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segunda-feira, 20 de abril de 2015

Walter Franco - Centro Cultural de São Paulo 18/04/2015







O cenário musical brasileiro comporta uma série de enganadores e, a todo momento nos deparamos com aparições medíocres tanto na TV como em apresentações ao vivo. Infelizmente o publico refém desse segmento pasteurizado da musica, insiste em permanecer em um limbo imaginário. Assim como Walter Franco, outros artistas possuidores de obras irretocáveis permanecem desconhecidos para o grande publico. Culpa da mídia, das gravadoras, do governo ou dos próprios artistas? Bom, talvez a resposta esteja em cada um de nós e seja o reflexo de nossas escolhas e pensamentos. O que veremos a seguir dará uma dimensão, talvez subjetiva do que foi a apresentação do inquieto/quieto Walter Franco.
Já na sexta feira, dia anterior a apresentação, os ingressos haviam se esgotado e a expectativa era grande. O que viria a se confirmar no Sábado, pois já havia uma enorme fila dos que aguardavam o inicio do show e dos que ainda nutriam esperança de comprar ingresso. 
Em pouco tempo e com o publico ansioso, eis que sobe ao palco Walter Franco e sua banda que ainda conta com Diogo Franco, tocando citara. Aos primeiros acorde de ``Serra do Luar´´ o publico canta cada palavra da letra. Na sequencia Walter dedica ``Vela Aberta´´ ao seu pai, o poeta Cid Franco e mais uma vez todos cantaram com enorme entusiasmo, de um inicio sussurrado e ganhando cada vez mais força, tivemos ``Me Deixe Mudo´´ do seminal ``Ou Não´´(disco da mosca). 
A cada musica executada, o entusiasmo ficava mais evidente nos que tiveram o privilegio de testemunhar mais esse ato de resistência. ``Quem Puxa aos Seus Não Degenera´´ foi a deixa para que Diogo Franco fizesse sua apresentação solo, e não decepcionou. Composições consistentes moldam o artista que segue com muito respeito e admiração a obra do pai.
Quando a apresentação estava próxima do fim, Walter prepara o terreno com ``Zen´´do álbum ``Tutano´´ e na sequencia ``Respire fundo´´. Tudo isso para dizer que o bis, como não poderia deixar de ser, seria com a seminal ``Canalha´´ que teve a participação da plateia gritando a plenos pulmões o refrão devastador. Sem mais delongas os que adentraram a Sala Adoniran Barbosa presenciaram uma aula de musica, poesia e acima de tudo; dignidade. Vida longa ao mestre!



(Texto: Robério Lima)


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