Destaques

segunda-feira, 29 de maio de 2017

D.F.C. , Surra, CrotchRot, Cerberus Attack, Santa Muerte, Sem Hastro e V.M.R - Clash Club 27/05/2017








O Clash Club recebeu no último sábado mais um evento produzido pela Cospe Fogo Gravações em parceria com a Loja 255. E como já é de praxe, as bandas escaladas para abrilhantar a festa não decepcionaram, como veremos a seguir; O V.M.R (Vanguarda Metal Revolucionaria), como o próprio nome já sugere, possui um discurso político bastante enfático, inclusive durante toda a apresentação as imagens de Carlos Marighella, Karl Marx e outros ícones comunistas, foram projetadas no telão dando o tom da performance dos caras. Vale acrescentar que o vocal é representado por Marcelo Mosh Rat, figura bastante conhecida na cena por integrar o Criminal Mosh. Infelizmente a apresentação foi testemunhada por um público ainda pequeno, mas isso não desmotivou a banda que mandou sons do EP ``Comunismophobia``, que será lançado logo mais. Na sequência tivemos o Sem Hastro, que conta em sua formação com membros de São Paulo e Washington D.C.  e que praticam um hardcore violentíssimo. Sem tempo para respirar, passaram pelo palco do Clash, dando seu recado e danificando alguns tímpanos. E quem pensou que o clima ficaria mais ameno com atração seguinte, se enganou redondamente. O power trio feminino Santa Muerte não conseguia conter a euforia entre uma ´´paulada`` e outra do recém lançado EP ``Psychollic`` e conforme as meninas aumentavam a velocidade, os primeiros ``mosh pits´´ começavam a surgir. Ainda tiveram tempo de prestar tributo ao Sepultura com ``Troops Of Doom´´, que nas palavras da vocal/guitarra Marília, foi a principal influência no início da banda. Já havia uma grande quantidade de afoitos na pista aguardando a próxima atração e, posso afirmar que não se decepcionaram. Acompanho a Cerberus Attack a muitos anos, e dizer que evoluíram, pode soar redundante, tamanho o esforço dos caras em atingir o patamar que se encontram atualmente. Prestes a lançar o aguardado primeiro ``full lenght`` - ``From East With Hate´´, os caras dominaram o palco desde o primeiro acorde. A energia emanada do palco foi correspondida a altura com um ``mosh pit´´ insano. A clássica ``Welcome To Destruction´´ e sons do play que será lançado, foram a senha do caos. Apresentação impecável, prova de que a persistência é a principal arma dos que almejam ``voar mais alto. No final, ainda deu tempo de fazer um tributo ao Lobotomia - e contaram com o parceiro Renan do Cranial Crusher no vocais. O CrotchRot do Paraná, veio a seguir e com uma proposta mais ousada e manteve o público envolvido. Com um som altamente agressivo e brutal, mas com algumas inserções de sons, digamos, mais dançantes. Nada que pudesse atrapalhar a performance. Me lembrou em certos momentos a ousadia do saudoso De Falla. Não havia tempo para ``esfriar o sangue´´ e com os Santistas do Surra as coisas ficaram definitivamente caóticas. Muitos foram ao Clash para vê-los, a quantidade de camisetas do Surra rivalizava facilmente com os que vestiam as do D.F.C.. Uma avalanche hardcore tomou conta da pista. E se ainda havia alguém resistindo em permanecer parado, não aguentou muito tempo. Os caras ``mataram a pau´´ e mostraram que os anos de estrada só fizeram bem para o trio santista. A apresentação inteira foi pautada por discursos de indignação com a política e o sistema que conduz o país. ``Merenda´´ e ``Tamo Na Merda`` não poderiam ser mais atuais. A última atração dispensa apresentações. O D.F.C. vem desbravando o underground a aproximadamente 30 anos e sempre com a mesma energia. Mesmo os que já estavam exaustos não arredaram o pé do Clash Club para ouvir clássicos que sempre animam os ``bailinhos`` por onde passam ``Vai Se Fuder No Inferno´´, ``Pau No Cú do Capitalismo Em Posições Obscenas`` e a ``Molecada 666``, são alguns dos propulsores de adrenalina orquestradas por Tulio  e Cia. Sempre que o D.F.C. toca em São Paulo, a festa é garantida. Não por acaso, os caras escolheram gravar o primeiro DVD aqui em Sampa no lendário Hangar 110 em 2012. Além disso, tiveram que disputar o público com atrações como Amon Amarth e Sepultura que também se apresentaram na cidade na mesma data.  Isso não é pouca coisa! O que nos resta agora é torcer para que não demore para rolar outras ´´gigs´´ como essa...



(Texto: Robério Lima)







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segunda-feira, 22 de maio de 2017

Resenha : Demo "Apenas Uma Demonstração Do Que Estará Por Vir" El Mizza


Banda/Musico: El Mizza
Álbum/demo: Apenas uma demonstração do que estará por vir
Nacionalidade:Brasil
Genero/Pop Rock
Gravadora:Independente
Ano: 2017

Nota:9.0

Track List
01-Cigarros Baratos
02-A canção que Prometi te dar
03-Caminhar Por ai
04-Cathedral Song (uma outra canção)
05- Um anjo e o Paraíso
06-Mirella (Uma canção com nome de mulher)
07-Remédio para o Tédio
08-Jardim Dourado


Sabe quando você adquire um material de um musico independente que da vontade  de colocar no som do carro e sair pela estrada ouvindo suas músicas e viajando nas composições m o material que aqui se apresenta é exatamente algo deste tipo; o musico e compositor El Mizza nos brinda com um trabalho que transita entre diversos estilos desde a MPB, passando pelo rock,punk rock até o pop rock, cruzando as fronteiras da musica de forma majestosa, no melhor estilo violão e voz o que temos aqui é um belo exemplo dos grandes talentos que o underground nos presenteia, com algumas canções mais animadas que podem ser consideradas "Chiclete"  pois tanto seus arranjos quantos seu refrão simplesmente grudam na cabeça nas primeiras audições são estas "caminhar por ai" com uma levada doce meio Reggae no melhor estilo música para luau e "A canção que eu prometi te dar" soa bem romântica uma verdadeira ode as canções de amor já tradicionais no estilo MPB e pop rock , porém nem só de flores é composto este trabalho podemos destacar uma das canções que mais me chamaram a atenção e abrem a demo logo de inicio trata-se da música  "Cigarros baratos" uma verdadeira pedrada de sarcasmo e criticas severas a sociedade na qual vivemos , lembrando muito canções punk rock tanto nos arranjos quanto na letra ácida. O material traz as participações do musico Éder Bofete tocando gaita na música "Remédio para o tédio" além das parcerias dos músicos Ricardo Salada na composição da canção "Caminhar por ai " e Paulo Carvalho na música "Cathedral Song 2 (uma outra canção)".
Este material foi feito de forma totalmente independente, as gravações realizadas de forma improvisada mesmo assim não comprometeram o resultado final, que final acima da média,inclusive El Mizza esta realizando diversos shows junto ao músico e compositor Éder bofete na chamada "Trovão da montanha tour" se apresentando em barzinhos,saraus,casas de shows dentre outros, para finalizarmos se você gosta de música autoral de qualidade adquira já um exemplar desta belíssima demo.


Contatos
musicografia@yahoo.com.br
Facebook : El Mizza
(11) 96863-4611








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domingo, 21 de maio de 2017

Cinderela Baiana








Vergonha alheia - acredito que somente essa expressão pode definir o que assistimos nessa fita. Sim raro leitor, ``fita´´, devido ao fracasso de público e crítica, o filme não foi relançado em DVD, afinal nossas crianças já estão vulneráveis a uma grande quantidade de lixo e perpetuar essa ``obra´´ só iria piorar as coisas. O que poderia ser a grande sacada de Carla Perez, se tornou o maior fiasco do cinema nacional. Afirmo isso, pois não consegui encontrar até o momento produção pior que essa. Na época, a dançarina estava deixando o não menos bizarro grupo É O Tchan! e obviamente queria capitalizar com sua popularidade o máximo possível. O problema é que o plano foi mal sucedido e o ``trem´´ descarrilhou desde de sua partida. Enredo tosco, interpretações sofríveis além das participações ``ditas´´ especiais que servem apenas para respaldar o fracasso iminente dessa tentativa de fazer cinema. E se por ventura você tentar assistir ao filme do começo ao fim, já adianto que somente os que possuem tendências masoquistas passarão ilesos por essa afronta ao bom senso. Coincidência ou não, a maioria dos envolvidos com esse trabalho praticamente sumiram de cena, como foi o caso do famoso produtor de filmes da Boca do Lixo, Antonio Polo Galante e do diretor Conrado Sanchez. A unica exceção (e olha que foi difícil encontrar alguma!), foi Lazaro Ramos, que hoje é um dos grandes atores em atividade. Bom, é complicado falar muita coisa desse filme, mas mesmo que você jamais assista esse acidente cinematográfico, recomendo que vejam, pelo menos a cena final, onde Carlinha, chega ao auge de sua interpretação, quando faz um discurso patético e finaliza a cena dançando como se não houvesse amanhã.
Bom, não há mais o que ser dito. Se encontrar um VHS de Cinderela Baiana, destrua imediatamente...



(Texto: Robério Lima)
























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sábado, 20 de maio de 2017

Glauber - Labirinto Do Brasil








Se você jamais assistir esse documentário, ainda assim não passará ileso pela obra de um dos mais emblemáticos e inquietos artistas que o Brasil já abrigou. Glauber – Labirinto do Brasil, já define no título o que realmente o cineasta baiano representou para uma gama enorme de entusiastas de sua obra. Quando Silvio Tendler decidiu filmar o velório de Glauber, talvez ainda não tivesse como objetivo dirigir o documentário (que seria lançado apenas em 2004), mas a urgência do momento e a importância do personagem retratado o fizeram construir um panorama bastante intenso e emotivo da despedida do amigo de oficio.
O próprio Glauber já havia feito algo semelhante, quando filmou o velório do pintor modernista Di Cavalcanti (Di - Glauber) documentário esse, premiado em Cannes, como melhor curta de 1977, e que até hoje, permanece com exibição proibida pelos herdeiros do pintor. O fato é que a teia de depoimentos contidos no filme (já considerando o discurso de Darcy Ribeiro no momento do enterro de Glauber), e de outros tantos que foram adicionados posteriormente, e que tinham uma relação muito próxima com o cineasta baiano, para nos trazer uma faceta pouco conhecida de Glauber Rocha. Sua performance intensa e seu jeito único de lidar com vida, foram as bases de sustentação que o elevou ao grau de grande gênio do seculo 20. 
Esse documentário nada mais é, do que o registro de mais um grande personagem brasileiro que extrapolou as fronteiras desse pais de proporções continentais, para conquistar admiradores em diversas partes do mundo. Assistam ao documentário e adentrem de cabeça no universo Glauberiano, garanto que não se arrependerão.



(Texto: Robério Lima)
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