O Wishbone Ash foi uma das bandas mais criativas
da década de 70 e com sua formação clássica concebeu ao mundo álbuns que se
tornaram verdadeiras perolas do rock. Prova disso foi o álbum ao vivo “Live
Dates”, gravado durante a explosiva tour britânica em Junho de 1973, e lançado no
mesmo ano, deixou boquiaberto os que ainda tinham alguma duvida sobre o poder
de fogo dos rapazes.
São clássicos e mais clássicos executados de
forma esplendorosa, basta ouvir os duelos de guitarra entre Andy Powell e Ted Turner,
que são de arrepiar (ouça “Phoenix” e tente não se emocionar) e, que juntamente
com o baixo de Martin Turner e a bateria de Steve Upton formavam uma massa
sonora poucas vezes vista na historia do rock. Para deleite dos apreciadores de
arte pura, ainda estão contidas neste trabalho obras do quilate de “Warrior” e “Throw
Down Sword” do grande disco “Argus” e Lady Whiskey do álbum homônimo, enfim,
obra prima.
Este disco fecha com chave de ouro a primeira
fase deste mito chamado Wishbone Ash, pois infelizmente, logo depois da gravação da
bolacha, Ted Turner decide sair da banda por divergências musicais com os
demais membros, mas o legado criado ate então, já esta entre as grandes obras já
registradas na historia do rock. “Live Dates”, e, no mínimo, obrigatório para
todos os amantes do bom e velho rock n’ roll.
Vindo de Exu, uma
cidadezinha do interior de Pernambuco, bem na pontinha do sertão, “o rei do
baião pode ser também considerado o primeiro rei do pop no Brasil. Pop aqui
empregado em seu sentido original: o de popular”. Uma vez que foi o artista que
mais vendeu discos no país, somando cerca de 200 gravados.
Ele desenhava as
próprias roupas e inventava os passos que fazia no palco com os músicos. Foi o
primeiro cantor e músico a fazer uma turnê pelo Brasil. Antes dele, os artistas
não saíam do eixo Rio-SP. Muito embora, ele gostasse mais de fazer shows e
tocar para o público interiorano.Cantava acompanhado de suasanfona,zabumbaetriângulo. E com essa bagagem levou a alegria das festas
juninase dosforrós
pé-de-serra, bem como a pobreza,
as tristezas e as injustiças da nossa árida terra, osertãonordestino, ao resto do país, numa época em que a maioria das
pessoas desconhecia obaião, o xotee o xaxado. O primeiro chapéu que o admirável Luiz Gonzaga pôs em sua
cabeça, foi um de cangaceiro, junto com um gibão, já que nas suas músicas o
tema da coragem era recorrente.
Não estarei presente em
Exu, nessa linda comemoração, a qual, foram reunidos os mais singelos
sanfoneiros do Brasil, entre outros grandes nomes da MPB, como a Elba Ramalho e
o Gilberto Gil, para comemorar esse memorável Centenário, mas meu coração
estará xoteando cheio da admiração que sempre tive por esse grande homem que
saiu do seu pé-de-serra onde deixou ficar seu coração, para ganhar o mundo com
sua música e poesia embebida de histórias do nosso sertão nordestino e nos
deixou um legado inenarrável. Este ano, em especial, estou mais orgulhosa do
que nunca da minha pernambucanidade.
Comecei a escrever este
texto, quando me lembrei que ainda não tive a oportunidade de ver o filme “Gonzaga,
de pai pra filho”... Então, sugeri ao meu amigo Nilton uma parceria. Ele que é
de origem cearense e com um amor incondicional pelo Pernambuco, se prontificou.
Temos
bastantes semelhanças, que muito nos ajudam. Nossas diferenças ajudam ainda
mais! Em uma de nossas conversas na www, espontaneamente foi surgindo
uma breve síntese do filme, á qual vou enxertar aqui sem tirar nem pôr. Creio
que o Nilton não fará objeção!
O filme está focado na
relação dele, Gonzagão, com o filho, Gonzaguinha, outro gênio da MPB. O
filme nos revela traços importantes e desconhecidos da vida do Rei do baião,
como o fato de ter abandonado o filho, ter lhe negado amor e carinho, embora
tenha perseguido a ideia de transformá-lo em doutor, dando-lhe estudo no melhor
colégio do Rio de Janeiro.
Porém Gonzaguinha cresceu revoltado pelo
abandono do pai, já que foi criado por um casal de amigos de Gonzagão após a
morte da mãe; fato que transtornou Gonzagão e que, segundo ele “lhe tirou o
chão”.
O convívio entre os
dois foi sempre conturbado, devido à diferença de visão política: Gonzagão ,
apesar de um gênio musical, era extremamente reacionário, enquanto o filho que
cresceu no morro carioca, tinha um espírito revolucionário e inquieto além do
seu engajamento político de esquerda, devido a sua formação cultural, afinal
ele era formado em economia e, portanto, um homem muito culto e de consciência
social e política.
Apesar dessas
diferenças sempre houve uma ligação muito forte entre o pai e o filho, um amor
que não foi abalado pelas diferenças e pelas circunstâncias que os separou. O
filme é focado no reencontro dos dois que proporcionou ao público o retorno
desse gênio a os palcos e uma das mais
belas parcerias musicais da MPB que nos presenteou com clássicos como “pense
n´eu” e “vida de viajante”.
Enfim, diante de um
cenário cultural tão decadente, nada mais relevante do que relembrar esse
grande gênio e sua obra que trouxe para o Brasil toda a riqueza cultural de um
povo sofrido e esquecido pelo resto do país, Luiz Gonzaga incluiu o
Nordeste na cena cultural brasileira e
desde então se tornou influência para várias gerações de artistas de todos os
gêneros musicais. O Brasil pode ter vários reis, mas somente Gonzagão reinará
soberano, que sua obra se mantenha viva por várias centenas de anos e que sua
imagem seja eterna na memória do povo brasileiro.
Eu já estava paquerando esse livro algum tempo. Não havia lido ele por relaxo, mas eu sabia de sua importância na literatura brasileira. O que eu não sabia, era que eu iria me divertir muito ao lê-lo. Foi uma das leituras mais prazerosas que tive. Comecei lendo-o na fila do Poupa Tempo. Havia cinquenta e oito pessoas na minha frente. A princípio pensei até em desistir do meu objetivo, que era renovar meu RG. Sentei-me num banco de madeira junto de todas essas pessoas que haviam chegado antes de mim e enquanto esperava uma resolução do que eu faria, abri o Memórias de um Sargento de Milícias e comecei a ler. Confesso que o livro já me pegou no primeiro parágrafo. Dali a diante, percebi que o atendimento era bem ágil e confesso que aquela tarde estava tão prazerosa que passei a torcer para que o atendimento fosse mais moroso. Enfim, sai de lá com a metade do livro lido. As páginas restantes li em duas noites, para me deliciar mais.
Memórias de um Sargento de Milícias foi escrito por Manuel Antônio de Almeida, entre 1852 e 1853. A princípio o livro foi publicado em capítulos no Correio Mercantil. Nessa época, Manuel Antônio de Almeida utilizou o pseudônimo de Um Brasileiro. Memórias de um Sargento de Milícias narra a saga do menino Leonardo (Que viria a se tornar o Sargento de Milícias). Além de Leonardo, há inúmeros personagens interessantes como o Leonardo Pataca e Maria da Hortaliça, pais de Leonardo, o compadre e a comadre que defendem com unhas e dentes o Leonardo e a Luisinha, que aos olhos de Leonardo era completamente desengonçada, mas com passar do tempo torna-se sua grande paixão.
Essa é uma breve dica sobre essa obra que foi e ainda é uma das principais produções literárias do Brasil no Século XIX.