda a subir ao palco foi o BUCEITOR, banda que conta em sua formação com Punk (ex. SIEGRID INGRID) e André Cursi (Guitarra THREAT ) que diante de um publico bastante reduzido, apresentou musicas cheias sarcasmo e peso e ainda mandou covers de S.O.D e NAPALM DEATH.
Confesso que não vi as apresentações do BESTIAL ATROCITY, NERVOCAOS, THE ORTHER e APOKALIPTIC RAIDS que tocaram no segundo palco e agradaram bastante aos que acompanharam as performances destes verdadeiros batalhadores do cenário nacional e que deixaram todos muito satisfeitos com apresentações cheias de fúria e energia.
No palco principal a banda Equatoriana TOTAL DEATH fez uma apresentação burocrática, mas agradou com seu Death Metal cheio de técnica. O COMANDO NUCLEAR entrou em cena com o jogo ganho, e confesso que fiquei muito empolgado com aquela homenagem explicita ao metal dos anos oitenta. Destaque para o cover de “Satã Clama Metal” do AZUL LIMAO. Na sequencia, uma das bandas mais cultuadas do cenário nacional, O KORZUS, praticamente deixou o Kazebre em chamas e lavou a alma dos presentes com um desempenho de arrepiar. Tocaram musicas do seu aclamado “Ties Of Blood” e clássicos de toda a carreira. Prova disso, foi ver Jeff Becerra em sua cadeira de rodas agitando como um louco. Show fantástico!
O SADISTIC INTENT foi a penúltima banda a tocar, e naquela altura do campeonato, todos já estavam a espera do que viria a seguir, a banda não fez feio, e com seu Death/Black Metal aqueceu a galera.
Os caras nem tiveram muito tempo para tomar folego, e na sequencia Jeff se juntou a banda para executar alguns dos maiores clássicos do Metal Extremo e, mesmo em uma cadeira de rodas, o cara dominou a plateia, executando clássicos dos seminais, “Seven Churches” e “Beyond The Gates” para delírios dos saudosistas. Apesar de um set mito curto, sai do Kazebre com a mesma sensação que uma criança quando sai de um parque de diversões. Simplesmente m-a-t-a-d-o-r!

(Texto: Robério Lima)
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terça-feira, 3 de abril de 2012

O Inicio, O Fim e o Meio, Sem Terminar o Inicio.





Certa feita de uma data não muito distante, resolvi assistir e saber um pouco mais sobre o início, o fim e o meio.  Assistindo ao filme do Walter Carvalho “Raul, o inicio, o fim e o meio”.
O documentário relata causos de 94 pessoas próximas a este “mito” da música, Raul Seixas. Se é que posso chamá-lo de mito, mas prefiro ser colocado desta maneira, uma pessoa que conseguiu mesclar um gênero musical de diversas classificações, tais como:  Rock and roll; Rockabilly;  Baião; Country;  Rock psicodélico;  Folk;  Folk Rock; MPB e Acid Rock, ou o que ele mesmo se auto definiu ” Rauseixismo”.
Obviamente sua história segue uma ordem cronológica, diante dos causos contatos pelos entrevistados, bem como, estes são alavancados de forma aleatória na ordem que se apresentaram na vida deste mito. É uma história bem contada, desde sua juventude quando escutava Luis Gonzaga, conforme depoimento de seu irmão e familiares próximos, até sua morte contada em detalhes pelo porteiro de seu prédio na época.
Com a direção também de Walter Carvalho e Leonardo Gudel, eles buscaram imagens que não se consegue ver em lugar algum, de tal modo executaram uma verdadeira garimpada em imagens de Raul jamais vistas.
Raul pronunciava ser apaixonado por cinema, esperava acabar um dia em Hollywood fazendo filmes. Formado em filosofia era um metafísico da música, mas não deixando de lado o adjetivo mito. Resolveu ser cantor de Yê-Yê-Yê Realista quando descobriu que o brasileiro não gostava muito de ler. Homem de muitas mulheres, umas americanas outras brasileiras, mas que marcou todas elas, de forma intensa... Grandes parceiros como Mauro Motta, Paulo Coelho, entre outros, Paulo este quem lhe mostrou o mundo de outra forma, com as drogas! Fato curioso é no depoimento de Paulo que em sua residência, Genebra, aparece uma mosca ao seu redor, ele se surpreendeu dizendo nunca ter visto uma mosca na Suiça, no mesmo momento declarou que não a mataria e em seguida lhe deu um tapa na sua mão esquerda que culminou em uma longa gargalhada.
As letras de suas músicas, não eram apenas “singles”, mas sim verdadeiras poesias, eram musicas que contavam histórias, eram tão inteligentes que nem mesmo a ditadura da época conseguiu censurar tanta inteligência, conforme Pedro Bial relatou em sua entrevista quando relacionou a sua música “Ouro de Tolo”.
Criou uma sociedade alternativa, ”Se você não está dentro de uma sociedade alternativa a sociedade alternativa sempre esteve dentro de você”.  É de se arrepiar.
Assistam ao filme e sejam felizes!

(Texto: John Rudy)
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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Para a Nooossa Tristeza!





Venho me perguntando a certo tempo sobre o motivo de tantas bobagens virarem hit da noite para o dia na internet, e nesse sentido o  YOUTUBE tem ajudado a tornar esse fenômeno ainda mais frequente.  O exemplo mais recente e o vídeo  “Para a Nossa Alegria” que transformou os participantes da “ presepada” em verdadeiros “Pop Stars”. Foram mais de 13 milhões de acessos ate agora, e vários convites para participarem de programas de TV. Além disso, o vídeo também virou febre nas principais redes sociais e deixa no ar uma questão interessante; Porque damos importância a tanta baboseira? Afinal a síndrome da “celebridade relâmpago” esta cada vez mais respaldada por uma mídia empobrecida e carente de um publico mais seletivo, pois diariamente, nos empurra goela abaixo, qualquer porcaria, que engolimos sem ao menos termos a decência de identificar o sabor.
Assisti ao vídeo em questão, inúmeras vezes, no intuito de encontrar uma resposta para tanta repercussão e constatei que os ingredientes são praticamente os mesmos para qualquer “patifaria” desta natureza. O vídeo não destaca nenhuma baixaria, mas o alarde sobre algo “tão sem graça” deveria despertar em cada um de nos a vontade de procurar caminhos diferentes para deixar de lado manifestações vazias e sem proposito algum. Meu Deus! Na verdade, a Família Barbosa e apenas mais uma das vitimas de um sistema esgotado que tem como mecanismos de apoio as bizarrices televisivas que constroem e destroem impiedosamente,"mitos vazios".
Em tempos de “banda larga ilimitada” vamos utiliza-la para algo mais saudável, pois e uma ferramenta importante no sentido de viabilizar muitas ideias interessantes, mas que certamente não atingem nem um decimo do publico que valoriza tanta coisa sem sentido.

(Texto: Robério Lima)
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domingo, 1 de abril de 2012

William Faulkner - Enquanto Agonizo





Enquanto Agonizo é o título do livro escrito por William Faulkner (vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 1949). Ler esse romance foi sem dúvida alguma o maior desafio que tive em se tratando de literatura, pois só consegui concluí-lo na terceira tentativa, nas duas primeiras eu acabei por me perder em sua magistral narrativa. Até então o livro mais difícil para mim havia sido a Hora da Estrela de Clarice Lispector, mas o li até o fim logo de primeira.
Enquanto Agonizo foi publicado em 1930. Faulkner se distanciou da aristocracia sulista americana e focou-se em personagens mais humildes. Ele descreve com maestria a saga da família Bundren, onde a matriarca Addie Bundren que está a um passo da morte, assiste por uma janela Cash, um dos seus cinco filhos construindo seu caixão. E é após o falecimento da mãe que o livro engata mesmo. Começa aí uma aventura daquelas de tirar o fôlego. A família se vê obrigada (na verdade quem se vê obrigado é o pai) a cumprir o desejo de Addie que é ser enterrada em sua cidade natal. Não vou revelar muito sobre o livro (se eu penei por que vou dar tudo de mão beijada?), mas só para se ter um gostinho: chuva torrencial, pontes destruídas, o corpo da mãe sendo transportado em cima de uma carroça durante alguns dias (imagine o cheiro) e um dos filhos com uma perna putrificada em decorrência de um acidente. Tudo isso narrada de uma maneira extraordinária por Faulkner. Os capítulos tem o nome dos personagens e eles nunca falam sobre si mesmo. É como se o leitor fosse levado à mente de cada um, portanto o livro é narrado em primeira pessoa (pessoas).
Bom, fica aí a dica de um romance que foi eleito um dos cem melhores romances em inglês do século XX.

(Texto: Sergio Silva)
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Roberto Carlos - 1977





Uma das parcerias mais bem sucedidas da musica popular brasileira, Roberto e Erasmo Carlos são os responsáveis pela criação de canções que marcaram profundamente o imaginário de varias gerações. Desde os primórdios da Jovem Guarda passando por uma fase mais melancólica ate chegarem ao período escancaradamente romântico, foram inúmeras canções, no mínimo brilhantes que atingiram as mais diversas classes sociais por abordar algo que esta presente na vida de cada um de nos, O AMOR.
Poderia indicar qualquer disco de ROBERTO CARLOS das décadas de 60, 70 ou 80, mas acredito que um grande exemplo para ilustrar meu argumento e o disco de 1977 que possui doses intensas de romantismo e que tem como tema de abertura “Amigo”, umas das mais famosas composições da dupla e que de certa forma, e o símbolo da parceria. Tente não se emocionar com “Outra Vez” (Isolda) ou “Cavalgada” (Roberto e Erasmo). Enfim, todas as características que o tornaram “REI” estão neste disco, canções interpretadas com uma voz que emociona ate ao mais insensível dos homens.
 Impossível viver sem amor, impossível viver sem a dor e as canções de ROBERTO e ERASMO nos ajudam a equilibrar estes sentimentos tão distintos, mas que contrapõem nossa frágil existência.

(Texto: Robério Lima) 
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