Destaques

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Coala Festival 2017 - Memorial Da America Latina 12/08/2017








Em menos de uma semana a obra de Oscar Niemayer foi pano de fundo para dois importantes festivais de música realizados na capital paulista. Se o auditório Ibirapuera foi palco para Samsung Best Of Blues – menos de uma semana depois, o Memorial da América latina foi o local escolhido para sediar mais uma edição do Coala Festival, que teria entre outras atrações Liniker e os Caramelows, tulipa Ruiz, Emicida e Caetano Veloso. Com ingressos esgotados, e uma grande expectativa por parte do público – foi possível testemunhar enorme interatividade entre os presentes, que puderam aproveitar os espaços disponíveis, desde o momento em que atravessavam a catraca de acesso - para confraternizar e fazer amigos. Afinal esse é um dos lemas do festival e está em seu DNA desde de sua criação. Vale enfatizar a questão da interatividade, pois o público estava ali, tendo esse objetivo como prioridade absoluta.
 Além das já mencionadas atrações do cast. Alguns Djs foram convocados para abrilhantar ainda mais o cast do Coala. Trazendo influencias, revisitando clássicos e tendo o espaço entre as atrações para realizar suas performances, não deixaram a peteca cair. No final, cumpriram seu papel com competência e tiveram a aprovação maciça do público que respondia a cada batida transmitida pelos pick ups. Não poderia haver reclamações, pois diversão e entretenimento foram oferecidos em abundância.
Uma das atrações mais aguardadas do festival responde pelo nome de Liniker Barros e, acompanhado de seus Caramelows, conquistou de cara os que ainda adentravam o Memorial - e muitos chegaram cedo somente para vê-los em ação. Não é exagero afirmar que o público não se decepcionou. A grande revelação da música brasileira dos últimos tempos, trouxe ao palco do Coala músicas do seu primeiro disco – o aclamado ``Remonta´´. Bastante performática e com músicas que já caíram nas graças do público, deixou os que testemunharam sua apresentação em êxtase. Talvez a única queixa, fique por conta do curto tempo da apresentação. Enfim, nem Jesus agradou a todos...
Diretamente de Belém do Para - Aíla ocupou o palco com o seu mais recente trabalho a tira colo, o disco ``Em Cada Verso Um Contra-Ataque``, lançado em 2016, e que traz à tona a inquietação da artista, seja pelo seu tom de manifesto ou pelas influencias (e são muitas!), que a artista apresenta no palco. Muitos elementos de sua terra natal e outros mais, como o pós punk e a música eletrônica são a deixa para que Aíla desfile seu discurso contestador. Ainda pouco conhecida pela maioria do público, ainda teve tempo de lembrar Wally Salomão e as Mercenárias. De quebra, passou seu recado e conquistou novos seguidores, me incluo nessa!
Já com um público bastante numeroso, Tulipa Ruiz só teve o trabalho de executar suas músicas e conquistar os presentes logo de cara. Com um carisma contagiante a artista escancarou para a plateia exatamente o que todos queriam ouvir. ``Físico´´ ou ``Jogo Do Contente´´ eram executadas com um sorriso de que não se aguenta. Para finalizar, Tulipa Ruiz chama ao palco Liniker para cantarem ``Víbora`` e ``Sushi``. Mais uma ótima apresentação.
As duas próximas atrações foram um capitulo a parte, pois sintetizaram inúmeros sentimentos em uma só emoção. Rincon Sapiência, subiu ao palco com a adrenalina ``a mil´´ e mesclou seu hip hop cheio de ``punch`` com uma pegada mais dançante. Sua escalação foi providencial por vários motivos. Manteve o clima nas alturas e não deixou o público descansar nenhum minuto. Entre as músicas Rincon se comunicava com a plateia de forma bem descontraída, e não escondia a felicidade em poder mostrar seu trabalho além das barreiras da periferia. Fato que não pode passar em branco, foi o pedido de liberdade à Rafael Braga, e que pode ser entendido como um pedido de liberdade aos muitos que se encontram nas mesmas condições. Enquanto isso, o maior bandido governa o país impunimente, vai entender esse país...
E se a atração anterior introduziu o rap nas apresentações do dia - Emicida destrinchou em partes minúsculas o estilo, e elevou ainda mais a adrenalina injetada até então. Já era de conhecimento do público que essa seria uma apresentação especial, pois haveriam participações de Fioti e Rael. Emicida, todos já conhecem, e dava para ver o quão era aguardado pela grande maioria, que naquele momento já sentiam os sintomas do cansaço, proveniente de uma maratona de quase dez horas de música. Emicida, Rael e Fioti revezavam suas performances, e com uma inquietação absurda exploravam todas as dimensões do palco e puxavam de suas memórias momentos do início de carreira e histórias dos anos de ``corre´´ que tiveram que passar para chegar até ali. Emicida já não é mais uma promessa faz muito tempo. Poderia tranquilamente ser a principal atração do Coala, mas tudo tem seu tempo e não vai demorar muito para que isso aconteça.

Encerrada a apoteótica apresentação dos músicos, a equipe técnica se apressa em retirar todos os equipamentos e instrumentos do palco. E para desconfiança geral; o deixa completamente vazio – vocês entenderam bem, “vazio! ”. É possível justificar essa mudança abrupta de cenário, pois a próxima atração preencheria o palco com 50 anos de carreira e incontáveis sucessos. Para que mais? Caetano se posiciona no palco apenas com seu violão e com sua leveza peculiar, seu número de abertura foi “ estranho amor”. Só por ae raríssimo leitor, essa apresentação já poderia ser considerada a melhor de todo o festival. Mas Caetano é Caetano! E foi um clássico atrás do outro. Todos cantavam como em uma celebração as músicas que marcaram e marcam gerações. Caetano não deixaria passar a oportunidade de mandar um ``Fora Temer! ´´. Fora isso, o público parecia estar inerte em ondas calmas só deixando se levar pela maré carregada por uma brisa de fim de tarde. Por fim, a hora de ir embora chega como o despertar de um sonho. Que outros sonhos como esse não demorem...


(Texto: Robério Lima)

Agradecimento Especial : Eccaplan Consultoria Em Sustentabilidade

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sábado, 5 de agosto de 2017

Liniker E Os Caramelows - Remonta








Quando Liniker e os Caramelows lançaram o EP -``Cru´´, contendo três faixas, e gravado ao vivo no apartamento de um dos integrantes, não imaginavam a enorme repercussão que teriam com as gravações lançadas no You Tube.  A partir daí tudo foi correndo de forma á corroborar a qualidade do grupo - que iniciou uma turnê para divulgar o trabalho e que atrairia cada vez mais audiência. Nesse caso, o caminho natural seria a gravação de um disco completo que foi concebido por meio de financiamento coletivo, e que levaria o título de ``Remonta``. Nome mais que sugestivo e que propõe diversas interpretações. Tendo à frente do grupo a cantora Liniker, que prefere ser tratado com o pronome feminino por ter a possibilidade de abranger um universo mais amplo, sem limitações estéticas e criativas. O que importa nisso tudo, é que em meio a um figurino pessoal e que expressa muito de personalidade do artista, tem nas músicas do disco um apanhado muito bem montado e que evidencia a veia artística da cantora, que cresceu em meio a uma família de músicos. ``Remonta´´ pode ser considerado um trabalho completo e que extravasa os limites de gênero. Todas as músicas possuem interpretação muito particular e a cozinha conduzida pelos Caramelows é um ponto a parte! Se em ``Louise Du Brésil``, temos a vontade de arrastar os moveis da sala para dançar, em ``Tua´´, o clima melancólico nos toma de forma inesperada, até que a última taça de vinho seja ingerida...uma interpretação belíssima e arranjos de faltar folego. O repertório foi muito bem construído. Prova disso é a bem-sucedida turnê que os músicos vêm fazendo para divulgar o trabalho. Vale mencionar as várias participações que permeiam o disco. ``Remonta´´ é um excelente disco e altamente recomendado para os que insistem em dizer que não há bons artistas na cena atual. Ouçam despidos de preconceitos!



(Texto: Robério Lima) 









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segunda-feira, 17 de julho de 2017

Test Big Band - Centro Cultural de São Paulo 11/07/2017








Pontualmente às 21 horas, A Test Big Band, uma extensão do duo de grindcore - Test, toma o palco do Centro Cultural De São Paulo para abrir o projeto Centro do Rock do CCSP – que promoverá além de shows, debates e filmes relacionados ao rock por todo o mês de Julho. A sala Adoniran Barbosa recebeu um ótimo público para testemunhar mais um atentado musical, orquestrado por alguns personagens do inquieto undergroud de São Paulo. Piano de calda, Saxofone, duas baterias são só algumas das “peculiaridades” desse projeto. E um sentimento que jamais existirá nesse caso - é a indiferença, pois o ar vanguardista vem sendo levado as últimas consequências com sons que alternam brutalidade com passagens mais experimentais. João Kombi é uma espécie de ´´Arrigo Barnabé do Grind`` e ele não compactua com o óbvio. Quem ainda duvida, é só ver uma de suas apresentações ``oficiais´´ ou não para saber do que estou falando.
O público assistia à apresentação embebido de sentimentos diversos, o que ficava evidente na face de cada um que acompanhava a apresentação, algo que talvez só será compreendido daqui a muito tempo. Os urros ensandecidos vociferados por João Kombi e Tomas Moreira do Paranoia Oeste, contrastam com as viagens sonoras e as marteladas do rolo compressor, conhecido como Barata. Aliás qualquer som se incorpora ao espetáculo complementando o pandemônio proposto pela ``big band``.
Cada peça do mosaico executado era um aturdido que todos assistiam atentamente e ao fim vibravam como assistissem a uma orquestra tradicional. Alguns com expressão de choque aplaudiam, talvez por inércia pois, talvez jamais compreenderão o que acontecia naquele momento. Mesmo assim, os danos causados por essa (e outras) apresentações, jamais serão curados. Os músicos envolvidos nesse projeto não são comuns e jamais se perderão no limbo do convencional. Só por isso, já marcam seus nomes na história do underground… e por que não, da arte!


Set List:

01 – Mártir
02 – Mundo Feroz
03 – Teste de Error
04 – Enterro
05 – Espécies
06 – Assassinos
07 – Vozes
08 – Caim
09 – Ninguém
10 – Podre Solidão
11 – Auto Execução


 (Texto: Robério Lima) 





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segunda-feira, 3 de julho de 2017

Surra, Desalmado e Manger Cadavre? - Avenida Paulista 02/07/2017








Duas das mais importantes formações do underground brazuca decidiram unir forças para encarar um total de quatorze datas que abrangem a capital e o interior do estado de São Paulo. Surra e Desalmado tomaram como proposito a comemoração dos cem anos da Revolução Russa para disseminar   violência em forma de música. Já na segunda data desta tão aguardada turnê – o palco escolhido foi a Avenida Paulista, espaço frequente das mais diversas manifestações políticas e culturais. Se no começo da tarde havia ameaça de chuva, felizmente não se concretizou! E se as bandas já citadas fariam um grande alvoroço, o evento teve o reforço do Manger Cadavre? Que abriu os trabalhos da forma exemplar. Com um som pesadíssimo e divulgando seu último EP ``Revide´´. Nata de Lima, e seus vocais urrados (com uma performance que me fez lembrar o Lee Dorian, nos áureos tempos em que era o frontman do Napalm Death), conduziu a ´´sinfonia do apocalipse´´ com segurança e brutalidade. Fizeram ainda uma versão para ``When All Is Said And Done´´ dos mestres do grind. Encerrada a apresentação do Manger, e com uma rapidez absurda para troca de equipamentos. Eis que o Desalmado inicia sua violenta apresentação. E quanta violência! Um grind/death com musicas calcadas na indignação e cantadas (!) em português, mataram a pau(!!), basta ver os videos que estão circulando mas redes sociais. vide ``Santo Oficio´´, ´´Corrosion´´ e ´´Todos Vão Morrer´´. Os caras já possuem seguidores de longa data, e que não se fizeram de rogados. Sem cerimônia bateram cabeça para aquecer a alma - ``After World Obliteration`` do Terrorizer, foi a forma de mostrar a fonte de influência dos caras. A apresentação foi rápida, brutal e insana, como tem que ser. Sem perder tempo e preocupados em cumprir o horário, os cara do Surra rapidamente ajustaram os equipamentos para despejar os clássicos que já são obrigatórios em suas apresentações. Dava para perceber uma certa ansiedade dos caras, o que é totalmente compreensível, tendo em vista a configuração do evento. Mas, conforme ´´as pedradas´´ eram executadas, as possíveis preocupações eram diluídas em pura adrenalina. ``Merenda´´, ´´Daqui Pra Pior´´ e ``Tamo Na Merda´´ são sempre cantadas de forma empolgada pelos seguidores da banda. Mais uma bela apresentação dos caras. Durante o ´´gig´´,podemos ver integrantes do Bandanos, TEST, Imminent Attack, Criminal Mosh e outros músicos, ´´fortalecerem o corre´´ e fazer valer a filosofia do ``faça você mesmo´´. Vamos torcer para que mais e mais eventos como esse tornem o mosh ainda mais insano. Que venha o próximo!



(Texto:Robério Lima)
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segunda-feira, 29 de maio de 2017

D.F.C. , Surra, CrotchRot, Cerberus Attack, Santa Muerte, Sem Hastro e V.M.R - Clash Club 27/05/2017








O Clash Club recebeu no último sábado mais um evento produzido pela Cospe Fogo Gravações em parceria com a Loja 255. E como já é de praxe, as bandas escaladas para abrilhantar a festa não decepcionaram, como veremos a seguir; O V.M.R (Vanguarda Metal Revolucionaria), como o próprio nome já sugere, possui um discurso político bastante enfático, inclusive durante toda a apresentação as imagens de Carlos Marighella, Karl Marx e outros ícones comunistas, foram projetadas no telão dando o tom da performance dos caras. Vale acrescentar que o vocal é representado por Marcelo Mosh Rat, figura bastante conhecida na cena por integrar o Criminal Mosh. Infelizmente a apresentação foi testemunhada por um público ainda pequeno, mas isso não desmotivou a banda que mandou sons do EP ``Comunismophobia``, que será lançado logo mais. Na sequência tivemos o Sem Hastro, que conta em sua formação com membros de São Paulo e Washington D.C.  e que praticam um hardcore violentíssimo. Sem tempo para respirar, passaram pelo palco do Clash, dando seu recado e danificando alguns tímpanos. E quem pensou que o clima ficaria mais ameno com atração seguinte, se enganou redondamente. O power trio feminino Santa Muerte não conseguia conter a euforia entre uma ´´paulada`` e outra do recém lançado EP ``Psychollic`` e conforme as meninas aumentavam a velocidade, os primeiros ``mosh pits´´ começavam a surgir. Ainda tiveram tempo de prestar tributo ao Sepultura com ``Troops Of Doom´´, que nas palavras da vocal/guitarra Marília, foi a principal influência no início da banda. Já havia uma grande quantidade de afoitos na pista aguardando a próxima atração e, posso afirmar que não se decepcionaram. Acompanho a Cerberus Attack a muitos anos, e dizer que evoluíram, pode soar redundante, tamanho o esforço dos caras em atingir o patamar que se encontram atualmente. Prestes a lançar o aguardado primeiro ``full lenght`` - ``From East With Hate´´, os caras dominaram o palco desde o primeiro acorde. A energia emanada do palco foi correspondida a altura com um ``mosh pit´´ insano. A clássica ``Welcome To Destruction´´ e sons do play que será lançado, foram a senha do caos. Apresentação impecável, prova de que a persistência é a principal arma dos que almejam ``voar mais alto. No final, ainda deu tempo de fazer um tributo ao Lobotomia - e contaram com o parceiro Renan do Cranial Crusher no vocais. O CrotchRot do Paraná, veio a seguir e com uma proposta mais ousada e manteve o público envolvido. Com um som altamente agressivo e brutal, mas com algumas inserções de sons, digamos, mais dançantes. Nada que pudesse atrapalhar a performance. Me lembrou em certos momentos a ousadia do saudoso De Falla. Não havia tempo para ``esfriar o sangue´´ e com os Santistas do Surra as coisas ficaram definitivamente caóticas. Muitos foram ao Clash para vê-los, a quantidade de camisetas do Surra rivalizava facilmente com os que vestiam as do D.F.C.. Uma avalanche hardcore tomou conta da pista. E se ainda havia alguém resistindo em permanecer parado, não aguentou muito tempo. Os caras ``mataram a pau´´ e mostraram que os anos de estrada só fizeram bem para o trio santista. A apresentação inteira foi pautada por discursos de indignação com a política e o sistema que conduz o país. ``Merenda´´ e ``Tamo Na Merda`` não poderiam ser mais atuais. A última atração dispensa apresentações. O D.F.C. vem desbravando o underground a aproximadamente 30 anos e sempre com a mesma energia. Mesmo os que já estavam exaustos não arredaram o pé do Clash Club para ouvir clássicos que sempre animam os ``bailinhos`` por onde passam ``Vai Se Fuder No Inferno´´, ``Pau No Cú do Capitalismo Em Posições Obscenas`` e a ``Molecada 666``, são alguns dos propulsores de adrenalina orquestradas por Tulio  e Cia. Sempre que o D.F.C. toca em São Paulo, a festa é garantida. Não por acaso, os caras escolheram gravar o primeiro DVD aqui em Sampa no lendário Hangar 110 em 2012. Além disso, tiveram que disputar o público com atrações como Amon Amarth e Sepultura que também se apresentaram na cidade na mesma data.  Isso não é pouca coisa! O que nos resta agora é torcer para que não demore para rolar outras ´´gigs´´ como essa...



(Texto: Robério Lima)







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segunda-feira, 22 de maio de 2017

Resenha : Demo "Apenas Uma Demonstração Do Que Estará Por Vir" El Mizza


Banda/Musico: El Mizza
Álbum/demo: Apenas uma demonstração do que estará por vir
Nacionalidade:Brasil
Genero/Pop Rock
Gravadora:Independente
Ano: 2017

Nota:9.0

Track List
01-Cigarros Baratos
02-A canção que Prometi te dar
03-Caminhar Por ai
04-Cathedral Song (uma outra canção)
05- Um anjo e o Paraíso
06-Mirella (Uma canção com nome de mulher)
07-Remédio para o Tédio
08-Jardim Dourado


Sabe quando você adquire um material de um musico independente que da vontade  de colocar no som do carro e sair pela estrada ouvindo suas músicas e viajando nas composições m o material que aqui se apresenta é exatamente algo deste tipo; o musico e compositor El Mizza nos brinda com um trabalho que transita entre diversos estilos desde a MPB, passando pelo rock,punk rock até o pop rock, cruzando as fronteiras da musica de forma majestosa, no melhor estilo violão e voz o que temos aqui é um belo exemplo dos grandes talentos que o underground nos presenteia, com algumas canções mais animadas que podem ser consideradas "Chiclete"  pois tanto seus arranjos quantos seu refrão simplesmente grudam na cabeça nas primeiras audições são estas "caminhar por ai" com uma levada doce meio Reggae no melhor estilo música para luau e "A canção que eu prometi te dar" soa bem romântica uma verdadeira ode as canções de amor já tradicionais no estilo MPB e pop rock , porém nem só de flores é composto este trabalho podemos destacar uma das canções que mais me chamaram a atenção e abrem a demo logo de inicio trata-se da música  "Cigarros baratos" uma verdadeira pedrada de sarcasmo e criticas severas a sociedade na qual vivemos , lembrando muito canções punk rock tanto nos arranjos quanto na letra ácida. O material traz as participações do musico Éder Bofete tocando gaita na música "Remédio para o tédio" além das parcerias dos músicos Ricardo Salada na composição da canção "Caminhar por ai " e Paulo Carvalho na música "Cathedral Song 2 (uma outra canção)".
Este material foi feito de forma totalmente independente, as gravações realizadas de forma improvisada mesmo assim não comprometeram o resultado final, que final acima da média,inclusive El Mizza esta realizando diversos shows junto ao músico e compositor Éder bofete na chamada "Trovão da montanha tour" se apresentando em barzinhos,saraus,casas de shows dentre outros, para finalizarmos se você gosta de música autoral de qualidade adquira já um exemplar desta belíssima demo.


Contatos
musicografia@yahoo.com.br
Facebook : El Mizza
(11) 96863-4611








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domingo, 21 de maio de 2017

Cinderela Baiana








Vergonha alheia - acredito que somente essa expressão pode definir o que assistimos nessa fita. Sim raro leitor, ``fita´´, devido ao fracasso de público e crítica, o filme não foi relançado em DVD, afinal nossas crianças já estão vulneráveis a uma grande quantidade de lixo e perpetuar essa ``obra´´ só iria piorar as coisas. O que poderia ser a grande sacada de Carla Perez, se tornou o maior fiasco do cinema nacional. Afirmo isso, pois não consegui encontrar até o momento produção pior que essa. Na época, a dançarina estava deixando o não menos bizarro grupo É O Tchan! e obviamente queria capitalizar com sua popularidade o máximo possível. O problema é que o plano foi mal sucedido e o ``trem´´ descarrilhou desde de sua partida. Enredo tosco, interpretações sofríveis além das participações ``ditas´´ especiais que servem apenas para respaldar o fracasso iminente dessa tentativa de fazer cinema. E se por ventura você tentar assistir ao filme do começo ao fim, já adianto que somente os que possuem tendências masoquistas passarão ilesos por essa afronta ao bom senso. Coincidência ou não, a maioria dos envolvidos com esse trabalho praticamente sumiram de cena, como foi o caso do famoso produtor de filmes da Boca do Lixo, Antonio Polo Galante e do diretor Conrado Sanchez. A unica exceção (e olha que foi difícil encontrar alguma!), foi Lazaro Ramos, que hoje é um dos grandes atores em atividade. Bom, é complicado falar muita coisa desse filme, mas mesmo que você jamais assista esse acidente cinematográfico, recomendo que vejam, pelo menos a cena final, onde Carlinha, chega ao auge de sua interpretação, quando faz um discurso patético e finaliza a cena dançando como se não houvesse amanhã.
Bom, não há mais o que ser dito. Se encontrar um VHS de Cinderela Baiana, destrua imediatamente...



(Texto: Robério Lima)
























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sábado, 20 de maio de 2017

Glauber - Labirinto Do Brasil








Se você jamais assistir esse documentário, ainda assim não passará ileso pela obra de um dos mais emblemáticos e inquietos artistas que o Brasil já abrigou. Glauber – Labirinto do Brasil, já define no título o que realmente o cineasta baiano representou para uma gama enorme de entusiastas de sua obra. Quando Silvio Tendler decidiu filmar o velório de Glauber, talvez ainda não tivesse como objetivo dirigir o documentário (que seria lançado apenas em 2004), mas a urgência do momento e a importância do personagem retratado o fizeram construir um panorama bastante intenso e emotivo da despedida do amigo de oficio.
O próprio Glauber já havia feito algo semelhante, quando filmou o velório do pintor modernista Di Cavalcanti (Di - Glauber) documentário esse, premiado em Cannes, como melhor curta de 1977, e que até hoje, permanece com exibição proibida pelos herdeiros do pintor. O fato é que a teia de depoimentos contidos no filme (já considerando o discurso de Darcy Ribeiro no momento do enterro de Glauber), e de outros tantos que foram adicionados posteriormente, e que tinham uma relação muito próxima com o cineasta baiano, para nos trazer uma faceta pouco conhecida de Glauber Rocha. Sua performance intensa e seu jeito único de lidar com vida, foram as bases de sustentação que o elevou ao grau de grande gênio do seculo 20. 
Esse documentário nada mais é, do que o registro de mais um grande personagem brasileiro que extrapolou as fronteiras desse pais de proporções continentais, para conquistar admiradores em diversas partes do mundo. Assistam ao documentário e adentrem de cabeça no universo Glauberiano, garanto que não se arrependerão.



(Texto: Robério Lima)
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sábado, 29 de abril de 2017

Azul É A Cor Mais Quente (La Vie D´Adéle)








Quando estreou no cinema, "Azul é A Cor Mais Quente" (La Vie D' Adele), teve grande repercussão pelas cenas quase explícitas de sexo entre duas garotas. Agora, já tendo se passado algum tempo, é possível constatar que as cenas mais "quentes", não são a melhor parte do filme. Aliás, o que existe de mais belo na película não foi encenado. Ou seja, a beleza está nas entrelinhas de cada cena.
Em pouco mais de  três horas, o diretor franco-tunisino Abdellatif Kechiche, desconstrói uma relação entre duas pessoas e exalta a evolução de sentimentos contidos na personagem do titulo original. Alias, Adèle reproduz o personagem com excelência, e nos convence do que esta sendo mostrado na tela, a ponto de termos a sensação de se tratar de um documentário, tamanho o teor de realismo contido nas cenas. Não há uma uma definição muito obvia sobre a questão homo afetiva,  até porque o filme poderia ser tranquilamente retratado por um casal hétero, mas acredito que o ´´grande barato´´ do filme ficaria diluído à uma trama boba, e sem a captação da mesma delicadeza transmitida pela áurea feminina.  
Para alguns o filme em si, será uma grande decepção, pois as ´´máximas do amor`` são dissecadas sem fantasia ou final previsível. Afinal, estamos falando de um retrato amargo dos que insistem no ``final feliz``.


(Texto: Robério Lima)





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sexta-feira, 21 de abril de 2017

Viva La Vida Tosca!





A ``família``, teve e ainda tem papel de destaque na vida de João Francisco Benedan, pois ao mesmo tempo em que o levou ao extremo de atos inconsequentes, foi também o responsável por sua ressurreição. Com uma narrativa bastante informal, temos sensação de ouvi-lo narrando suas histórias ao vivo, com aquelas gírias e palavrões, característica peculiar de um personagem tão controverso. E quando o leitor adentra ao universo de "Viva Lá Vida Tosca" percebe que na verdade, a família é o grande protagonista do livro. João Gordo, em parceria com o jornalista André Barcinski, dá ao leitor, paramento realista e ao mesmo tempo delicado da vida de um dos grandes personagens da contracultura brasileira. Mesmo os que não conhecem o Ratos de Porão e que não possuem a mínima intimidade com a história do João Gordo, ainda assim pode (e devem) ler este livro. Talvez o "acerto de contas" de JG terá peso substancial na vida de quem ler o livro. O pai de família é surpreendentemente revelado através de uma infância e adolescência problemática e movida por atos e substancias questionáveis. Mesmo assim, não há um discurso moralista embutido em suas palavras e o tom honesto de João Gordo, mostra ao público uma faceta pouco conhecida pelos que insistem em dizer que ele ``se vendeu´´ ou que ``traiu o movimento´´. Não posso terminar esse texto sem mencionar o belíssimo prefacio escrito por Fernanda Young, tão revelador e emotivo. De ``junkie`` à ``vegano``, Gordo é a prova de que sempre há esperança"!




(Texto: Robério Lima)

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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

De A-Ha a U2 - Os Bastidores Das Entrevistas Do Mundo Da Música





Quando sua polemica crônica sobre a morte do cantor (!) Cristiano Araujo foi ao ar pela Globo News , o jornalista Zeca Camargo foi massacrado nas redes sociais e teve seu nome envolvido em uma série de discussões acaloradas, questionando sua falta de respeito com o artista (!!) e sua total insensibilidade com relação a memória do falecido. Na verdade o que pude perceber nesse episódio é que a maior parte do publico brasileiro esta acostumado a ``endeusar´´ personagens que possuem relação praticamente nula com o que pode se considerar relevante no mundo da musica. Tendo em vista que esse tipo de produto é a cópia da cópia da copia, fica difícil identificar quem são os milhares de ´´Cristianos`` que surgem a cada dia. Provavelmente Zeca Camargo não teve a intenção de ofender a quem quer que seja. Na verdade, isso pode ter sido um reflexo de sua experiência com inúmeros artistas que fazem parte de um ``circo mundial`` onde se concentra a ``nata´´ do mundo da musica. Isso pode ser conferido no seu livro ´´De A-HA a U2  - Os Bastidores Das Entrevistas Do Mundo Da Música´´, lançado no ano de 2006 pela Editora Globo. E como o nome já sugere, podemos conhecer os bastidores  de algumas de suas mais importantes entrevistas realizadas por emissoras de TV ou mídia impressa. São vários artistas ou grupos  que aparecem no decorrer de quase quinhentas paginas para que o leitor tenha uma pequena amostra de como funciona o show bussiness. Certamente não é um privilégio somente de Zeca Camargo, mas fica evidente sua identificação com a musica em suas mais variadas vertentes, pois além das já mencionadas entrevistas, Zeca também trás a tona suas inquietudes quando procura sair do mainstream transitando por musicas de países não tão tradicionais e muitas vezes exóticos em nossa visão ocidental. Podemos conferir essas experiências ao final de cada crônica, onde os textos vem descritos com o titulo sugestivo de ´´Perdido Em  Música´´. Bom, o livro é recomendado a todos que querem compreender de forma descompromissada o que acontece nos bastidores da musica POP. Enquanto isso os fãs de Cristiano Araujo ainda tentam entender (ou não)o significado do livro de colorir.
 Boa leitura!




(Texto: Robério Lima)
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sábado, 21 de janeiro de 2017

United Bands Festival 15/01/2017 Caveira Velha Rock Bar








O Caveira Velha Rock Bar, em Jandira/SP, já é bem conhecido por receber diversas bandas do cenário underground mundial, e foi o local escolhido para sediar um dos shows da turne Sul-Americana do Onslaught que comemora os trinta anos do classico album ``The Force´´. E para abrilhantar ainda mais essa festa - Warsickness, Metalizer, Madness e Cadaverizer fizeram as ``honras da casa´´ e mostraram a força do metal brazuca. O Metalizer foi o responsavel por abrir os trabalhos, e seu metal vigoroso conquistou o publico desde o inicio. Destaques para ´´Alcoholic Madness´´ e ``Electric Homicide´´, que foram alguns dos destaques da apresentação. Na sequencia - o Madness e seu som ``rolo compressor´´ executou de forma impiedosa temas como ´´Horrendous Creation´´ ,``Ripping Lives´´ e ``Disfigured Face´´. Brutalidade explicita from Piracicaba! O Cadaverizer, oriundo de Passos-MG, trouxe ainda mais brutalidade para o palco do Caveira Velha. A horda esta divulgando o EP ``Necroforia´´ de onde sairam porradas como ``Refinements Of Cruelty´´ e ``Spiritual Poverty´´ - violencia sem moderação para os que apreciam sons mais brutais.  O Warsikness e seu crossover regado a muita cevada abriu as portas do ´´mosh pit``. Diogo Moreschi estava ensandecido e nao parava de agitar e jogar cerveja na galera. Não é preciso dizer que ´´stage dive`` e ´´circle pit´´ foram regidos pelas violentas ``In Beer We Trust´´ e ´´Alcoholic Brain´´, destaque para a participação de Xandão, batera do Andralls que esquentou ainda mais a apresentação dos ``sickness´´.          E depois de otimas apresentações, finalmente chegou a hora dos ingleses tomarem de assalto o palco do Caveira, todos estavam ansiosos por essa apresentação, pois o album ``The Force´´ seria tocado na integra, para deleite dos fãs. Sy Keeler (V), Nige Rockett(G), Jeff Williams(B), Ian GT  Davies(G) e Mic Hourihan(D) sabem como conduzir o publico e fazem pequenos clubes parecerem enormes arenas, tamanho o dominio do palco. Com um album cheio de classicos, ficou facil manter o publico ``se degladiando´´ e agitando como se não houvesse amanhã. Cada musica era recebida com muita empolgação e a satisfação estava estampada no rosto de cada integrante da banda. Claro que sobrou tempo para tocarem o classico absulotuto ``Power From Hell´´ do album de mesmo nome e ``Killing Peace´´ do album homônimo. Bom, depois dessa aula de violencia, a alma estava lavada e o corpo encharcado pela chuva que se fez presente por quase todo o Domingo.




(Texto: Robério Lima)
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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

My Bloody Roots - Max Cavalera Passa a Limpo Sua Trajetória





O Sepultura já foi considerada uma das maiores bandas de heavy metal do mundo, sendo reverenciada por lendas da grandeza de Ozzy Osborne e Metállica. Um dos responsáveis por essa enorme façanha responde pelo nome de Max Cavalera , que agora traz aos seus fãs e leitores em geral um apanhado de sua história, devidamente documentada em sua biografia, lançada no ano de 2013. Ao contrário do que muitos esperam, não há polêmicas relevantes com relação à traumática saída do Sepultura. Aliás, em muitos momentos descreve de forma muito carinhosa momentos vividos com os antigos companheiros de estrada.
O livro foi escrito em parceria com Joel Mclver, que também foi o responsável por biografias de Slayer e Motorhead e possui todas as credenciais para desenvolver esse tipo de trabalho. E se alguém tem dúvida do respeito conquistado por Max, vai se surpreender já no prefácio escrito por David Ghrol que é fundador e líder do Foo Fighters e foi o baterista do Nirvana. Max não abre mão desse prestígio, como podemos comprovar no decorrer da leitura com depoimentos de gigantes como Mike Paton ( Faith No More), David Vicent ( Ex Mórbid Angel) e muitos outros que além da identificação com o artista o tem como grande amigo.  Max não se faz de vitima ou herói para descrever os anos de glória vividos com o Sepultura da criação do Solfly e Cavalera Conspiracy, além da participação constante em outros projetos. O que podemos constatar ao final da leitura do livro é que o frontman antes de ser o grande artista que se tornou, é um ser humano que teve que lidar muito cedo com a dor da perda e muitas frustrações que cruzaram seu caminho. Assuntos espinhentos como os abusos com drogas e álcool são tratados de forma bastante lúcida. My Blood Roots, referencia ao maior clássico de sua carreira, é também um exercício de reflexão e acima de tudo uma ótima oportunidade para mostrar uma faceta que transcende o artista. Livro altamente recomendado!



(Texto:Robério Lima)


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