Destaques

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Grande Sertão:Veredas-Amor,morte e o Diabo no meio do mundo, no meio do redemoinho.






Há dias que me cobram um novo texto a ser publicado nesse espaço, faz um bom tempo que não publico nada por aqui, não por falta de vontade, mas por razões alheias a minha vontade.Não diria que estou passando por um ótimo momento em minha vida, nem por isso vou escrever sobre como a vida é injusta ou descrever alguma visão pessimista sobre determinado assunto.Portanto não escreverei sobre Kafka e o incompreensível que nos aprisiona e que pode nos levar a um fim trágico, tampouco vou usar um momento de instabilidade para pregar alguma visão religiosa(o que não tenho)nem recomendar o último best seller de autoajuda, o que não faria nem com o meu inimigo;afinal há formas mais eficazes de tortura. Mesmo no momento em que escrevo ainda não sei sobre o que escreverei, já que tenho muito a dizer e tão pouca inspiração para fazê-lo de uma forma que valha a pena ser lido. Sabemos que grande parte do que é aqui publicado aborda o mundo da música, porém hoje quero falar de música mas sem falar de música(calma não vou "caetanear", pelo menos espero que não). Numa rápida reflexão sobre o estado emocional em que me encontro me veio a lembrança um autor, uma obra, várias obras e consequentemente a dificuldade de se contar a sua própria história, uma angústia semelhante a vivida pelo narrador de uma das mais importantes obras  da literatura brasileira: Grande Sertão:Veredas do escritor mineiro João Guimarães Rosa. Nessa obra prima temos uma narrativa que se constrói a partir do diálogo entre o ex-jagunço Riobaldo e um  interlocutor que jamais tem a palavra e cuja fala é apenas sugerida, nesse "diálogo monológico" o velho Riobaldo narra a histórias de vingança, violência, amores e perseguições, tudo isso entremeados de profundas reflexões sobre o ser e a condição humana. Os demais personagens falam pela boca de Riobaldo que se vale de um estilo de narrar e de características linguísticas individuais, Guimarães Rosa usou não só a linguagem simples do sertanejo como a misturou com uma linguagem extremamente erudita que dominava, tudo isso para demonstrar que a cultura popular não só não é inferior a erudita como esta é vazia quando não reconhece o valor daquela. O tempo passado confunde os acontecimentos na mente do narrador, impedindo-o de separar o falso do verdadeiro, o vivido do imaginado. Essa opção pelo monólogo de caráter memorialista implica, no plano da narrativa, a distribuição caótica da memória. Dessa forma a linguagem assume, para o narrador, um poder mágico. Falar a própria vida constitui a matéria narrativa do romance, mas as dificuldades do viver e do narrar distorcem as duas práticas e por isso acabam criando um texto ambíguo, tão enigmático quanto a vida, onde tudo é e não é, simultaneamente. Em meio a jagunços, assassinatos e perseguições que constituem um dos fios da narrativa, existe também o plano amoroso, o amor de Riobaldo por Diadorim é uma espécie de segunda batalha travada pelo personagem que, diferente daquela travada externamente contra os inimigos, é travada internamente contra um inimigo invencível e incompreensível. De maneira geral o romance nos aponta para o plano de vida da jagunçagem, que nos permite compreender componentes geopolíticos, sociais e econômicos do sertão, além do plano das reflexões, criado pelos temores de Riobaldo velho, revendo e avaliando o passado e sua própria vida. encontramos no romance também um plano mítico, centrado nos conflitos  representados pelas forças da natureza e na reflexão sobre a existência do diabo: "Mas, não diga que o senhor, instruído, que acredita na pessoa dele? Não? Lhe agradeço! Sua alta opinião compõe minha valia. Já o campo! Ah, a gente , na velhice, carece de Ter sua aragem de descanso. Lhe agradeço. Tem diabo nenhum. Nem espírito, Nunca vi. Alguém devia de ver, então era eu mesmo, este vosso servidor. Fosse lhe contar... Bem , o diabo regula seu estado preto, nas criaturas, nas mulheres, nos homens. Até : nas crianças- eu digo. Pois não é ditado:' menino- trem do diabo'? E nos usos , nas plantas , nas águas, na terra, no vento... Estrumes....O diabo na rua , no meio do  redemoinho"
   Ah! você deve estar me perguntando o que a música tem a ver com o Grande Sertão, pois é, o romance é construído de forma extremamente poética, na qual podemos notar uma musicalidade latente. Se lido em voz alta o efeito é totalmente diverso de uma leitura silenciosa, não quanto a compreensão mas em relação a os efeitos de musicalidade proporcionados pela linguagem roseana, de resto há música mesmo no silêncio. Assim como Riobaldo todos nós travamos uma batalha com o passado, no viver e no contar.

(Texto: Nilton Aquino)
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sábado, 25 de fevereiro de 2012

89 FM - Aniversario de 12 Anos







Quem se lembra da radio 89 FM “A Radio Rock”? Pois e, meus amigos o tempo passou e hoje ela não e mais “Rock”. De qualquer forma, em certo período nos proporcionou boas doses de alegria, me refiro mais precisamente ao dia 06 de Dezembro de 1997, Estádio Palestra Itália, São Paulo. Neste dia foi comemorado o aniversario de doze anos da radio, e para festejar em grande estilo, três atrações de peso foram escaladas para abrilhantar a festa; QUEENSRYCHE, MEGADETH E WHITESNAKE.
Um sábado de clima agradável e la estavam eu e o camarada Cristóvão, prestes a adentrarmos ao templo de tantas glorias e sofrimentos esportivos , que naquele dia daria lugar a grandes apresentações musicais (e uma delas, nem tanto), Meu Deus! Como pude esquecer-me de mencionar a banda brasileira responsável pela abertura desta festa? E meus amigos, mesmo que a contragosto, terei que desperdiçar alguns minutos de minha paciência para relatar o que foi a apresentação deste grupo.
Falo do CHARLIE BROWN JR. Uma apresentação para esquecer (em todos os sentidos), pois o que ficou registrado em minha memoria foi apenas a chuva de objetos em direção ao palco, e o discurso vazio do vocalista (Chorão !?!) tentando comover o publico com um argumento pseudonacionalista.
Bom, o QUEENSRYCHE foi a próxima banda a se apresentar (quem foi a primeira mesmo?) e estavam promovendo o contestado disco Hear in the Now Frontier”, mas apesar de ter sido apenas uma apresentação correta, empolgou os fãs com alguns de seus clássicos e arrancou lagrimas de outros com “Silent Lucidity” tocada frequentemente nas rádios.
A próxima banda a subir ao palco foi o MEGADETH que também promovia um disco muito aquém de sua historiaCryptic Writings”, mas o que se viu a partir daquele instante na pista do Palestra foi um campo de guerra, pois fomos banhados por clássicos como “ Holy Wars”, “Skin o’ My Teeth” e “Symphony of Destruction”, memorável!
E como em bolos de aniversario não pode faltar a “velinha”, essa ficou para o final e foi representada por um dos expoentes do Classic Rock. O WHITESNAKE liderado pela “voz” entrou em cena com veneno saindo por todos os lados e apesar de promover o novo disco “Restless Hert”, o que se viu foi uma chuva de clássicos como esperávamos e uma apresentação cheia de malicia, indispensável quando falamos de uma das maiores influencias do hard rock. Estavam todas la, “Love ain’t No Stranger”, “Is This Love”, “Still Of The Night” e  “Burn”, clássico dos tempos de DEEP PURPLE. Vale lembrar que Covardale, desta vez esteve acompanhado do guitarrista holandês Adrian Vanderberg, confirmando a tradição da banda de sempre ter em sua formação um guitarrista acima da media. 
Somente a dor que ficou em meu pescoço ao final do festival, poderia mensurar o alto teor de adrenalina e êxtase que dominava minha alma. Muitas saudades desta época!!

(Texto: Roberio Lima)

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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Mutantes - Tecnicolor





Gravado em Novembro de 1970, Tecnicolor dos Mutantes foi lançado somente em 1999. A gravação deste disco ocorreu durante uma visita que a banda estava fazendo na França. O disco tem músicas cantadas em vários idiomas (Espanhol, Francês, Português e Inglês como idioma predominante) e por conta disto seu lançamento foi abandonado.

Apesar de Tecnicolor ter sito engavetado, todos estes idiomas cantados são em muito bom gosto, longe de ser um pastiche de uma banda brasileira querendo agradar e se iniciar no mercado internacional.

No geral o disco é composto por algumas músicas que já e eram conhecidas no Brasil, mas que na ocasião foram regravadas com nova roupagem.
O trabalho é bem eclético com nuances de Bossa Nova numa belíssima versão em “Baby” de Caetano Velloso, conta também com a influência da música Nordestina com “Adeus Maria Fulô” de Sivuca e Humberto Teixeira. Os Mutantes também regravaram uma levada no violão ao estilo Samba Rock com “She´s My Shoo Shoo”, versão de “A Minha Menina” composta por Jorge Ben.

Destaca-se também outra versão em inglês para uma música de Caetano Velloso e Gilberto Gil, desta vez é “Panis et Circenses”. E por fim a faixa título Tecnicolor, que é um dos pontos altos deste trabalho. O curioso é que Technocolor com a letra H era também um processo de coloração de filmes que foi muito utilizado durante os anos 60. Coincidência ou não, Tecnicolor em sua essência com todas as suas cores e sensações retrata muito bem como era o som psicodélico daquela época!


Produzido por: Carlos Olmes

Arnaldo Baptista, vocais e teclados.
Rita Lee, vocais e Guitarra.
Sergio Dias, vocais e teclados.
Arnolpho Lima Filho (Liminha), baixo.
Ronaldo Leme (Dinho), bateria e percussão.

Produção executiva de Marcelo Fróes.


(Texto: Andre Oliveira)
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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Scott Fitzgerald - Belos e Malditos



Belos e Malditos foi o segundo romance escrito por Francis Scott Fitzgerald (1896-1940), publicado em 1922. Nesse livro, Scott Fitzgerald descreve com extrema maestria o período chamado a Era do Jazz. Esse período que teve início no começo da década de 20 foi regido por uma prosperidade descomunal e os jovens que usufruíram dela foram chamados de Flamingo Youth (Juventude Flamejante). Mas infelizmente para os americanos a Era do Jazz durou apenas até a grande depressão em 1929
Belos e Malditos foi o primeiro romance que li de Fitzgerald, em seguida li O Último Magnata (terminado por Edmund Wilson, que utilizou as anotações de Fitzgerald que faleceu antes de concluí-lo) e que teve sua versão para o cinema em 1976 com Robert De Niro. E por fim o aclamadíssimo O Grande Gatsby, que também teve sua versão para o cinema em 1974 com Robert Redford como Jay Gatsby.
Posso estar cometendo uma heresia, mas esse último, a meu ver não superou de forma alguma Belos e Malditos. Na verdade fiquei até decepcionado, pois sua fama é tão grande que fiz questão de deixá-lo para ser lido por último.
O que me encanta em Belos e Malditos é como Fitzgerald nos envolve em sua narrativa. Nessa aventura, somos apresentados ao casal protagonista, Anthony Patch e Glória Gilbert . Conhecemos suas personalidades e testemunhamos os altos e baixos de seu casamento. Claro, sempre regados a bebidas e extravagâncias, sustentados pelos juros medíocres de uma herança herdada de sua mãe. O avô de Anthony é o milionário moralista, chamado Adam J. Patch e em razão do estilo do neto, o priva de regalias, gerando em Anthony o desejo de o velho morrer para abocanhar sua fortuna.
Há também personagens que por serem secundários, não são menos interessante, como os amigos de Anthony, Maury Noble (talvez o mais centrado) e Richard Caramel (escritor iniciante tremendamente subestimado por ambos).
A tônica da obra é pautada na futilidade e na preocupação com as aparências vivida pelo casal, de forma absolutamente irresponsável (para se ter  ideia, ambos abominam o trabalho) e essa escolha se sustenta até determinado momento, dando início a um trágico declínio.
Nossa, acho que já contei demais, então vou parar por aqui, pois tenho planos de futuramente escrever um ensaio sobre essa obra.
P.S. Para quem não sabe, tem uma música do Capital Inicial que leva o nome desse romance e sua letra descreve um pouco do ocorrido nesse período, além de também fazer menção a outro título de Fitzgerald chamado Suave é a Noite, publicado em 1934.
 Então vai lá, não perca tempo e mergulhe de cabeça no universo desse que foi sem dúvida um dos maiores escritores do século XX!


(Texto: Sergio Silva)

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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Frank Zappa and Mother of Invention - Just Another Band From L.A






A obra de Frank Zappa e Muito extensa e diversificada, já são quase noventa discos entre seus lançamentos oficiais. Seus discos mais cultuados são; “Joe’s Garage”, “One Size Fits All”, “Aphostrofe” e “Hot Hats”, Álbuns indiscutivelmente maravilhosos, mas seria quase um crime nos limitarmos a esses discos, pois Zappa não tinha limites e a musica de alta qualidade era sua única obsessão, mesmo que isso comprometesse sua popularidade.
Para exemplificar meu argumento temos o seminal “Just Another Band From L.A”(um dos meus discos preferidos), gravado ao vivo em agosto de 1971 e lançado em 1972, ainda com os Mothers. Zappa esta no mínimo magnifico e os temas apresentados neste disco não são menos fantásticos. “Billy The Montain” e uma clara parodia a operas rock (Imaginem uma narrativa de quase 25 minutos sobre o amor entre uma montanha e uma arvore?!?) ou em “Call Any Vegetble” e “Magdalena”.
Zappa foi a marca de um período onde musica era levada a serio, um contestador nato, (Vide sua luta contra a censura e ate uma inusitada candidatura a presidência dos Estados Unidos). Definitivamente não da pra dizer que apreciamos boa musica sem adentrarmos no universo “Zappiano”.

(Texto: Roberio Lima) 
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sábado, 18 de fevereiro de 2012

Black Crowes – Um sonho de banda






Sentado na poltrona, não sabia se eu ligava a tv ou se ouvia música e nessa indecisão eis que surge repentinamente uma preguiça daquelas. Aos poucos sem resistir, vou me entregando a sonolência. De repente, ouço um estrondo e percebo que a porta  da sala veio ao chão. Levantei da preguiçosa poltrona como um gato e antes que eu desce um passo, fui surpreendido por dois seres verdes, que presumi de imediato que os mesmos se tratavam de marcianos. Ambos usavam fardas e empunhavam um objeto estranho, que julguei ser um tipo de arma. Para minha surpresa, ouvi de um deles sem que se quer abrisse a boca:
- Perdeu ladrão. A casa caiu pra você. Nem precisa tentar nos ludibriar, pois lemos seus pensamentos.
O outro paspalhão verde que demostrava ser subordinado repetiu:
- É! Nós lemos pensamentos!
E o primeiro ordenou-me com veemência:
Eu quero que você nos entregue uma amostra do que vocês chamam Rock ‘n Roll. Só que temos uma restrição: Precisa ser a partir dos anos 90.
Gatuno que sou, olhei em volta e vi em cima da estante o cd do patati patata que minha sobrinha havia esquecido. Com um sorriso dissimulado o entreguei para eles, alegando ser um tipo de Kiss surgido nos anos 90. A reação do líder me surpreendeu, pois após um riso medonho que quase derreteu meus tímpanos, fui atingido por um tapa que me afrouxou o siso.
- Idiota, não se lembra do que eu falei sobre ler pensamentos?
- É! Você não lembra? – repetiu o outro para variar.
- Pois bem, na sua indecisão de ver tv ou ouvir música, você pensou: “Acho que vou ouvir aquele cd do Black Crowes que é Rock ´n Roll na veia. Foi a melhor coisa que surgiu dos anos 90 para cá”.
Fiquei estarrecido e resignadamente caminhei até o cofre, onde o mesmo ficava guardado (tamanho o cuidado que eu tinha ). Enquanto eu girava as combinações, me vinham na cabeça todas àquelas músicas que embalaram inúmeros bons momentos. Eram trilhas sonoras das mais altas qualidades. Esse cd era o Greatest Hits 1990-1999 que foi um apanhado dos primeiros quatro álbuns:
From shake your money maker (1990) – Destaque para She talks to angels (Uma canção lindíssima que possui uma introdução ao violão idem)
The Southern harmony and musical companion (1992) – Destaque para Thorn im my pride (Essa tem uma introdução interessante, pois se inicia com um violão, em seguida o a bateria, depois o orgão, o baixo e por fim a guitarra. Ah, ia me esquecendo, tem também a voz sublime de Chris Robinson e um solo inspiradíssimo com poucas notas, mas com um vibrato final de outro mundo (os marcianos que não nos ouçam).
Amorica (1994) – Destaque para A conspiracy ( Uma pedrada).
Three snakes ando ne charm (1996) – Destaque para Only a fool (Como canta essa tal de Chris Robinson)
Ao virar a maçaneta do cofre escutei um barulho vindo da porta. Era minha sobrinha que ao vir buscar seu cd, me despertava inocentemente desse pesadelo horrível.

(Texto: Sergio Silva)

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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Arc Angels – Blues Rock de primeira






A Arc Angels foi fundada em 1990, tendo como membros: Doyle Bramhall II - vocal e guitarra (tocou com Roger Waters e Eric Clapton, além de investir em sua carreira solo), Charlie Sexton – vocal e guitarra (tocou com Bob Dylan), Tommy Shannon – baixo e Chris Layton – bateria. Esses dois últimos fizeram parte da Double Trouble, banda que acompanhou o lendário Stevie Ray Vaughan e que também participou de inúmeras gravações de outros artistas do gênero.
Em 1992, lançaram o aclamado disco que leva o nome da banda e no mesmo ano se apresentaram no programa do David Letterman. Esse disco contem doze ótimas músicas e a sintonia entre  Doyle e Charlie saltam aos ouvidos com ambos se revezando nos vocais enquanto Tommy e Chris quebram tudo criando um alicerce poderoso nas músicas. O disco se inicia com a apoteótica Living in a Dream, em seguida temos Paradise Café, um rockão a la Black Crowes, Sent by Angels uma baladona daquelas. See What Tomorrow Brings é uma  lindíssima homenagem ao mentor e amigo de todos da banda, o citado Stevie Ray Vaughan. Nessa música, Doyle canta com tanta emoção que chega arrepiar até a unha, além de mandar ver num solo de guitarra avassalador. O blusão turbinado fica por conta de  Shape I’m in.
A banda durou apenas três anos, sendo um dos motivos do término o vício de Doyle por heroína.
Mas felizmente em 2009, eles retornaram com a formação original e com força total. E eu que não sou bobo nem nada adquiri logo o registro dessa volta em DVD.

(Texto:Sergio Silva)

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sábado, 11 de fevereiro de 2012

Presenca de Anita






PRESENCA DE ANITA foi uma das minisséries de maior sucesso da TV Brasileira e causou um grande frisson na época de sua exibição. Por esse motivo, em todas as reprises garantiu bons índices de audiência.
O texto foi livremente inspirado no livro de mesmo nome do jornalista, historiador e escritor campineiro Mario Donato (que poucos sabem, foi escrito sete anos antes do lançamento de Lolita, a ninfeta do russo Vladimir Nabokov).
Desde que Manoel Carlos leu PRESENCA DE ANITA pela primeira vez aos quinze anos, carregou praticamente como uma obsessão a vontade de transpor o livro para a TV. Depois de anos trocando correspondências a respeito da obra, Mario Donato deu carta branca para que Manoel Carlos finalmente fizesse a adaptação da historia.
Passando pelo comando da direção, a cargo de Ricardo Waddington, ate a escolha dos atores, Maneco se cercou de artistas que já haviam trabalhado em outros de seus trabalhos. Alias essa e uma das características mais presentes em todos os seus projetos. Mas ainda havia um dilema; quem seria a interprete da personagem principal? Maneco desde o inicio não tinha a intenção de utilizar uma atriz conhecida, pois isso comprometeria o frescor exigido pela personagem. E depois de uma pre- seleção que contou com duzentas atrizes foi escolhida a desconhecida Mel Lisboa, que ate então havia feito somente algumas pecas publicitarias e trabalhos de teatro. 
A carga dramática contida na minissérie e seus elementos simbólicos são a tônica da trama. Desde a trilha sonora, calcada na musica francesa e magistralmente interpretada por Maysa ( Ne Me Quite Pas) ate os cigarros de Nando as espinhas que insistem em permanecer na face de Zezinho, itens com a função de alimentar os questionamentos existenciais, que neste caso ilustram a decadência de Nando ou a passagem para a adolescência e a descoberta de um mundo cheio de paixões e frustrações.
Com o passar dos anos podemos constatar que certos personagens ficam marcados a ponto de ofuscar outros trabalhos de alguns atores (vide Beatriz Segall e sua Odete Roitman), acredito que com Mel Lisboa o efeito foi o mesmo, pois sinceramente não me lembro de outro personagem que tenha marcado tanto sua carreira. De qualquer forma, Mel incorporou a personagem de forma tão verdadeira que todos nos, inevitavelmente ficamos apaixonados. Não deixem de prestigiar este grande momento da TV brasileira.

(Texto: Roberio Lima)
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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

D.R.I - Sao Paulo, 17 de Abril de 2011








Quando fiquei sabendo que o D.R.I se apresentaria no Brasil, de inicio achei que poderia ser mais um daqueles boatos que servem apenas para nos frustrar , mas depois de certo tempo foram confirmadas cinco datas que deixariam os fãs brasileiros(me incluo nessa) em estado de graça. Recife, Curitiba, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo foram às cidades escolhidas para que os mestres do crossover despejassem uma avalanche de clássicos.
Confesso que esperei por muitos anos esse momento, e a data de São Paulo poria fim a minha espera. Cheguei às imediações do CARIOCA CLUB, em Pinheiros (que abriga com frequência shows de pagode) e já havia certa aglomeração na porta, ate porque, ninguém queria perder as bandas convidadas (ACAO DIRETA e VIOLATOR) que foram responsáveis pela abertura do show. Mas mesmo antes da abertura dos portões os headbangers foram contemplados com uma inusitada apresentação do “duo” TEST em plena calcada da Rua Cardeal Arco Verde que serviu para aquecer os motores dos mais afoitos.
Já dentro da casa, assisti a apresentação dos batalhadores do ACAO DIRETA que tem um trabalho muito respeitado na cena underground e que possui uma boa quantidade de Fãs. O VIOLATOR entrou em seguida, e não precisamos falar que o caos foi instaurado, pois os caras tem uma energia pouco vista e uma desempenho esmagador, destaque para a participação do baixista do D.R.I (Harald Oimoen) que ficou todo o tempo interagindo com Pedro Poney, vocalista da VIOLATOR.
Depois de um intervalo entra no palco uma das bandas mais queridas da musica pesada. Spike Cassidy, Kurt Brecht, Rob Rampy e Harald Oimoen já entram detonando com “Beneath The Wheels”, e ai meus amigos, o que se viu foi uma sequencia de “Circles Pits” que cessariam apenas com o fim da apresentação. “Thrashard” , “Five Year Plan”, “Abduction” e “I Don’t Need Society” foram algumas das musicas apresentadas. Sem frescura ou estrelismo desnecessário os caras fizeram uma apresentação exatamente como eu esperava. Ao fim do show sai literalmente com a alma lavada.

(Texto: Roberio Lima)
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sábado, 4 de fevereiro de 2012

Gary Moore - Live At The Marquee






Muito antes de criar “Still Got The Blues”, Gary Moore já havia concebido verdadeiras perolas do Heavy/Rock/ Hard/ Blues. Certamente, o termo causara estranhamento para alguns, mas não há outra forma de definir a versatilidade deste que foi um dos grandes representantes do que conhecemos como “Classic Rock”. 
Iniciou sua carreira aos 16 anos, tendo como ídolos gente do quilate de Eric Clapton, Peter Green e Jimi Hendrix, importantes aditivos para alimentar sua paixão incondicional pelo Blues. Depois de passar pelo Thin Lizzy, construiu uma solida carreira solo, (que em minha opinião) só teve ótimos momentos.
Para expressar minha admiração por esse grande ícone da musica, escolhi o excelente Live At The Marquee (1981), gravado no Marquee Club e que contou com um repertorio impecável e cheio de clássicos como as energéticas “Nuclear Attack” e “Dancin’” e as emocionantes “She’s Got You” e “Parisienne Walkways” .
Certa vez o amigo Sergio Silva (que também escreve neste blog) disse que não tinha interesse na fase “Heavy” de Gary Moore,  e desde então tentei achar explicação para esse fato, mas a única coisa que consegui nesse período, foi gostar ainda mais do excelente legado deixado por esse grande musico.

(Texto: Roberio Lima) 
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