Surpreendente. Esse foi o adjetivo mais usado por mim ao assistir o show da norte americana Kelly Richey. Nascida em Lexington, Kentucky em 1962, teve como primeiro instrumento o piano, migrando logo em seguida para a bateria. Após alguns meses, seu pai lhe deu um violão e com 15 anos já tocava guitarra chegando a estudar doze horas por dia. Isso fica nítido ao assistir Kelly em ação. Ela com certeza faz muito marmanjo sentir-se uma Barbie tocando guitarra (Eu me incluo nessa).
Eu já admirava alguns talentos femininos das seis cordas como Susan Tedeschi e Ana Popovic (essa última, um amigo me emprestou um dvd em que ela estava na capa e até pensei que era um filme pornô, pra minha tristeza ou alegria, não era). Ambas além de beldades, cantam e tocam um blues rock de primeira. Mas Kelly Richey (ao meu ver) supera as duas, não pela beleza é claro (achei ela uma mistura de Janete da zorra total com Roberta Miranda), mas sim pela técnica e a paixão com que ela toca sua Fender Stratocaster 1963, sua companheira inseparável desde os anos 80.
Percebe-se claramente duas influências seguidas devotamente por Kelly, ou seja, Stevie Ray Vaughan e Jimi Hendrix, mas isso não chega a fazer com que Kelly perca sua personalidade. Há muita criatividade em sua maneira de tocar.
Fico sempre em estado de graça quando conheço músicos dessa safra. Espero que o mesmo aconteça com você.
(Texto: Sergio Silva)