A ``família``, teve e ainda tem papel de destaque na vida
de João Francisco Benedan, pois ao mesmo tempo em que o levou ao extremo de
atos inconsequentes, foi também o responsável por sua ressurreição. Com uma
narrativa bastante informal, temos sensação de ouvi-lo narrando suas histórias
ao vivo, com aquelas gírias e palavrões, característica peculiar de um personagem
tão controverso. E quando o leitor adentra ao universo de "Viva Lá Vida
Tosca" percebe que na verdade, a família é o grande protagonista do livro.
João Gordo, em parceria com o jornalista André Barcinski, dá ao leitor,
paramento realista e ao mesmo tempo delicado da vida de um dos grandes
personagens da contracultura brasileira. Mesmo os que não conhecem o Ratos de
Porão e que não possuem a mínima intimidade com a história do João Gordo, ainda
assim pode (e devem) ler este livro. Talvez o "acerto de contas" de
JG terá peso substancial na vida de quem ler o livro. O pai de família é
surpreendentemente revelado através de uma infância e adolescência problemática
e movida por atos e substancias questionáveis. Mesmo assim, não há um discurso
moralista embutido em suas palavras e o tom honesto de João Gordo, mostra ao
público uma faceta pouco conhecida pelos que insistem em dizer que ele ``se
vendeu´´ ou que ``traiu o movimento´´. Não posso terminar esse texto sem
mencionar o belíssimo prefacio escrito por Fernanda Young, tão revelador e
emotivo. De ``junkie`` à ``vegano``, Gordo é a prova de que sempre há
esperança"!
(Texto: Robério Lima)
O importante é nossa evolução espiritual.
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