Destaques

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Adeus Lemmy!








A morte de Lemmy é algo difícil de digerir, pois sua vida e obra são motivo de louvor entre os que escolheram admirar o som pesado que ele defendeu durante toda sua trajetória como um estilo a ser seguido(me incluo entre esses). Ele não era só um personagem, Lemmy realmente era aquilo que levava para os palcos e talvez por isso seja a principal referencia quando falamos de espirito libertário no rock. 
Sua figura emblemática e seus inúmeros discos, cheios de clássicos imortais, foram e continuarão sendo fonte de energia para muitos, pois Lemmy nunca se preocupou em “tirar o pé do freio”, e por anos dilacerou tímpanos com sua máquina chamada Motorhead. Seus excessos nunca foram segredo para ninguém e sua vida foi vivida com muita intensidade até o último momento. Mesmo assim, foi dolorido ver o mestre cancelar a apresentação no último Monsters Of Rock em São Paulo por problemas de saúde. Sinal de que algo não andava bem. 
Lemmy nos deixa para ser definitivamente canonizado como “Deus”, pois nenhum outro adjetivo seria mais apropriado para definir o ícone da rebeldia, e que no auge de seus setenta anos permanecia representando gerações de jovens revoltados ( com ou sem causa), com sua música altíssima, pesada e ainda relevante. Me utilizo da citação de um colega, onde ele diz que Lemmy estragou sua vida, mas tenho que acrescentar que certamente  estragou para melhor - “Lemmy is God”!


(Texto: Roberio Lima)
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terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Documentário: Cogumelo 35 Anos (Não Oficial)









O surgimento da gravadora Cogumelo e a cena mineira de metal dos anos 80 se confundem entre si, e um certamente não teria o mesmo êxito se não existisse o outro. Pois assim como a Cogumelo foi importante para as bandas que estavam surgindo naquela época, as bandas também tinham um enorme potencial a ser explorado e, nesse caso a expressão´´juntar a fome com a vontade de comer´´ cai como uma luva.
Muito bem vindo, o documentário ``Cogumelo 35 Anos´´ trás para as novas gerações a importância do selo e da cena formada por bandas que estiveram/estão em seu casting e que ainda fazem muito barulho na cena mantida com muita persistência diante de todas as dificuldades vividas  durante esses 35 anos de história.
Com depoimentos de personagens importantes como a fundadora do selo, Pat Pereira e integrantes de bandas e fãs que vivenciaram e ainda vivem essa historia, temos uma noção da relevância adquirida por esse que ainda é referencia entre os selos do cenário conhecido como underground. Infelizmente integrantes de bandas com Sepultura e Sarcófago não aparecem com seus relatos, o que certamente enriqueceria ainda mais esse registro. Enfim, não se pode ter tudo. Mas o saldo é bastante positivo e deve ser conferido. Que mais registros como esse ``pipoquem´´ por aí!



(Texto:Robério Lima)



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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Luiz Melodia - C.E.U São Rafael 31/10/2015





 



No último dia 31 de Outubro o C.E.U. (Centro Educacional Unificado), abriu espaço para um dos artistas mais relevantes da música popular Brasileira. Falo de Luiz Melodia, que com sua voz envolvente e cheia de swing, agradou aos que tiveram a oportunidade de presenciar esse espetáculo. E meus amigos, que apresentação! Sem banda, mas com Renato  Piau e seu violão em punho trouxeram na bagagem as melhores roupagens para composições que marcaram época. Melodia encorpara o soul, o pop, o rock, samba e o que mais couber em sua música construindo um repertório empolgante e muito festejado. Basta ouvir “Holly Estacio” ou “Fadas”, ponto alto de seu repertório cheio de “pérolas”, e sem dúvida, a referencia serve para dizer que “Pérola Negra” estava lá, mais bela que nunca e ainda empolgando aos ávidos por clássicos. “Magrelinha” em igual proporção e um final apoteótico com uma endiabrada versão de ´´Negro Gato” foram em igual proporção muito festejadas por todos. Fácil dizer que foi um show impecável e que ficará na memória dos que testemunharam momento tão singular. O único ponto negativo, foi exatamente o fato de poucas pessoas terem presenciando esse raro manifesto de cultura nessa tão corroída periferia cheia de marcas e com mais incertezas que esperança, uma pena.



(Texto: Robério Lima)






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domingo, 13 de dezembro de 2015

Police - Synchronicity





O Conceito de sincronicidade de Junj trata das interligações de fatos aparentemente sem ligação, até então interpretados como coincidências. Segundo o psiquiatra suíço, mesmo não existindo uma ligação casual provavelmente haveria entre eles uma relação significativa. Sting chegou em Jung através de Arthur Koestler - cujo o apreço pela obra ja havia servido de inspiração para o titulo do então ultimo álbum do The Police, ``Ghost In The Machine`` - e seu livro ``Raízes da Coincidência``. Inebriado pelos fascinantes escritos parapsicológicos e abalado pelo recente fim de seu casamento, o vocalista se instalou na Jamaica e escreveu as músicas daquele que seria o grande disco da banda: a obra-prima ``Synchronicity``. 
Depois de terem dado uma pausa com a banda e partido para trabalhos solos, os integrantes da banda se reuniram para a gravação do álbum no final de 82 no AIR Studios em Montserrat e o clima não estava nada bom. Com os egos exaltados pelo sucesso e o entendimento cada vez mais atropelado pelas vaidades, a banda dificultou bastante o trabalho do produtor Hugh Padgham, que ja havia trabalhado com o grupo no disco anterior, a ponto de cada membro gravar sua parte numa sala separada do estúdio (Stwart Copeland gravou sua bateria na sala de jantar, Sting usou a sala de controle e Andy Summers, o estúdio principal), o que, segundo Padgham, além de reoslver os ``problemas sociais``, traria um resultado melhor na captação do som dos instrumentos.
Com Sting assumindo quase que totalmente o controle da banda, compôs sozinho oito das dez musicas do album, o disco propõe um som diferente do que a banda (e seus imitadores) vinha fazendo até então.
Sintetizadores a todo vapor, sequencia eletrônica de bateria, misturada com um belo trabalho percussivo de Copeland e ``Synchronicity I`` abre junguianamente o álbum em tom de new wave, na sequencia o característico vocal de Sting dá vida a ``Walking In Your Footsteps``, uma bela canção com atmosfera ``World Music´´, bem ao estilo que o cantor  seguiria em sua carreira solo, cuja letra descreve uma ra-humana seguindo fielmente as pegadas dos dinossauros rumo a extinção, com mais um belo trabalho de Copeland na bateria (aonde podemos notar a mão do produtor Padgham, num resultado que traz lembranças da inovação obtida em ``In The Air Tonight´´ de Phil Collins).
Baixo em ebulição e ``O My God´´ aparece cheia de balanço, um surpreendente sax tocado por Sting e a inclusão de uma estrofe de ``Every Little Thing She Does is Magic´´, hit do álbum anterior da banda, numa possível referência à teoria de serialidade de Paul Kammer (``Do I have to tell the story of thousand rainy days since we first met, it´s big enouth umbrella but it´s always me that ends up getting wet´´), ``Mother´´, composição de Andy Summers, que assume os vocais, gritos e gargalhadas numa canção cheia de tensão e estranhamento, que parece saida diretamente de ``Discipline``, album lançado dois anos antes pela banda King Crimson (cujo líder Robert Fripp havia gravado naquele mesmo ano um disco em parceria com Summers, ``I Advance Masked``). ``Every Girl i go out with becomes my mother in the end``, diz a letra dessa pequena jóia experimental. Freud explica? ``Miss Gradenko`` de Stwart Copeland traz o clima da banda no inicio de carreira. ``Synchronicity II``encerra o lado A em alto estilo. Sintetizadores, baixo firme, guitarra esperta e bateria precisa aliada a alguns truques de Padgham, um tipico rock de arena dos anos 80 como só o The Police poderia fazer. Sucesso total.
Na letra Junguiana, um homem se vê angustiado com sua rotina de suburbano enquanto a milhas de distância algo assustador emergia de um escuro lago da Escócia, numa clara referência ao monstro do lado Ness.
Mas é quando chega o Lado B que o ótimo disco vira uma obra-prima. Baixo passeando, bateria econômica um riff hipnótico de Summers e ``Every Breath You Take´´ entra em cena cheia de magia. Com uma letra que fala de paranóia e uma possível citação a Orwell (I´ll be watching you´´), esse pop perfeito de Sting, que a escreveu no piano após um sonho, invadiu as paradas de sucesso e para surpresa de seu compositor passou a ser tocada até em casamentos. Foi inclusive na gravação dessa faixa que Sting e Copeland se desentenderam, Copeland não queria fazer uma batida simples e o compositor fazia questão que fosse desse jeito, a ponto das agressões verbais se transformar em luta corporal, o que deixou o produtor Padgham em dúvida se continuaria ou não o trabalho, ocasionando até uma reunião com o empresário da banda para discutir se valia a pena levar o projeto adiante. O projeto foi adiante e ``every Breath You Take´´ se transformou no maior sucesso comercial da banda, entrando para a história da musica popular como um clássico da década de 80. Sem pausa pra respirar e imediatamente após ``Every Breath...´´. surge mais uma obra-prima: ``King Of Pain``. A melodia arrebatadora de Sting começa apenas com um vocal triste e um piano melancólico para depois tomar força e abrir espaço para a guitarra chorosa de Summers (o guitarrista faz mais um belo trabalho nesta faixa), a beleza dos vocais de apoio em resposta à letra e a bateria magistral de Copeland, numa letra recheada de referências junguianas de sinais e sincronicidade para falar do fim do casamento do cantor. Consegue ser o destaque de um disco cheio de pérolas. Nota máxima! A música ainda voltaria para as paradas anos mais tarde numa gravação não menos brilhante de Alanis Morissette em seu acústico para a MTV. Misturando o Dr.Fausto e o aprendiz de feiticeiro (ambos de Goethe) e mitologia grega, "Wrapped around your finger" é outro grande sucesso. Mais uma obra-prima. Aqui a atmosfera melancólica desse lado do disco, destacada por um hipnóticopiano tocado por Sting, se mistura com o reggae de branco, que marcou o início da banda,nos lembrando que o disco foi gravado no Caribe. Mais um golaço! A envolvente "Tea in Sahara" encerra o disco em clima jazzy com pitadas de Oriente Médio, nos dando mais uma amostra dos caminhos que Sting seguiria na sua carreira-solo e contando uma história inspirada num livro de Paul Bowles, "Sheltering Sky", que se baseia na lenda árabe de três mulheres (um trio!) que morrem cobertas de areia no deserto esperando o príncipe retornar para tomar novamente um chá com elas.
"Synchronicity" desbancou "Thriller", de Michael Jackson, do primeiro lugar, enfileirou hits nas paradas,vendeu milhões e milhões de cópias, ganhou "Grammys" e colocou o The Police no patamar de maior banda de rock da época. Porém, na capa do álbum, que teve diferentes versões de fotos pelo mundo (a mais comum é a que Sting aparece lendo Jung), os integrantes já aparecem separados. Cada um no seu quadrado. Depois de uma turnê vitoriosa, a banda, como era de se prever, se desintegraria na sua crise de egos.
Em meio a maus sentimentos, o The Police criou seu melhor disco e aumentou consideravelmente seu número de fãs. Numa obra que usa Jung para falar sobre os vários fins que se faziam presente naquele fim de século, a banda usou sua música para expressar a angústia dos rompimentos ao mesmo tempo em que registrava, de maneira brilhante, o seu próprio fim. E não foi coincidência! 



(Texto:Leandro L.Rodrigues)
  
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