Sou estudante da USP, mais especificamente da FFLCH, e apesar de concordar com muitas reinvidicações dos estudantes, principalmente no que se refere a eleição do reitor, cujo modelo atual é um exemplo de autoritarismo , não concordo com o movimento que culminou com a invasão da reitoria. A causa que deu origem a todo esse protesto não é legítima, uma universidade pública e de renome como a USP não pode permitir que um bando de pseudo-revolucionários manipulados por grupos com interesse político suje o nome daqueles que conseguiram com dificuldade concluir seu curso e que devem retribuir à sociedade o privilégio que tiveram de se formar naquela que, apesar de vocês; pseudo-revolucionários manipulados, ainda é uma das melhores universidades do Brasil. A presença da PM na USP se faz necessária não somente para diminuir os crescentes assaltos e atos de violência que já culminaram até em morte dentro do campus, como coibir e reprimir, sim, o uso de drogas dentro do campus, é inaceitável que aqueles que se julgam tão inteligentes sejam contra a presença da PM simplesmente para poderem usar e, como disse alguém nos comentários; e o que eu acho realmente possível , traficar dentro do campus, já que esse discurso de opressão pelo sistema não cola mais. Acordem! A ditadura acabou, pelo menos a militar. Agora eu pergunto: como alguém com essa visão pode contribuir para o avanço de uma nação? Do mesmo modo condeno não só a atitude desses “baderneiros” como também dos respeitados alunos da “elite uspiana” que ocupam as cadeiras daqueles cursos mais concorridos e, como todos sabemos, historicamente reservados para os filhos da elite paulistana, que muito bem representam a classe a qual pertencem na medida que pousam de moralistas e representantes da democracia, quando na verdade são eles os principais consumidores de drogas dentro do campus, assim como o são na sociedade. Condeno a hipocrisia daqueles que querem usar a universidade como plataforma política e não estão minimamente preocupados com a educação e a construção de uma sociedade menos injusta, mas sim de sua biografia militante, como também condeno o discurso hipócrita dessa “elite uspiana” que se apresenta como os 'verdadeiros estudantes'. Os 'maconheiros baderneiros' que encabeçam este movimento não representam a maioria dos alunos da FFLCH tampouco da USP. O problema é que esse grupo mantém sim uma postura autoritária que ofusca e intimida aqueles que tem posicionamento contrário. A universidade é um local para a construção do conhecimento não para a hipocrisia e o livre consumo de drogas seja por que for. PM no campus sim, afinal pago impostos e exijo segurança contra uma violência crescente alimentada pelas diferenças sociais e, principalmente, pelas drogas. A USP tem autonomia administrativa, ela não está acima da constituição nem da lei e, até onde eu saiba, consumo de drogas , seja onde for e seja quem for o consumidor, ainda é crime .
(Texto: Nilton Aquino)