Normalmente a programação oferecida pela TV aberta é sofrível. Muito assistencialismo, exploração da miséria alheia e babação de ovo sem precedente – normalmente maquiada de homenagem ou reconhecimento de um talento que na maioria das vezes é inexistente.
Inebriado pelo tédio e sem nada melhor para fazer, resolvi assistir ao tal “The Voice Brasil Kids”- motivo de alvoroço e comoção por parte de uma audiência já acostumada a esse tipo de “produto”.
O esquema é quase o mesmo da pavorosa versão adulta, que conta com o apresentador Tiago Leifert e um grupo de jurados tão questionável quanto o da versão para marmanjos. Formada por Carlinhos Brown (responsável pelos já famosos momentos “presepada”), Ivete Sangalo (no lugar da sua eterna imitadora – Claudia Leite) e Victor e Léo (curiosamente as escolhas da dupla compreendem somente um voto. Porque será?!). Junte tudo isso e terá o que há de pior entre os ditos programas de auditório e que hoje são conhecidos como “reality”- piadas sem graça, avaliações altamente superficiais e uma preocupação excessiva em mostrar empatia com o que os participantes (calouros!), apresentam no palco.
E realmente dá vontade de chorar quando os jurados fazem “caras e bocas”, tão em voga para afirmar que estão entre os politicamente corretos. O esquema é dos mais lamentáveis e o “Reality” é mais um amontoado de baboseiras e gente sem o menor fragmento de personalidade. Por fim, nesse jogo de cartas marcadas, imperam somente as figurinhas que vencem o programa (por algumas semanas), e depois inevitavelmente submergem na total indiferença de um público boçal já ocupado em digerir qualquer outra “novidade”.
(Texto:Robério Lima)
Nenhum comentário:
Postar um comentário