Há 40 anos a indústria
fonográfica presenciou um dos mais espetaculares voos musicais do século XX,
alguns anos após o homem presenciar a baixa gravidade lunar uma banda de rock
inglesa atingia a perfeição artística com o lançamento de um álbum revolucionário
em todos os sentidos: Dark Side of the Moon, do Pink Floyd.
Mais do que um simples álbum,
Dark Side of the Moon é um trabalho revolucionário pelo fato de unir técnicas
inovadoras, como o tic-tac de um relógio em “Time” e o som de uma caixa
registradora em “Money”, a letras que revelam toda a genialidade do principal
compositor da banda, o baixista Roger Waters. As composições de Waters abordam
temas como morte, loucura, solidão, a passagem do tempo, ganância, tudo isso
com um alto grau de reflexão filosófica e politica até então incomum no mundo
da música.
Gravado nos estúdios Abbey Road,
em Londres, entre maio de 1972 e Janeiro de 1973 e desenvolvido através de uma
série de ensaios e performances ao vivo nos meses seguintes, The Dark Side of
the Moon representa o auge da capacidade artísticas do Pink Floyd, um álbum
conceitual que, apesar de refletir muito do seu momento histórico, ainda é
capaz de provocar espanto na era digital, não somente pelas inovações técnicas
como pelo seu conteúdo temático, Não é por acaso que o álbum mantém até hoje o
recorde do disco por mais tempo na lista das 200 mais da revista Billboard,
cerca de 800 semanas, desde seu lançamento até 1988.
Ouvir este álbum é uma
experiência única para os verdadeiros apreciadores da boa música, pois não se
trata de um lugar comum, mas de um mergulho sonoro sensível e reflexivo no qual
cada faixa nos leva a um recanto obscuro de nosso mundo interior, as letras de
Waters e companhia nos proporciona um incomodo prazeroso e consequentemente nos
faz evoluir artisticamente como Ser humano. Deixando de lado os diversos mitos
criados em torno do álbum, que em nada alteram a sua importância, The Dark Side
of the Moon nos surpreende em todos os sentidos, desde a concepção de sua capa,
com o prisma e o arco-íris, às inovações técnicas de gravação; algo
revolucionário para sua época.
Enfim, tudo que se disser sobre
esta obra não será capaz de transmitir a experiência única de sua audição
completa faixa a faixa. Canções como “Us and them”, “Brain damage”, “Breathe”
isso sem citar os clássicos “Money” e “Time”, únicas faixas a se tornarem hits,
simplesmente nos faz rever os nossos conceitos sobre o que é arte e o que é
simplesmente entretenimento, principalmente dentro de um estilo tão vasto como
o rock´n´roll. O Pink Floyd inovou o estilo sendo uma das bandas responsáveis
pela criação do chamado rock progressivo, vertente que é genuinamente
representada neste álbum que completa 40 anos e que se mantém cada vez mais
atual. Como canta David Gilmour em “Time”: “o tempo se foi, a canção terminou,
pensei que tivesse algo mais a dizer” e tenho, mas palavras não são capazes de
traduzir aquilo que é subjetivo e, portanto, deve ser apreciado
individualmente, então deite no sofá, abra uma cerveja e descubra tudo que está
do lado escuro da lua antes que a rotação se complete e a luz da alienação, tão
em evidência atualmente, ofusque a sua visão e danifique a sua mente. Parabéns
The Dark Side of the Moon.
(Texto: Nilton Aquino)
PINK FLOYD É UMA LENDA QUE ADORO OUVIR E VIAJAR ME LEMBRO DA MINHA ADOLECENCIA.
ResponderExcluirUm texto delicioso de se ler.
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