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sábado, 6 de fevereiro de 2016

A Regra Do Jogo - Crise No Horário Nobre







Quando as primeiras chamadas de “A Regra do Jogo” foram veiculadas entre os intervalos da já sem salvação “Babilônia”, algumas expectativas começaram a crescer diante da perspectiva de que teríamos um produto mais consistente. Tendo como referencia “Avenida Brasil”e considerando o elenco que tem em suas primeiras fileiras atores que vem de trabalhos bastante elogiados,(vide Cauan Raymond e Alexandre Nero, ou os já tarimbados Tony Ramos e Suzana Vieira). A novela tinha tudo para ser um sucesso. Tinha...
Sendo considerado um dos principais novelistas da Globo, João Emanuel Carneiro foi catapultado para o seleto time de autores responsáveis pela faixa das nove após sucessos com “A Cor Do Pecado” e ``Cobras & Lagartos``. Estreou na principal faixa de novelas com ``A Favorita´´, que já trazia algo de inovador para o horário. Sua parceria com Amora Mautner foi muito festejada em ``Avenida´´, mas o sucesso estranhamente não se repetiu. Alguns fatores mostram o porque de ``A Regra Do Jogo`` não ser um sucesso. Vamos a eles:  
De cara ficou evidente que o autor requentou personagens e núcleos já vividos em outros trabalhos de sua autoria. O enredo do folhetim é bastante confuso e possui muitos pontos que não se encaixam. A história em si já é um “balaio de gato” sem precedente, pois por mais que tentem passar despercebidas, muitas perguntas ficam no ar. O núcleo da favela se entrelaça com o da cobertura decadente de forma inusitada mas não influenciam quase nada na trama principal, que por si só, já é algo bem difícil de entender.
E os atores? Estão sendo subaproveitados? Não sei dizer ao certo mas, a interpretação de muitos ali está aquém do que já apresentaram em outras oportunidades, talvez por não encontrarem força em suas personagens. Algumas exceções devem ser destacadas, como é o caso de Tônico Pereira e o seu Ascânio, que já é uma versão do Nilo, vivido por José de Abreu em “Avenida Brasil”. Aliás, “O Pai”, também vivido por José de Abreu, é um caso à parte, pois controla uma facção que foi criada a partir de um trauma vivido por sua família em uma ocasião de  violência sofrida  por parte de bandidos que invadiram sua casa.
O que fica claro no final das contas é que um certo desespero em produzir algo realmente atrativo vem fazendo com que se dê muitos “tiros na água”. Hoje o telespectador já não fica mais refém de fórmulas (não é uma regra, mas as alternativas em detrimento da tv pululam diante dos olhos. YouTube, Netflix e outras opções aparecem a cada instante). Por isso, a hora é de repensar a estratégia, pois não estamos mais nos tempos em que uma novela das nove ultrapassava facilmente cinquenta pontos no Ibope.
O que resta, é torcer para que os autores e o núcleo criativo da “plim plim” revejam a forma de fazer novela e mantenham o status de referencia em teledramaturgia, pois não podemos negar que em matéria de novelas a emissora carioca possui grande expertise. Não por acaso exporta para vários países do mundo. 


(Texto: Robério Lima)

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