Destaques

sábado, 29 de abril de 2017

Azul É A Cor Mais Quente (La Vie D´Adéle)








Quando estreou no cinema, "Azul é A Cor Mais Quente" (La Vie D' Adele), teve grande repercussão pelas cenas quase explícitas de sexo entre duas garotas. Agora, já tendo se passado algum tempo, é possível constatar que as cenas mais "quentes", não são a melhor parte do filme. Aliás, o que existe de mais belo na película não foi encenado. Ou seja, a beleza está nas entrelinhas de cada cena.
Em pouco mais de  três horas, o diretor franco-tunisino Abdellatif Kechiche, desconstrói uma relação entre duas pessoas e exalta a evolução de sentimentos contidos na personagem do titulo original. Alias, Adèle reproduz o personagem com excelência, e nos convence do que esta sendo mostrado na tela, a ponto de termos a sensação de se tratar de um documentário, tamanho o teor de realismo contido nas cenas. Não há uma uma definição muito obvia sobre a questão homo afetiva,  até porque o filme poderia ser tranquilamente retratado por um casal hétero, mas acredito que o ´´grande barato´´ do filme ficaria diluído à uma trama boba, e sem a captação da mesma delicadeza transmitida pela áurea feminina.  
Para alguns o filme em si, será uma grande decepção, pois as ´´máximas do amor`` são dissecadas sem fantasia ou final previsível. Afinal, estamos falando de um retrato amargo dos que insistem no ``final feliz``.


(Texto: Robério Lima)





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sexta-feira, 21 de abril de 2017

Viva La Vida Tosca!





A ``família``, teve e ainda tem papel de destaque na vida de João Francisco Benedan, pois ao mesmo tempo em que o levou ao extremo de atos inconsequentes, foi também o responsável por sua ressurreição. Com uma narrativa bastante informal, temos sensação de ouvi-lo narrando suas histórias ao vivo, com aquelas gírias e palavrões, característica peculiar de um personagem tão controverso. E quando o leitor adentra ao universo de "Viva Lá Vida Tosca" percebe que na verdade, a família é o grande protagonista do livro. João Gordo, em parceria com o jornalista André Barcinski, dá ao leitor, paramento realista e ao mesmo tempo delicado da vida de um dos grandes personagens da contracultura brasileira. Mesmo os que não conhecem o Ratos de Porão e que não possuem a mínima intimidade com a história do João Gordo, ainda assim pode (e devem) ler este livro. Talvez o "acerto de contas" de JG terá peso substancial na vida de quem ler o livro. O pai de família é surpreendentemente revelado através de uma infância e adolescência problemática e movida por atos e substancias questionáveis. Mesmo assim, não há um discurso moralista embutido em suas palavras e o tom honesto de João Gordo, mostra ao público uma faceta pouco conhecida pelos que insistem em dizer que ele ``se vendeu´´ ou que ``traiu o movimento´´. Não posso terminar esse texto sem mencionar o belíssimo prefacio escrito por Fernanda Young, tão revelador e emotivo. De ``junkie`` à ``vegano``, Gordo é a prova de que sempre há esperança"!




(Texto: Robério Lima)

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