Destaques

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Open The Road Festival - 19/08/2012





O Brasil, já faz muito tempo, virou rota obrigatória para bandas importantes dos quatro cantos do mundo e, a cada ano que passa mais bandas clássicas nos contemplam com apresentações históricas.
  Desta vez foi o ASSASSIN que resolveu acabar com uma longa espera e, na bagagem trouxe um arsenal bélico invejável para deleite dos afoitos headbangers brasileiros. Temos que creditar este feito a OPEN THE ROAD, que na ocasião, comemorava seis anos de vida e que já promoveu turnês de bandas do porte de ONSLAUGHT e BLAZE BALEY.  Se já não bastasse a atração principal, ainda teríamos ANTHARES, BLASTHRASH e VULCANO. Definitivamente o dia 19 de agosto ficará na memoria dos que tiveram o privilegio de comparecer ao MANIFESTO BAR.
Perto das 20 horas o ANTHARES subiu ao palco para despejar fúria em uma ótima apresentação que teve como base o clássico disco “No Limite da Força” e em novas musicas, que os caras estão prometendo para um segundo disco. Ver o ANTHARES na ativa é motivo de orgulho nacional.
Em seguida o BLASTHRASH subiu ao palco e, com uma formação que conta com Dario Viola (vocal), Diego Nogueira (Baixo), que teve jornada dupla, pois também leva os vocais no ANTHARES, Henrique Perestrelo (Guitarra), Rafael Sampaio (bateria) e o estreante Hugo (SIDE EFFECTS e INFECTED) na guitarra. O Thrash metal comeu solto e foi um petardo atrás do outro. Destaques para ``Possessed By Beer´´ e ``Freedom Lies Dead´´.
O que veríamos a seguir, esta entre os maiores representantes do metal nacional, e ao lado de SEPULTURA e SARCOFAGO tem enorme reconhecimento fora do Brasil e mesmo não contando com o guitarrista e fundador Zhema, que não pode comparecer a esta apresentação, fizeram a pista do MANIFESTO pegar fogo e, certamente muitos pescoços ficaram bastante doloridos depois desse massacre. Ao ouvir ``Witche’s Sabbath”, “Total Destruição” e “Guerreiros de Satã” me senti como porco na lama . VULCANO RULES!!
Depois de um intervalo, o palco já estava pronto para a atração principal e o publico que naquele momento já estava extasiado, transformou a pista do MANIFESTO em um verdadeiro pandemônio, pois Robert Gonnella e sua trupe, que ainda contava com a presença, mais que ilustre de Michael Hoffmann (Ex-SODOM), que interagia a todo momentocom a plateia, inclusive falando um português bastante compreensível. E dá-lhe pedradas na orelha, transformadas impiedosamente em massa sonora. As clássicas,``Assassin´´, ``Bullets´´ e até um trecho de ``Mosca Na Sopa´´ (RAUL SEIXAS), foi parcialmente executada e esta no disco ``The Club´´. Indescritível a felicidade de presenciar mais uma lenda do Thrash Metal Germânico em nossa ``terrinha´´.
No fim das contas, o único fato negativo que precisa ficar registrado, foi o enorme atraso para a abertura da casa, o que ocasionou brusca alteração no set-list de todas as bandas e ainda prejudicou muitos fãs que vieram das mais distantes regiões de São Paulo (inclusive este que vos escreve), e tiveram dificuldade para pegar ônibus de volta e encarar a tediosa segunda-feira.    

(Texto: Robério Lima)
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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Peter Frampton - Now.





Now é o nome do disco gravado por Peter Framptom em 2003. Ele é seu 12° disco em estúdio. Now já começou me conquistando pela capa, pois a foto de Frampton sentado em uma cadeira de frente a uma janela, com sua guitarra no colo e olhando para o chão completamente absorto é de uma melancolia extrema. Bom, sem mais delongas, vamos às faixas:
 Em Verge of a Thing, só pela contagem do baterista já dá pra se ter ideia do que virá pela frente. Sabe aqueles riffs simplesinhos, mas poderosos? Pois é, eles não desgrudam dos ouvidos.  Flying Without Wings é a alto astral do disco, com direito a um solo faiscante de Frampton. Love Stands Alone tem um começo bucólico, mas depois descamba para um refrão apoteótico.  Not Forgotten é uma balada daquelas de fazer sucumbir o mais duro dos corações. Em Hour of Need, Fampton canta de forma doentia. Mia Rose, essa é para pensar na pessoa amada. I'm Back é um pop com alto nível de testosterona. Para finalizar, While My Guitar Gently Weeps é uma das versões de George Harrinson que eu mais gosto. Só a introdução que Frampton faz, já faz jus à bela homenagem. Além da voz desolada de Frampton e um solo de guitarra de cortar o coração.

(Sergio Silva)
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Coverdale and Page - Coverdale and Page





``Coverdale and Page´´ é o nome dado ao disco que foi resultado da parceira entre David Coverdale (ex membro do Deep Purple e lider do Whitesnake) e  Jimmy Page (ex membro do Led Zeppelin) e foi lançado em 1993. Esse disco alcançou o 4° lugar no Reino Unido e o 5° nos Estados Unidos e foram vendidas 500.000 cópias.
Como de costume, farei comentários acerca de alguns destaques:
 Shake my Tree começa com Page ao violão tocando um riff bem elaborado na introdução (riff esse que perdura em boa parte da música). Em seguida entra Coverdale trabalhando os graves de sua bela voz, para mais adiante elevar drasticamente o tom da mesma, acompanhando a banda em um vigoroso Rock and Roll, com direito a um belo solo de gaita feito por Page. Não tinha melhor forma de abrir o disco! Waiting on You é um daqueles “Rockão” para se ouvir com o volume no talo. Absolutamente contagiante. Em Take Me for a Little While  Page me fez pensar como ele consegue criar no violão, acordes dedilhados como esse? Sem dúvida uma bela canção. Em Pride and Joy, ambos estão completamente endiabrados. Feeling Hot é a “pauleira” do disco. Já Easy Does It é meio indiana, meia psicodélica, ou seja, “viageira”. Take a Look at Yourself é uma balada com a marca Coverdale. Don't Leave Me This Way é minha predileta à começar pelos acordes de Page. Como Coverdale imprime peso em músicas que tem formatos calmos! Agora, o feeling de Page durante o solo de guitarra é de arrepiar as unhas. Grande momento! Whisper a Prayer for the Dying tem acordes pra lá de soturnos em consonância com o vozerão de Coverdale.
Ou seja, audição obrigatória a todos que tem como gênero preferido o Rock and Roll. Afinal de contas são duas sumidades que nos brinda. 

(Texto: Sergio Silva)
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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Adiamento – Fernando Pessoa (Poema de Álvaro de Campos).




Esses dias, ocorreu-me de ter percebido que eu ainda não havia postado nesse espaço, nada relacionado à poesia. Embora eu escreva às vezes alguns versos, o desafio de comentar um poema é pra lá de arriscado. Ainda mais se tratando desse gênio que foi Fernando Pessoa. Sabe-se que Fernando Pessoa possuía inúmeros heterônimos. O que eu mais me identifico é o Álvaro de Campos que era Engenheiro de educação inglesa e origem portuguesa e que se sentia um estrangeiro em qualquer parte do mundo. Um de seus poemas que é um dos meus preferidos é Adiamento. Nesse poema Álvaro de Campos expressa todo o seu desalento em relação ao presente, se entregando de corpo e alma às expectativas (incertas) do futuro.
Essa negação do presente, também o faz voltar ao passado e recordar sua infância, quando diz:(...) Quando era criança o circo de domingo divertia-me toda a semana. Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância (...). Em um trecho do poema, Álvaro de Campos ainda consegue mesclar o passado com o futuro, sempre deixando o presente à deriva: (...) Por hoje, qual é o espetáculo que me repetiria à infância? Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã. Que depois de amanhã é que está bem o espetáculo. Antes não...(...).
Por fim ele diz: (...) Tenho sono como o frio de um cão vadio. Tenho muito sono. (...). Ele opta pela palavra sono que na verdade não quer dizer mais que um total desânimo e uma incapacidade de agir.

http://www.insite.com.br/art/pessoa/ficcoes/acampos/adiamento.php

(Texto: Sergio Silva)


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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Negative Control, Mollotov Attack e Atos de Vinganca - Formigueiro Rock Bar 04/08/2012





Um dos clips exibidos nos anos noventa pelo saudoso FURIA METAL que mais marcou a minha memoria foi “Preciso Aliviar Meu Rancor” do NEGATIVE CONTROL.  De lá pra cá, se passaram muitos anos e já não imaginava que pudesse ver ao vivo esta banda que naquela época, esbanjava vitalidade.
A banda formada no ABC Paulista, deu uma pausa, mas agora, esta de volta a ativa com toda força para mostrar para uma galera sedenta por som pesado, como e que se faz. E a banda ainda tem muita lenha pra queimar.
Varias datas em muitas cidades do Brasil já estão agendadas, e entre elas, o bar FORMIGUEIRO foi contemplado com a presença desta excelente banda. Além do NEGATIVE CONTROL, tivemos as apresentações das bandas ATOS DE VINGANCA E MOLLOTOV ATTACK e confesso que fiquei surpreso com as apresentações. O ATOS DE VINGANCA foi a primeira banda a subir ao palco e certamente agradaram em cheio os presentes com um Punk Rock cortante e visivelmente influenciado pelo que há de melhor no estilo, destaque para as musicas “Atos de Vingança” e “Unindo Forças”, banda com futuro muito promissor. Em seguida, os caras do MOLLOTOV ATTACK subiram ao palco e não deixaram a peteca cair. O trio de São Bernardo do Campo agradou aos presentes com um som bastante agressivo e letras politizadas como podemos ver em “Capitalismo” e “Classes Exploradas”, definitivamente duas ótimas apresentações.
Já estávamos próximos da meia noite, e a atração principal estava fazendo os últimos ajustes nos equipamentos para o inicio da apresentação. Sem muita enrolação, o barulho comeu solto com os clássicos dos discos “Vivendo Sob Pressão” e “Para Certos Fatos Não Existem Argumentos”. Com um desempenho vigoroso, pecaram somente pelo set list curtíssimo.
Definitivamente um retorno que deve ser prestigiado por todos que procuram entender o verdadeiro underground.

(Texto: Roberio Lima) 
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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Os Capitães à Deriva.





Um dos nomes mais conhecidos da literatura nacional, Jorge Amado, tem sido muitas vezes desprezado em alguns meios acadêmicos por ser considerado um best-seller e por, segundo alguns entusiastas do modernismo, focar a sua obra na Bahia e ter idealizado um tipo caricato do baiano. Confesso que por muito tempo estive contaminado por este pensamento, porém ao entrar em contato com a obra desse grande autor percebi que a sua criação literária vai muito além das adaptações feitas para a televisão de alguns de seus romances.
Em capitães da Areia, mais uma obra recentemente adaptada para o cinema, o autor aborda temas surpreendentemente atuais, embora o livro tenha sido escrito em 1937. O assunto e as questões sociais que o livro explora em profundidade são os mesmos da “cidade da Bahia” e de muitas outras cidades, do Brasil e da América Latina.
Este romance nos comove e faz pensar nas crianças desvalidas que vivem nas ruas das grandes cidades, abandonadas a sua própria sorte, quase todas órfãs de pai e mãe, filhos da miséria e do abandono. Jorge Amado construiu um microcosmo ficcional. Os personagens mais relevantes são meninos de oito a dezesseis anos que moram num velho trapiche abandonado no cais de Salvador, a “cidade da Bahia” que eles tanto conhecem em suas andanças e onde vivem atiradas à marginalidade, roubando e cometendo pequenos delitos para sobreviver e, quando detidos, são submetidos à humilhação, ao castigo e a tortura.
Este  grupo de desvalidos, conhecidos na cidade como Os Capitães da Areia, é visto pela sociedade local com receio e é tratado pelo Estado como um mal o qual deve ser  eliminado. Porém, a narrativa da vida de cada um dos capitães da areia, todas marcadas pelo abandono e pela miséria, vai revelando ao leitor que a sociedade que os teme e os despreza e a mesma que os criou. Apesar de situar suas narrativas sempre no mesmo espaço geográfico e cultural, no caso a Bahia, Jorge Amado utiliza este espaço e seus personagens típicos para abordar questões universais.
Os meninos que habitam o velho trapiche dividem uma mesma realidade e buscam sobreviver a ela de diferentes formas: um faz uso de sua deficiência física para comover famílias que o ajudam e que terão seus bens roubados pelo grupo, outro busca conforto na religião, através da qual busca redenção para seus pecados e que conta com a ajuda de um padre para seguir a sua vocação. O destino de alguns desses meninos também será diverso: um entra no cangaço, movido pelo seu desejo de vingança, outro entra na luta política, enquanto outro, o único letrado do grupo, segue sua vocação artística e torna-se pintor, retratando em suas obras a realidade da qual fez parte, Porém a grande maioria deles continua nas ruas a espera de um fim incerto.
Outro aspecto importante da obra é o lado humano dos personagens o qual é abordado em profundidade, revelando os desejos e angústias que são não só daqueles personagens desvalidos, mas de todo ser humano e que são encarados e vividos de acordo com a realidade de cada um. Enfim uma obra que merece ser lida e relida na qual encontramos as marcas literárias que fizeram de Jorge Amado  um dos nomes mais representativos de nossa literatura.  

(Texto: Nilton Aquino)
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