Se você jamais assistir esse
documentário, ainda assim não passará ileso pela obra de um dos mais
emblemáticos e inquietos artistas que o Brasil já abrigou. Glauber – Labirinto do
Brasil, já define no título o que realmente o cineasta baiano representou para
uma gama enorme de entusiastas de sua obra. Quando Silvio Tendler decidiu
filmar o velório de Glauber, talvez ainda não tivesse como objetivo dirigir o documentário (que seria lançado apenas em 2004),
mas a urgência do momento e a importância do personagem retratado o fizeram
construir um panorama bastante intenso e emotivo da despedida do amigo de
oficio.
O próprio Glauber já havia feito
algo semelhante, quando filmou o velório do pintor modernista Di Cavalcanti (Di - Glauber) documentário esse, premiado em Cannes, como melhor curta de 1977, e que até hoje, permanece com exibição proibida pelos herdeiros do pintor. O fato é que a teia de depoimentos contidos no filme (já considerando o discurso de Darcy Ribeiro no momento do enterro de Glauber), e de outros tantos que foram adicionados posteriormente, e que tinham uma relação muito próxima com o cineasta baiano, para nos trazer uma faceta pouco conhecida de Glauber Rocha. Sua performance intensa e seu jeito único de lidar com vida, foram as bases de sustentação que o elevou ao grau de grande gênio do seculo 20.
Esse documentário nada mais é, do que o registro de mais um grande personagem brasileiro que extrapolou as fronteiras desse pais de proporções continentais, para conquistar admiradores em diversas partes do mundo. Assistam ao documentário e adentrem de cabeça no universo Glauberiano, garanto que não se arrependerão.
(Texto: Robério Lima)
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