No final de abril deste ano, o
mundo perdeu um de seus maiores artistas: Prince Rogers Nelson, ou simplesmente
Prince. O corpo do lendário artista foi encontrado, justamente no seu icônico
estúdio, Pasley Park, na sua amada cidade natal, Minneapolis.
Perder num mesmo ano (nem na
metade dele) dois artistas como Prince e David Bowie, é no mínimo assustador.
Sinal de que resta cada vez menos do mundo mágico e encantador que pudemos
conhecer.
Prince era filho de músicos e
começou a compor ainda na infância. Quando lançou seu primeiro álbum, For You em 1978, já deixava sinais da
revolução que iria causar na música pop: ele compôs, arranjou e tocou todas as
músicas do disco, além de produzi-lo. Não obteve sucesso comercial ainda, mas
ia adquirindo prestigio e notoriedade. No álbum seguinte que levava apenas seu
nome como título, já obteve maior destaque e a música ¨I Wanna be Your Lover¨
se tornou seu primeiro hit. Suas músicas até então estavam entre o funk , R&B,
e ainda tinha resquícios da Disco Music que, a essa altura já estava em seus
últimos dias.
Seguem-se álbuns como o aclamadíssimo Dirty Mind e Controversy que já exibiam um artista completo e inovador , além de
polêmico, misterioso, sexy e controverso. Porém a explosão mundial só ocorreu
com o disco 1999 , uma de suas
obras-primas que revolucionou ao mesclar diversos gêneros como synth pop, funk,
rock, soul.
Através do projeto Purple Rain, que se tratava de um filme
¨quase¨ autobiográfico e sua trilha sonora o artista alcançou o mega estrelato
e não havia mais limites para suas glórias: muitíssimos milhões de discos
vendidos, dezenas de prêmios, entre eles o Oscar de melhor canção, além de
prestígio inabalável de toda a crítica mundial. Ele se tornou então um dos maiores e mais importantes
artistas dos anos 80.
Em 1987 lançou Sign O’ Times , para muitos sua maior
obra. O músico lançou uma imensa e magnifica turnê que foi registrada num
filme, de mesmo nome.
Ele seguia nesse ritmo intenso
intenso, lançando discos ano após ano, revolucionando, fazendo dezenas de
clipes e outros filmes.
Após anos brilhando com a banda
Revolution (eles gravaram juntos de 82 a 86), Prince entrou a década de 90 com
uma nova mega banda, a New Power Generation.
No ano de 91, outro álbum fabuloso: Diamonds
and Pearls. O artista estava sempre inovando no seu visual,
assim como sua talentosa banda. Vídeos belíssimos eram produzidos e o sucesso
de público e crítica permaneciam.
Em seguida, a sua gravadora,
Warner fechou o contrato mais caro da história, até então, para que ele
permanecesse na companhia. Não foi o suficiente para evitar que o artista
travasse uma batalha gigante para se livrar da mesma. Aparecia com a palavra ¨slave¨(escravo) pintada no rosto.
Lançou um álbum em 1992 cujo o título era um símbolo impronunciável. O mais
incrível é que poucos anos depois ele adotou esse mesmo símbolo como seu novo
nome. As esquisitices foram aumentando e assim ele foi se afastando do grande
público e da mídia em geral. Continuou lançando álbuns sem parar , pois tinha
incontáveis músicas guardadas para lançar por muitos anos. A partir de
2004 teve um retorno triunfal com o
álbum Musicology e uma turnê
disputadíssima. Ainda nesse ano entrou para o Rock n’ Roll Hall of Fame. Nos
anos 2000 continuou lançando álbuns, em 2007 fez uma apresentação apoteótica no
Super Bowl. Com o tempo, passou a proibir que seus vídeos fossem exibidos no
You Tube, fato que talvez o afastou das novas gerações.
Prince não estaria facilmente
numa lista de prováveis rock stars que morreriam tão breve. Jamais se falava de
problemas dele com drogas ou álcool. Sua obsessão era com a perfeição, com sua
obra. Talvez o excesso de trabalho duro por anos ininterruptos o tenha
consumido. Nesses dias foi divulgado que a causa da sua morte foi devido a uma
overdose de analgésicos. Era um feriado aqui no Brasil. Eu assisti um programa
de notícias no canal G1 em que chamaram
um crítico musical para falar sobre o astro. Em dúvida sobre seu estilo ela
perguntou ¨Pop, Rock...afinal como definir Prince?¨. O crítico respondeu
rapidamente, mas não menos certeiro: “uma explosão nuclear musical”
(Texto: Francisco Oliveira)
Foi uma perda irreparável mesmo, junto com David Bowie, esse mundo está ficando cada vez com menos ídolos e talentos marcantes.
ResponderExcluir