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segunda-feira, 6 de junho de 2016

Uma Explosão Nuclear Musical








No final de abril deste ano, o mundo perdeu um de seus maiores artistas: Prince Rogers Nelson, ou simplesmente Prince. O corpo do lendário artista foi encontrado, justamente no seu icônico estúdio, Pasley Park, na sua amada cidade natal,  Minneapolis.
Perder num mesmo ano (nem na metade dele) dois artistas como Prince e David Bowie, é no mínimo assustador. Sinal de que resta cada vez menos do mundo mágico e encantador que pudemos conhecer.
Prince era filho de músicos e começou a compor ainda na infância. Quando lançou seu primeiro álbum, For You em 1978, já deixava sinais da revolução que iria causar na música pop: ele compôs, arranjou e tocou todas as músicas do disco, além de produzi-lo. Não obteve sucesso comercial ainda, mas ia adquirindo prestigio e notoriedade. No álbum seguinte que levava apenas seu nome como título, já obteve maior destaque e a música ¨I Wanna be Your Lover¨ se tornou seu primeiro hit. Suas músicas até então estavam entre o funk , R&B, e ainda tinha resquícios da Disco Music que, a essa altura já estava em seus últimos dias.
Seguem-se  álbuns como o aclamadíssimo Dirty Mind e Controversy que já exibiam um artista completo e inovador , além de polêmico, misterioso, sexy e controverso. Porém a explosão mundial só ocorreu com o disco 1999 , uma de suas obras-primas que revolucionou ao mesclar diversos gêneros como synth pop, funk, rock, soul.
Através do projeto Purple Rain, que se tratava de um filme ¨quase¨ autobiográfico e sua trilha sonora o artista alcançou o mega estrelato e não havia mais limites para suas glórias: muitíssimos milhões de discos vendidos, dezenas de prêmios, entre eles o Oscar de melhor canção, além de prestígio inabalável de toda a crítica mundial. Ele se tornou  então um dos maiores e mais importantes artistas dos anos 80.
Em 1987 lançou Sign O’ Times , para muitos sua maior obra. O músico lançou uma imensa e magnifica turnê que foi registrada num filme, de mesmo nome.
Ele seguia nesse ritmo intenso intenso, lançando discos ano após ano, revolucionando, fazendo dezenas de clipes e outros filmes.
Após anos brilhando com a banda Revolution (eles gravaram juntos de 82 a 86), Prince entrou a década de 90 com uma nova mega banda, a New Power Generation.  No ano de 91, outro álbum fabuloso: Diamonds and Pearls. O artista estava sempre inovando no seu visual, assim como sua talentosa banda. Vídeos belíssimos eram produzidos e o sucesso de público e crítica permaneciam.
Em seguida, a sua gravadora, Warner fechou o contrato mais caro da história, até então, para que ele permanecesse na companhia. Não foi o suficiente para evitar que o artista travasse uma batalha gigante para se livrar da mesma. Aparecia com  a palavra ¨slave¨(escravo) pintada no rosto. Lançou um álbum em 1992 cujo o título era um símbolo impronunciável. O mais incrível é que poucos anos depois ele adotou esse mesmo símbolo como seu novo nome. As esquisitices foram aumentando e assim ele foi se afastando do grande público e da mídia em geral. Continuou lançando álbuns sem parar , pois tinha incontáveis músicas guardadas para lançar por muitos anos. A partir de 2004  teve um retorno triunfal com o álbum Musicology e uma turnê disputadíssima. Ainda nesse ano entrou para o Rock n’ Roll Hall of Fame. Nos anos 2000 continuou lançando álbuns, em 2007 fez uma apresentação apoteótica no Super Bowl. Com o tempo, passou a proibir que seus vídeos fossem exibidos no You Tube, fato que talvez o afastou das novas gerações.
Prince não estaria facilmente numa lista de prováveis rock stars que morreriam tão breve. Jamais se falava de problemas dele com drogas ou álcool. Sua obsessão era com a perfeição, com sua obra. Talvez o excesso de trabalho duro por anos ininterruptos o tenha consumido. Nesses dias foi divulgado que a causa da sua morte foi devido a uma overdose de analgésicos. Era um feriado aqui no Brasil. Eu assisti um programa de notícias no canal  G1 em que chamaram um crítico musical para falar sobre o astro. Em dúvida sobre seu estilo ela perguntou ¨Pop, Rock...afinal como definir Prince?¨. O crítico respondeu rapidamente, mas não menos certeiro: “uma explosão nuclear musical”



(Texto: Francisco Oliveira)

Um comentário:

  1. Foi uma perda irreparável mesmo, junto com David Bowie, esse mundo está ficando cada vez com menos ídolos e talentos marcantes.

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