Há muito tempo estou em dívida
com os leitores deste blog, principalmente com o seu idealizador e mantenedor;
que há tempos vem me cobrando um novo texto. Confesso que escrever para este
espaço não é tarefa fácil, primeiro pela escolha do tema , haja vista a grande
variedade de assuntos aqui abordados; mesmo que a maioria se refira ao mundo da
música, segundo pela qualidade dos textos aqui publicados o que exige certos cuidados para não poluir
um espaço que a cada dia se expande em quantidade e qualidade.
Apesar da minha insegurança resolvi
escrever sobre um evento que marcou para mim, e creio que para muitos, o ano de
2015. Apesar de termos tido nesse ano que se encerrou uma variedade de
espetáculos importantes, a lista de shows que passaram por São Paulo foi
fechada com chave de ouro.
No dia 11 de Dezembro de 2015 a cidade
recebeu , para o delírio de milhares de fãs, um dos shows mais aguardados do
ano: David Gilmour, o lendário guitarrista do Pink Floyd, desembarcou em São
Paulo com a tour do seu último álbum Rattle that lock . Para os que
presenciaram esse grandioso espetáculo creio que dificilmente o esquecerão.
Aqueles que, assim como eu, são
aficionados pela música do Pink Floyd tiveram a oportunidade de presenciar um
momento mágico e inesquecível propiciado por um artista legendário e o timbre
inconfundível de sua guitarra acompanhado por uma voz única e inalterada,
apesar do peso dos anos que, assim como faz com os bons vinhos, a tornam cada
vez melhor.
Não cabe aqui fazermos comparações com o
seu ex-companheiro de banda que por aqui já passou, ambos representam a
essência do Pink Floyd, embora seja nítida a diferença entre os espetáculos dos
dois, igualmente gênios: a teatralidade de um e a sobriedade do outro são
características impossíveis de não se notar, porém tanto um quanto o outro
sabem como poucos artistas elevar o nosso espírito com uma música que
ultrapassa os movimentos e os modismos e encanta gerações.
Quem esteve nos dias 11 e 12 de Dezembro
no Allianz Park em São Paulo e também em outras cidades por onde a turnê passou
teve a oportunidade de se emocionar com clássicos do Pink Floyd como “Us and them”, “Money”, a avassaladora
“Shine on you crazy diamond” entre outras obras primas, assim como também comprovou que a criatividade musical desse
grande artista não diminuiu com o passar dos anos o que ficou claro com as
músicas de sua carreira solo que fizeram parte do set list, principalmente as
do seu último trabalho “Rattle that lock” cuja canção homônima abriu o show
levando a multidão ao delírio.
Enfim, não quero me alongar divagando
sobre o óbvio, simplesmente gostaria de marcar o meu retorno a este espaço
dividindo com os amigos leitores a empolgação e emoção que senti por ter
presenciado um dos maiores espetáculos dos últimos anos e ressaltar para as
novas gerações a relevância deste e outros artistas que, apesar de não
permanecerem constantemente sob os holofotes da grande mídia, fizeram a
história da música revolucionando as concepções artísticas do século XX, tanto
aqueles que ainda estão entre nós como aqueles que partiram quando ainda tinham
tanto a oferecer.
(Texto: Nilton Aquino)
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